DocLisboa ’16 | Grandes vencedores e observações finais
Terminou mais uma edição do DocLisboa, por onde passaram algumas das grandes obras do cinema documental da atualidade.
Depois de onze dias a celebrar o que de melhor se faz no cinema documental à escala nacional e internacional, o DocLisboa de 2016 chega ao seu fim. Esta foi a 14ª edição de um dos melhores eventos cinematográficos a ocorrer no nosso país e, mais uma vez, os organizadores não desapontaram, oferecendo uma seleção com mais de 200 títulos e uma imensa variedade de abordagens e experimentações de vários cineastas em fases bastante distintas das suas carreiras.

Este ano, para além de novos prémios, o DocLisboa contou ainda com uma nova secção que merece um particular destaque. Falamos da secção Da Terra à Lua, onde foram exibidos projetos de realizadores já com algum nome e fama no circuito dos festivais e cujas obras remetem para uma visão que tanto olha o passado como conjetura sobre o nosso futuro. Esta exploração foca-se numa variedade de diferentes temáticas e cenários, sendo que se tem filmes sobre eventos traumáticos na história do século XX, ponderações sobre a preservação de cinema e até uma conjetura sobre o nascimento e o desenvolvimento da internet assinada por Werner Herzog.
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Também nessa secção, há que se destacar uma sessão especial que foi programada à última hora para o último sábado do festival. Referimo-nos a Take Me Home e 76 Minutes and 15 Seconds with Abbas Kiarostami, duas obras que marcaram uma homenagem final deste festival à obra de um dos mais importantes cineastas do último século que este ano nos deixou. Take Me Home é de particular importância sendo que é o último trabalho do realizador. Nesta modesta curta, vemos a viagem de uma bola de futebol através da vertiginosa arquitetura e escadarias grosseiras de uma localidade italiana.

É claro que nem todos os filmes deste DocLisboa são tão inocentes como essa obra e tivemos também inúmeras reflexões sobre a mortalidade humana, dissecações sobre injustiças contemporâneas que vibram com indignação ideológica, urgentes projetos de grande importância política e reflexões acerca de alguns dos maiores crimes na história humana do século XX. Relembrando todos esses honrosos feitos de cinema, deixamos aqui o nosso ranking final de todas as obras visionadas para o efeito da nossa cobertura do DocLibsoa. Clica em alguns dos títulos para seres redirecionado para as análises destes filmes.
- AUSTERLITZ
- TA’ANG
- EXIL
- A GERMAN LIFE
- LIBERAMI
- LES VIES DE THÉRÈSE
- PARIS 15/16
- SARAH WINCHESTER, OPÉRA FANTÔME
- BETWEEN FENCES
- LAPSES, REGRETS AND QUALMS
- FUNERALS (ON THE ART OF DYING)
- TAKE ME HOME
- 76 MINUTES AND 15 SECONDS WITH ABBAS KIAROSTAMI
- BY SIDNEY LUMET
- JUNUN
- BOWIE, MAN OF A HUNDRED FACES OR THE PHANTOM OF HÉROUVILLE
- 300 MILES
- CINEMA FUTURES
- DO NOT TOUCH ME!
- LO AND BEHOLD: REVERIES OF THE CONNECTED WORLD
- OLEG Y LAS RARAS ARTES
- CORRESPONDÊNCIAS
- ROCCO
- MANOEL DE OLIVEIRA, 50 ANOS DE CARREIRA
- HOW I FELL IN LOVE WITH EVA RAS

Com este balanço final do festival, falta apenas referir os numerosos prémios entregues pelos vários júris do festival. No panorama da competição internacional, o grande vencedor foi Calabria, um filme sobre dois cangalheiros, um cigano sérvio e um português, que viajam da Suíça até à Itália para enterrarem um emigrante calabrês. Para além desse grande galardão foram ainda entregues inúmeras honras e prémios, pelo que aqui deixamos a lista completa de palmarés para que a possas consultar.
PALMARÉS DO DOCLISBOA ‘16
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
Grande Prémio Cidade de Lisboa para Melhor Filme da Competição Internacional
CALABRIA, de Pierre-François Sauter
Menção Honrosa do Grande Prémio Cidade de Lisboa para Melhor Filme da Competição Internacional
SOL NEGRO, Laura Huertas-Millan
Prémio Sociedade Portuguesa de Autores do Júri da Competição Internacional
AZAYZ, de Ilias El Faris
COMPETIÇÃO PORTUGUESA
Prémio Ingreme / Doclisboa para Melhor Filme da Competição Portuguesa
AMA-SAN, de Cláudia Varejão
Prémio Kino Sound Studio do Júri da Competição Portuguesa
A CIDADE ONDE ENVELHEÇO, de Marília Rocha
Prémio Escolas ETIC — para melhor Filme da Competição Portuguesa
O ESPECATDOR ESPANTADO, de Edgar Pêra
COMPETIÇÃO TRANVERSAL
Prémio José Saramago – Fundação José Saramago e Livraria Lello – para o melhor filme falado em português, galego ou crioulo de origem portuguesa transversal a Competições e Riscos.
CORRESPONDÊNCIAS, de Rita Azevedo Gomes
Prémio FCSH para Melhor Primeira Obra transversal a Competições e Riscos
300 MILES, de Orwa El Mokdad
Prémio Jornal Público para melhor curta-metragem transversal a Competições e Riscos
DOWNHILL, de Miguel Faro
Prémio RTP do público para melhor filme português transversal a Competições, Riscos, Heart Beat e Da Terra à Lua
CRUZEIRO SEIXAS – AS CARTAS DO REI ARTUR de Cláudia Rita Oliveira
COMPETIÇÃO VERDES ANOS
Grande Prémio La Guarimba
PULSE, de Robin Petré
Prémio Especial do Júri Verdes Anos
O CABO DO MUNDO, de Kate Saragaço-Gomes

Com sorte, para o ano, o DocLisboa será ainda mais brilhante que a edição deste ano e talvez a secção Da Terra à Lua se mantenha e nos continue a deliciar com o trabalho de alguns dos grandes mestres do documentário contemporâneo. Para grandes amantes deste tipo de cinema, o DocLisboa continua a ser um oásis português e completamente imperdível.
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