Jonas (Louis Hofmann) e Martha (Lisa Vicari) (© Netflix

DARK | Guia para a terceira e última temporada

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O ciclo está prestes a fechar-se em “Dark”, mas será que estás preparado para entrar dentro do apocalipse?

Atenção, este artigo contém spoilers da primeira e segunda temporada de “Dark”!

Antes do quebra-cabeças alemão refilávamos com os chamados “cliffhanger”, aquele final de temporada que só iríamos descobrir com o início da próxima. “Dark” eleva este conceito a um novo nível, longínquo do comum dos mortais. As perguntas sem resposta multiplicam-se na narrativa criada por Baran bo Odar e Jantje Friese, tecendo uma teia onde o “fim é o início e o início o fim”. Confuso?

De acordo com o criador da máquina do tempo da série, H.G. Tannhaus (Arnd Klawitter), “um objeto ou informação proveniente do futuro é enviada para o passado desencadeando a um ciclo interminável, no qual nenhum objecto tem uma origem real ou concreta. Existe sem ter sido criado.” É com este conceito, conhecido como o Paradoxo de Bootstrap ou Causal, em mente que vamos entrar na última temporada, procurando descobrir como é que uma mãe filha da própria filha é e acreditando que tudo irá ter o seu significado.

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JONAS VS. ADAM

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Adam (Dietrich Hollinderbaumer)| © Netflix

Quando a segunda temporada estreou, estávamos convencidos de que Noah (Mark Waschke), o assustador padre responsável por torturar as crianças, era o inimigo. Não poderia ser assim tão simples. Na realidade, Noah era apenas uma das peças do jogo de Adam (Dietrich Hollinderbaumer), um viajante que fez do ano de 1921 a sua base, criando uma sala dedicada a um engenho que recorre à Partícula de Deus para viajar livremente, ou seja, sem estar preso ao ciclo dos 33 anos, como as restantes personagens.

Como nada em “Dark” tem uma resposta simples, descobrimos que o personagem desfigurado é na verdade Jonas com 66 anos de idade. O mesmo parece ser o líder de um grupo devoto a quebrar o ciclo vicioso de eventos ao anular o próprio tempo, ou seja, o conceito de tempo linear deixaria de existir. Parte do seu plano passa por colocar a sua versão jovem, Jonas, a bordo, o que aparentemente implica que Adam mate Martha (Lisa Vicari), enquanto Jonas (Louis Hofmann) observa impotente. De acordo com o mesmo, será esta dor que o levará a tornar-se na versão à sua frente e que mais tarde o fará querer destruir o mundo e construir um novo.




CLAUDIA TIEDERMANN

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Claudia Tiedermann (Julika Jenkins) | © Netflix

Apesar de tudo, existe um ponto em que todos concordamos: “Dark” é na sua essência uma luta entre a luz e a escuridão. Se, por um lado, Adam e os Sic Mundos (Sic Mundus Creatus Est – “Então, o mundo é criado”) representam a sombra, na segunda temporada ficamos a saber que a luz é liderada por Claudia Tiedermann (Julika Jenkins), apelidada de Diabo Branco, e pela versão adulta de Jonas, o Estranho. Ambos procuram levar Jonas para o seu lado, tentando a todo o custo por um ponto final no apocalíptico buraco temporal que desencadeou o terceiro ciclo.




MICHAEL E MIKKEL

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Mikkel (Daan Lennard Liebrenz) | © Netflix

Depois de falar com Adam, Jonas acredita que a solução está em regressar à origem: o dia em que o seu pai Michael (Sebastian Rudolph) se suicidou desencadeando a cadeia de eventos. No entanto, se tal acontecesse Mikkel nunca teria desaparecido ou tornado pai de Jonas, um preço que este está disposto a pagar mesmo que implique a anulação da sua existência e, por conseguinte, a de Adam.

Infelizmente, também a versão mais velha de Claudia explica a Jonas que não é possível prevenir o suicídio, uma vez que é crucial que Michael se enforque e que Mikkel entre na gruta. Para nós, comum dos mortais, este é um exemplo sem lógica aparente do tão amado Paradoxo de Bootstrap com que bo Odar e Friese se divertem a orquestrar “Dark.” Encontrar e perder o pai num ciclo vicioso e paralelamente descobrir que o próprio é a causa para todos os males dos Nielsen é algo que que irá assombrar Jonas.




MAGNUS E FRANZISKA, DISCÍPULOS DE ADAM?

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Magnus Nielsen (Moritz Jahn) | © Netflix

Em 2020, a versão adolescente de Magnus Nielsen (Moritz Jahn) e Franziska Doppler (Gina Stiebitz) formam um dos casais da série que mais tarde é salvo do holocausto nuclear pela versão adulta de Jonas, com a ajuda da sua máquina do tempo.

Ao que tudo indica, o casal também se terá tornado viajantes do tempo, visto que, em 1921, um homem e uma mulher mais velhos são apresentados como discípulos de Adam, que aparentemente sabem tudo sobre Jonas. Numa das cenas, a mulher diz ao par “Todos tempos de fazer sacrifícios, Magnus”, aparecendo mais tarde de mãos dadas, o que sugere que seja uma versão mais velha de Franziska.




NOAH É O PAI DE CHARLOTTE

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Noah (Mark Waschke) e Mikkel (Daan Lennard Liebrenz) | © Netflix

Quando Noah deita mãos às páginas em falta do caderno da versão velha de Claudia, consegue finalmente descobrir o paradeiro da sua filha que lhe foi tirada. Ao que parece, a criança foi entregue a Tannhaus e é agora a chefe da polícia de Winden, Charlotte Doppler (Karoline Eichhorn), a quem Noah mostra uma fotografia do próprio com uma bebé.

Para complicar ainda mais a já complicada narrativa, Charlotte terá nascido já depois do apocalipse, mas retirada a tempo, possivelmente para escapar a Noah. Lógico que a polícia não fica entusiasmada pela descoberta, uma vez que o padre é o responsável pelo rapto e morte de vários rapazes em Winden, ao longo de várias décadas. Sentimento que apenas se agrava com a descoberta da mãe…




A FILHA QUE MÃE DA PRÓPRIA MÃE É

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Charlotte Doppler (Karoline Eichhorn) | © Netflix

 

Uma das charadas que mais noites de sono nos continua a tirar. Aquando o apocalipse, a filha surda de Charlotte, Elisabeth (Carlotta von Falkenhayn) é uma das quatro pessoas dentro do abrigo subterrâneo na floresta. 33 anos mais tarde, Jonas encontra uma mulher loira que também comunica através de língua gestual, o que não nos deixa com muitas hipóteses. Ainda assim, a entidade é confirmada quando a versão adulta de Elisabeth retira uma caixa contendo objetos pessoais familiares: a raposa em croché, uma fotografia antiga (2020?) dos Dopplers e outras de si e Noah com um bebé.

Portanto, a filha que mãe da própria mãe é. Um loop biológico sem origem. O que significa que Charlotte também é mãe e sobrinha de Franziska, bem como mulher e neta de Peter. Confuso o suficiente?




O PASSADO NÃO PODE SER ALTERADO, MAS…

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Lisa Vicari | © Netflix

Uma das frases mais ouvidas em “Dark” é provavelmente que o passado não pode ser alterado. Contudo, tal regra parece ser “imposta” quando necessária, como por exemplo para explicar que alguém que é visto numa versão mais velha de si não pode ser morto mais novo, independentemente do tipo de viagem no tempo. No entanto, significa igualmente que quando alguém morre, regressar ao passado não a irá salvar porque o evento já aconteceu, isto segundo a teoria de que o tempo é um ciclo interminável. Por sua vez, Adam e Claudia acreditam que Jonas é, de alguma forma, a chave para quebrar a ordem dos eventos, sendo para isso necessário alguns sacrifícios, como deixar Michael morrer.

Ainda dentro desta regra, existe Martha, que no final da temporada é morta por Adam. Contudo, momentos depois uma versão encapuçada da jovem aparece instantes antes do apocalipse para salvar Jonas. Esta “Martha” explica a Jonas que é de outro mundo (??), à medida que configura uma versão mais pequena da máquina do tempo para os tirar de 2020.

E foi aqui que ficámos na segunda temporada… Agora só nos resta esperar até ao dia do apocalipse: 27.06.2020.

 

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One thought on “DARK | Guia para a terceira e última temporada

  • Outro misterio que espero que seja mostrado agora é com relação a Jonas, por exemplo o que e quando ele fez entre a adolescência até ficar adulto. Até agora vimos ele adolescente, ele adulto e velho; mas a serie ainda não deu muita margem para explicar os períodos entre essas fases

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