"Conta-me Como Foi" ©RTP

Conta-me Como Foi | Tudo o que precisas de saber

“Conta-me Como Foi” regressou este mês aos serões da televisão portuguesa para contar a história da família Lopes agora no Portugal dos anos 80.

“Dunas, são como divãs, biombos indiscretos de alcatrão sujos (…)”

É, precisamente, ao som dos GNR que a família Lopes volta a entrar pelas nossas casas adentro. Oito anos depois, “Conta-me Como Foi” regressa à televisão Portuguesa, mantendo-se fiel ao elenco base que nos alegrava os serões de sábado à noite. Deste modo, Rita Blanco, Miguel Guilherme, Catarina Avelar, Luís Ganito, Rita Brutt e Fernando Pires regressam ao local onde todos fomos felizes, naquela que se tornou uma das séries mais icónicas da televisão Portuguesa. Para ajudar a contar a história da família Lopes (e do Portugal da época), chegam ainda novas caras como Beatriz Frazão, Rui Melo, João Reis, Inês Castel-Branco, entre muitos outros.

Para os que desconhecem, “Conta-me Como Foi” é uma série de ficção adaptada da série espanhola “Cuéntame…como pasó” da TVE, acompanhando o quotidiano de uma família de classe média, que habita num andar de um bairro social de Lisboa. A acção retratou, entre 2007 e 2011, durante cinco temporadas, António, o pai, Margarida, a mãe, Hermínia, a avó, Toni, Isabel e Carlos, os filhos, no Portugal do final dos anos 60 até 1974.

O último episódio da quinta temporada termina, precisamente, com os Lopes a mudarem de casa para um novo bairro de Lisboa ao mesmo tempo que acontece, em Portugal, a revolução que pôs um ponto final em quarenta e oito anos de ditadura fascista.

A narrativa continua a ser feita através da voz de Carlos, em adulto, na altura das primeiras temporadas uma criança com 8 anos em 1968. Sendo, sempre, através do seu olhar, que nos é contada a história da família e também factos sociais, económicos, políticos, episódios da História do país e do mundo. Nesta sexta temporada, “Conta-me Como Foi” mantém-se fiel ao formato das primeiras emissões, recorrendo a arquivos e reconstituições de conteúdos da rádio e da televisão, companheiros sempre presentes na sala e na vida dos Lopes, dando autenticidade à narrativa de Carlos.

A sexta temporada de “Conta-me Como Foi”, uma das mais populares séries da televisão portuguesa, estreou na RTP1, no passado dia 7 de Dezembro, situando os Lopes, desta vez, na década de oitenta. A acção inicia-se em Janeiro de 1984 e a família cresceu, uma vez que António e Margarida adoptaram a jovem Susana, que traz à narrativa uma forma de pensar mais moderna, pois só tem memórias de viver em liberdade.

Em 1984, António e Margarida já são avós, e a Dona Hermínia tem dois bisnetos (um de Isabel e outro de Toni). Regressado de Moçambique, da Guerra Colonial, Toni trabalha no jornal “Tribuna de Lisboa”, onde é jornalista e se envolve em polémicas, como a investigação às FP 25, uma organização terrorista de extrema-esquerda que efectivamente existiu em Portugal. Isabel, a filha mais velha, é actriz e está novamente noiva, após ter ficado viúva e com um filho do ex-padre Vítor. Carlos, agora com vinte e três anos, vive sozinho numas águas-furtadas no Bairro Alto e trabalha em campanhas de publicidade, que concilia com a escrita no mesmo jornal onde trabalha o irmão. Sempre preocupados com o futuro e a estabilidade dos filhos num Portugal com uma democracia ainda “adolescente”, Margarida mantém a sua boutique, mas António tenciona abrir outro negócio: um parque de campismo em Setúbal.

Nesta nova temporada assistimos ao surgimento de várias novidades tecnológicas como o vídeo beta e VHS, os primeiros computadores portáteis, etc. Também acontecimentos históricos são retratados de forma bastante fiel. Por exemplo, o segundo resgate do FMI – Fundo Monetário Internacional – a Portugal (a primeira intervenção foi em 1977), o país é governado, à época, por uma aliança entre PS e PSD, e o primeiro-ministro Mário Soares debate-se com a grave situação económica. É neste ambiente que decorrem os 52 episódios de Conta-me Como Foi”, cada um num mês do ano (até 1987), aproveitando a cronologia dos momentos que marcaram a nossa História e retratando acontecimentos tão importantes como o primeiro caso de sida registado em Portugal (1983); a exibição de “O Tal Canal”, de Herman José (1983/84); a vitória de Carlos Lopes na maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984); a assinatura do tratado de adesão de Portugal à CEE (1985); a primeira maioria absoluta de Cavaco Silva (1987), entre muitos outros.

“Conta-me como foi” tornou-se uma verdadeira série de culto e um dos projectos mais impactantes da RTP. É o tipo de série televisiva que faz com que várias gerações de uma mesma família se sentem em frente à televisão, em conjunto, a desfrutar de um bom momento de entretenimento. A série que anima os serões de sábado à noite, procura retratar, em forma de ficção, a vida e o país desde 1968; sem espírito saudosista, sem abordagens moralistas, sem juízos de valor, sem tomar partido por nenhum lado da história, sem aspirações documentalistas; com a ambição de entreter, com a vontade de mostrar e dar a conhecer o passado, com a certeza de ser uma oportunidade descontraída de recordar, rever e reviver um tempo que faz parte da história pessoal de milhões de portugueses.

E tu? És fã do “Conta-me Como Foi”?


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