Imagem promocional da iniciativa Essencial Fellini © Alambique

Essencial Fellini | 6 filmes de regresso aos cinemas

[tps_header]

6 filmes realizados por Federico Fellini regressam aos cinemas portugueses nos próximos meses de agosto e setembro. 

A Risi Film, a Alambique e a Festa do Cinema Italiano associam-se à celebração do centenário do nascimento de Federico Fellini com a reposição de seis títulos emblemáticos em cópias restauradas, entre os meses de agosto e setembro, nas salas de cinema nacionais, cineclubes e auditórios do país.

Os filmes serão também lançados em novas edições DVD e disponíveis nas principais plataformas VoD até ao final do ano 2020. A este lançamento especial foi dado o nome de “Essencial Fellini“, uma forma dos espectadores conhecerem melhor os trabalhos deste cinema.

Em Janeiro de 1920, em Rimini, Itália, nascia Federico Fellini, genial inventor e grande mestre do cinema italiano. Fellini teve uma carreira de quase 50 anos e na sua maioria com grandes êxitos vencedores de vários prémios. Em 1960, ganhou a Palma de Ouro por “A Doce Vita” e foi nomeado 12 vezes aos Óscares. 4 dos seus filmes arrecadaram mesmo o galardão na categoria de Melhor Filme Internacional (anteriormente designado Melhor Filme de Língua Estrangeira). Em nome pessoal conseguiu um Óscar Honorário, que lhe foi entregue em 1993. A iniciativa “Essencial Fellini” procura repensar e redescobrir a multifacetada obra do cineasta.

O crítico Àngel Quintana, da revista Cahiers du Cinéma, revelou o seguinte sobre a obra felliniana:

As fronteiras entre ficção e realidade, às quais se substitui a visão de um cineasta demiurgo, criador de grandes artifícios visuais que volta a apropriar-se do grotesco carnavalesco, são postas em causa e surgem como projeções do inconsciente de uma sociedade. […] Autênticas explorações de um espaço que revelam a ilusão do espectáculo ou reflexões sobre as loucuras da criação, muitos dos filmes de Fellini têm como tema o processo criativo e fazem do “eu” do autor o centro desse processo. Fellini, investido por múltiplos alter ego, leva a cabo um complexo jogo de espelhos para entender como se constrói a realidade do homem moderno, que deve muito ao elo que consegue estabelecer com os seus próprios sonhos, recordações, desejos, frustrações e obsessões.

A seguir podes conhecer os filmes de Federico Fellini que regressam às salas de cinema. Será um verão cinematográfico especial tendo em conta estas obras-primas.

[/tps_header]

6 Agosto – A Doce Vida (1960)

filmes na tv
Marcello Mastroianni e Anita Ekberg em “La dolce vita” (1960) © Cineteca di Bologna

Maior sucesso do cineasta italiano, La Dolce Vita representa um olhar à cultura do estrelato, com um protagonista no encalço do sedutor estilo de vida das ricas e glamorosas celebridades que, em pleno era da sociedade do espetáculo, se exibem em Roma. O mirone desse espetáculo mundano chama-se Marcello Rubini (Marcello Mastroianni) e, na qualidade de jornalista de mexericos, explora as periferias dos holofotes. Um filme mais emblemático do autor que será sempre lembrado pela imagem icónica da sueca Anita Ekberg na Fontana di Trevi.




13 Agosto – A Estrada (1954)

Essencial Fellini
Giulietta Masina em “A Estrada” (1954) © Criterion

Nunca houve um rosto como o de Giulietta Masina. O seu marido, Fellini, dirige-a no papel de Gelsomina em A Estrada, o filme que estabeleceu o seu carisma internacional. Figura frágil e ingénua num mundo sem amor, Gelsomina é vendida pela mãe a Zampanò (Anthony Quinn), um saltimbanco forte e bruto que a leva para trabalhar com ele na sua vida de estrada, dando-lhe um número burlesco. Quando este encontra um velho rival, o artista que dá pela alcunha de “O Louco” (Richard Basehart), a fúria do homem musculado é provocada até ao ponto de rutura. A Estrada venceu o Óscar de Melhor de Filme Estrangeiro.




20 Agosto – Fellini 8 1/2 (1963)

Festa do Cinema Italiano
Fellini 8 1/2 | ©Cineriz

Marcello Mastroianni, alter ego de Fellini, interpreta Guido Anselmi, um realizador a atravessar uma crise de inspiração. Durante a estadia numas termas, todos os seus fantasmas lhe aparecem, como que em sonhos, misturados com as pessoas reais que frequentam o local ou que o vêm visitar: familiares, atores, produtores e até críticos. Um dos grandes clássicos de Fellini, Fellini 8 1/2 transforma a crise artística de um homem num épico de cinema.




27 Agosto – Julieta dos Espíritos (1963)

Essencial Fellini
Giulietta Masina e Sandra Milo em “Julieta dos Espíritos” (1965) © Archives du 7e Art/DR

Suspeitando da infidelidade do marido, Giulietta (Giulietta Masina, esposa de Fellini) entra numa jornada surreal de autodescoberta, repleta de sonhos selvagens e fantasias encantatórias que envolvem Suzy, a sua vizinha sexualmente emancipada, e seu estilo de vida glamouroso dos anos 1960. Julieta dos Espíritos é o reverso feminino do “eu” masculino de Fellini 8 1/2.




3 Setembro – Os Inúteis (1953)

essencial Fellini
Riccardo Fellini e Alberto Sordi em “Os Inúteis” (1953) © Kino International

Cinco jovens permanecem num limbo pós-adolescente, sonhando com aventuras e o dia em que deixam para trás a pequena cidade costeira onde arrastam a existência. Como quem tenta encontrar um sentido na vida provinciana, preenchem o vazio dos dias com namoricos e farras, às custas das suas famílias indulgentes. Um dia, um deles decide largar tudo e apanha o comboio para Roma… Este terceiro título da filmografia de Federico Fellini é a sua primeira obra semiautobiográfica. Primeiro sucesso internacional do cineasta, valeu-lhe o Leão de Prata no Festival de Veneza e a nomeação para o Óscar de Melhor Argumento Original.




10 Setembro – A Voz da Lua (1990)

Essencial Fellini
Roberto Benigni em “A Voz da Lua” (1990) © Films A2

Ivo Salvini (Roberto Benigni) é um lunático visionário de alma inocente. Delicia-se com a vida provinciana e nutre um amor desmesurado por Aldina (Nadia Ottaviani), a mulher que ele diz ter o rosto da Lua. Este derradeiro filme de Fellini é um angustiado retrato do louco e do moderno. Fellini morreu em 1993, mas o último filme anunciava muito do que aconteceu e continua a acontecer na Europa depois da morte dele numa extrema lucidez do maestro sobre a confusão da vida moderna.

[tps_footer]

Lê Também:   O que ver na Spamflix | "Símbolo", de Hitoshi Matsumoto

[/tps_footer]

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *