Foto de David Passos / © MHD

EDP Cool Jazz 2022 | João Espadinha e Moses Boyd surpreendem

Chegou o penúltimo dia do EDP Cool Jazz 2022. João Espadinha no palco secundário e Moses Boyd no palco principal, levaram o melhor do jazz aos nossos ouvidos. 

A 17ª edição do EDP Cool Jazz está quase a chegar ao fim, com o último dia marcado para o próximo sábado, dia 30 de Junho. Mas antes, o penúltimo dia do festival revelou-se como um dos melhores desta edição, onde as melodias hipnotizantes de jazz invadiram o Parque Marechal Carmona e o Hipódromo Manuel Possolo. 

Coube ao guitarrista João Espadinha, acompanhado por mais dois músicos, a honra de abrir mais um dia cheio de jazz. No mesmo palco do costume, o primeiro concerto do dia localiza-se no centro do jardim, a poucos metros de distância do hipódromo, e consequentemente, do palco principal. Sem-nos aperceber, o trio já estava em palco a trazer tranquilidade através da música. Com maioria do público sentado no relvado, era visível o apreço pela sua música, com o pôr-do-sol como plano de fundo. Por aqui e ali, via-se um pé a bater ao ritmo da bateria, ou uma cabeça a dançar ao ritmo das melodias tranquilas. Como é habitual no género de jazz, mais do que nos outros géneros, o concerto decorreu, na sua maioria, apenas com instrumental. Mas quando faltavam duas músicas para terminar, João Espadinha convida uma cantora para se juntar a eles. A sua voz doce elevou o concerto ao próximo patamar. 

Foto de David Passos / © MHD
Foto de David Passos / © MHD

Com o término do concerto, faltam poucos minutos para a primeira atuação, desta vez no palco principal, com Moses Boyd a abrir. O jovem baterista britânico foi uma surpresa extremamente agradável. No mesmo registo que o concerto anterior, também contou apenas com instrumental. Contudo, no caso de Moses Boyd, o acréscimo de uma voz, seja masculina ou feminina, iria tapar as ondas hipnotizantes que vinham em cada batida. Acompanhado por mais quatro músicos (teclista, percussão, guitarrista e saxofonista), a atuação começou de forma calorosa, mas sentia-se que o concerto podia ser mais que aquilo. Felizmente, não ficou só pelo sentir. Igualmente, cada músico presente em palco teve o seu momento a solo. Ou seja, em determinados momentos do concerto, todos os elementos dirigiam-se para o backstage, enquanto ficava um músico sozinho em palco, com as atenções viradas para ele. Ao mesmo tempo que o concerto progredia, o público entrava (quase a conta gotas) no recinto do palco principal. 

EDP Cool Jazz 2022
Foto de David Passos / © MHD

Chegou a vez de Moses Boyd tomar o palco sozinho, e nesse momento, assistimos a um talentoso baterista de jazz. Mesmo quem não entendia do género, percebia que havia ali algo de extraordinário. A cada batida que ecoava, era palpável os sentimentos e o empenho de Moses Boyd. Foi assim no seu momento a solo, e em toda a actuação. Em determinados momentos, era impossível não recordar o filme “Whiplash” (2014). Contudo, e felizmente, não havia nenhum professor do mesmo género por perto. 

Já a correr a contra-relógio, com a hora da actuação de Jordan Rakei a aproximar-se, o jovem baterista brindou-nos com uma última música magnífica. Sentia-se a tranquilidade, mas também todo o tipo de sentimentos que apenas o jazz consegue evocar. Neste momento, o concerto “pedia” por plateia em pé, junto ao palco. Contudo, não era possível devido às próprias normas do festival.

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No momento da despedida, Moses Boyd e a respetiva banda receberam uma ovação em pé incrível por parte do público, mais do que merecida. 

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