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Fechar os Olhos vence Prémio Sophia de Melhor Filme Europeu

“Fechar os Olhos”, de Víctor Erice, é o vencedor do Prémio Sophia de Melhor Filme Europeu de 2024.  Este prémio é atribuído pelos críticos de cinema nacionais, em colaboração com a Academia Portuguesa de Cinema.

Este reconhecimento a “Fechar os Olhos”, de Víctor Erice, dos críticos de cinema portugueses e da Academia Portuguesa de Cinema, vem juntar-se a um vasto conjunto de prémios internacionais (em Portugal foi consagrado com o de Melhor Filme no último LEFFEST) que consideraram “Fechar os Olhos” como um dos melhores filmes de 2024, embora tivesse estreado em vários festivais europeus, em 2023.

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Fechar os Olhos” é uma extraordinária homenagem à magia e ao poder transformador do Cinema na sua forma mais pura e será certamente uma obra revisitada vezes sem fim, pelos cinéfilos e espectadores fascinados pela Sétima Arte. Pode-se dizer, de uma forma poética que se trata de uma espécie de “em busca do filme (ou do actor) perdido”. 

VÊ TRAILER DE “FECHAR OS OLHOS”

Fechar os Olhos” conta uma história de ficção sobre um famoso ator espanhol, chamado Julio Arenas (José Coronado), que desaparece durante a rodagem de um filme. Embora o seu corpo nunca seja encontrado, a polícia acabou por concluir, que ele foi vítima de um acidente (ou suicídio?) à beira-mar. Muitos anos mais tarde, o mistério em torno deste inesperado desaparecimento volta a ser objeto de um programa de televisão, um reality show, que descreve a sua vida, especula sobre a sua morte, e mostra imagens exclusivas das últimas cenas que filmou, captadas pelo seu grande amigo, o realizador Miguel Garay (Manolo Solo), que funciona como uma espécie de alter-ego de Victor Erice.

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Esse desvendar do mistério, com a ajuda da filha do actor (Ana Torrent), surgira através de uma belíssima e comovente terceira parte do filme, que o aproxima de um inesperado final. Uma conclusão, que tanto celebra a vida e obra dos dois protagonistas Miguel e Julio, quanto a do próprio realizador Victor Erice. “Fechar os Olhos” reflete também sobre o seu próprio autor ao observar não a sua juventude, mas antes o envelhecimento, levando em conta o tempo longe das câmaras e o que perdeu nesse caminho. A essência do filme, porém, está em apresentar a arte, e o cinema em particular, como a maneira de recuperar o que foi perdido. Notável!

JVM

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