Fontaines D.C. (foto de Ellius Grace)

Fontaines D.C. retratam a alienação social em “Televised Mind”

A Hero’s Death é lançado no dia 31 de julho e o terceiro single,”Televised Mind”, desmascara uma inédita faceta neo-psychedelia dos Fontaines D.C.

A pouco menos de um mês do lançamento de A Hero’s Death, o quinteto pós-punk irlandês Fontaines D.C. divulgou o terceiro single do sucessor de Dogrel: “Televised Mind”. O teledisco que acompanha a canção ficou novamente a cargo do realizador Hugh Mulhern.

Na mesma veia de “A Hero’s Death” e “I Don’t Belong”, “Televised Mind” revela, nos versos de Grian Chatten, uma sensação de desconexão do mundo circundante, uma insatisfação gerada pelo quotidiano e a sua natureza alienatória: “That’s a televised mind”.

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Sobre “Televised Mind”, Grian Chatten disse: “Esta canção aborda a câmara de eco e como a personalidade é despojada pela aprovação da comunidade. As opiniões das pessoas são reforçadas por concordância unânime e desaparece a capacidade de nos sentirmos errados. Nunca somos verdadeiramente educados sobre a nossa própria falibilidade. As pessoas simulam estas grandes crenças com o intuito de parecerem modernas, ao invés de chegarem, de forma independente, às suas próprias conclusões”.

Ainda conservando o carácter sui generis do álbum de estreia e a garra derivada do pós-punk britânico da década de oitenta, os Fontaines D.C. divergem da sonoridade que nos deram a conhecer em Dogrel e as suas guitarras bebem agora do neo-psychedelia e shoegaze, mais reminiscentes dos grupos The Brian Jonestown Massacre e Broadcast.

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A produção e mistura de Dan Carey, fundador da Speedy Wunderground e produtor já conhecido dos Fontaines D.C. (trabalhou com a banda em Dogrel), cresce com cada single divulgado, encorpando a instrumentação de “Televised Mind” e simultaneamente extraindo o máximo das melodias vocais monocórdicas e do carrossel de cordas que se arrasta pelo tempo e permanece na memória após o final da canção.

“Andávamos a escutar The Prodigy e The Brian Jonestown Massacre, mais especificamente a canção “Open Heart Surgery”. Tinha interesse em extrapolar aquele tipo de progressões de acordes e capturar a sensação hipnótica, o zumbido. Aquela última frase repetida vezes sem conta [“What you call it”] é uma expressão de “desenrasque” que as pessoas utilizam aqui em Dublin. Semelhante a “umm” ou “bem…” – é o que as pessoas dizem quando não estão a prestar atenção”, esclareceu ainda o vocalista dos Fontaines D.C.

FONTAINES D.C. | “TELEVISED MIND”

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