Fubar T2E1 – Análise
Em 2023, Arnold Schwarzenegger surpreendeu os seus fãs com a sua estreia numa série enquanto protagonista. Schwarzenegger teve, efetivamente, algumas experiências com a televisão mas nunca como protagonista de uma série de ficção. Assim, o ator lançou a sua primeira série na Netflix, “Fubar”. Além de ator, Schwarzenegger é ainda produtor executivo da série.
“Fubar” é uma criação de Nick Santora que escreveu argumentos para séries como, por exemplo, “Prison Break” (2005-2017, Paul T. Scheuring) ou “Vegas” (2012-13, Nicholas Pileggi e Greg Walker). Nick Santora foi igualmente criador das séries “Scorpion” (2014-18), “The Fugitive” (2020) e “Reacher” (2022-).
“Fubar” é uma série onde a narrativa lembra, em parte, o filme “A Verdade da Mentira” (1994, James Cameron). Arnold Scharzenegger interpreta Luke Brenner, um espião da CIA que, no início da série, iria reformar-se. Entretanto, regressa à ação e descobre que a sua filha Emma (interpretada por Monica Barbaro) também é uma agente da CIA.
Resumo da T1 de Fubar
“Fubar” é uma série da Netflix protagonizada por Arnold Schwarzenegger e Monica Barbaro. Na 1.ª temporada da série, exibida pela plataforma de streaming em 2023, Luke Brenner (Schwarzenegger) é um agente da CIA que estava prestes a entrar na reforma. Com uma pessoa do seu passado ligada ao terrorismo, Boro (Gabriel Luna), a querer manter o seu negócio de armas e a meter em risco uma outra agente da CIA, Luke volta à ação. Ao chegar a Guiana, Luke descobre que a agente em perigo é nada mais nada menos do que a sua filha Emma (Monica Barbaro).
No final da 1.ª temporada, Emma e Luke acabam por matar Boro. No entanto, ficam a saber que as suas entidades e localizações foram dadas a conhecer. Assim, são obrigados a ficarem numa casa-abrigo, juntamente com a sua equipa… e não só.
T2 de Fubar já está na Netflix
Depois dos acontecimentos da 1.ª temporada, a 2.ª, lançada na Netflix na passada quinta-feira 12 de junho, abre com os nossos protagonistas numa casa-abrigo. Há meses fechados, começam a roçar a loucura. Após uma 1.ª temporada com muita ação e comédia à mistura, a Netflix parece manter o mesmo clima nesta nova temporada.
Apesar de tudo, este 1.º episódio poderia ser melhor apresentado. Sobretudo no que à parte técnica e da ação diz respeito.
Se no 1.º episódio da 1.ª temporada a abertura é muito bem pensada com a entrada de Luke Brenner em ação, já não se pode dizer exatamente o mesmo do início da 2.ª temporada. Numa sequência bastante mais curta, é Emma quem abre esta nova temporada.
Se a 1.ª temporada abria de uma forma “clássica” em certo sentido, esta 2.ª temporada tenta ser diferente. O problema é que foi para pior, com Emma aparentemente em missão, mas, depois, está na realidade a jogar paintball. O pior da cena de abertura nem é necessariamente isso mas sim a forma como a cena foi aplicada. Nomeadamente com um excesso de efeitos visuais nos tiros que parecem vir até nós como se de um efeito 3D se tratasse.
Uma casa cheia
Um dos pontos fortes desta série é, efetivamente, a junção da comédia com a ação. Nesse sentido, podemos mesmo ver “Fubar” como uma espécie de reencarnação de “A Verdade da Mentira” (até tem Tom Arnold como ator secundário no elenco!). E o bom é mesmo que não é uma comédia tratada de ânimo leve mas sim pontuada conforme o ritmo da narrativa. Não é para rir à gargalhada mas sim para descontrair da ação e esboçarmos alguns sorrisos.
Neste sentido, pode-se dizer que a maior causadora de risos em “Fubar” é a personagem Roo (Fortune Feimster). No entanto, todas as personagens principais contribuem com os seus toques de comédia na série.
As primeiras cenas pós-genérico estão muito bem construídas e demonstram a união forçada entre as diferentes personagens a viverem na mesma casa. Aí é deliciosa a cena de picardia que acaba numa divertida dança entre Roo e Aldon Reese (Travis Van Winkle).
Outro dos pontos fortes da 1.ª temporada foram as cenas com o Dr. Pfeffer (Scott Thompson) com as conversas dele com Luke e Emma brilhantemente pensadas (lembremo-nos, por exemplo, da cena com os peluches). Assim, nesta temporada, após Luke reavivar o seu casamento com Tally (Fabiana Udenio), são eles os protagonistas da primeira cena com o Dr. Pfeffer. Esta é uma cena um pouco mais sentimental. No entanto, faz com que aguardemos mais cenas do Dr. Pfeffer ao longo da temporada.
Tanta música porquê?
As cenas de ação de “Fubar” recomeçam no encontro de Luke com a sua chefe Dot (Barbara Eve Harris). É pouco depois disto que, a meu ver, este 1.º episódio descarrila um pouco. Assim, seguem-se várias cenas onde o espectador fica “cansado” e perde um pouco o interesse no decorrer da narrativa. A razão é muito simples: música.
É verdade que estamos perante uma série de ação. No entanto, a música de fundo em várias cenas seguidas acontece de uma forma bastante abusiva, como “fogo de artifício”. Assim, o espectador acaba por abstrair a sua concentração de tudo o que se está a passar. Há várias cenas que funcionariam muito melhor sem qualquer música. Sobretudo quando temos cenas que nem têm qualquer ação ou suspense e são conversas relativamente normais. Durante cerca de 20 minutos a música é contínua e não havia necessidade para isso.
Não deixa de ser curioso que a música pare numa cena de bastante suspense. Ao menos nesta cena os autores souberam fazê-la de uma forma mais criativa. Muitas vezes, menos é mais. Importa relembrar, por exemplo, cenas da saga “Star Wars” (1977-2017; vários) ou de “2001: Odisseia no Espaço” (1968, Stanley Kubrick) onde a falta de som ganha todo um outro significado.
Os vilões da nova temporada
Neste 1.º episódio conhecemos também a luta das personagens nesta temporada: Theodore Chips (Guy Burnet) e Greta Nelso (Carrie-Anne Moss) são os vilões desta temporada e querem prejudicar o mundo com uma coisa que, atualmente, nós portugueses bem recordamos: a falta de eletricidade. O episódio encerra precisamente na cena em que Luke e Emma se encontram com Greta Nelso onde percebem que, mais uma vez, uma pessoa do passado de Luke quer governar o mundo. O capítulo termina num “cliffhanger” deixando-nos o desejo de continuar a ver a série. Aliás, os “cliffhangers” foram uma das coisas mais bem sucedidas na 1.ª temporada da série…
Fubar T2E1
Conclusão
- A estreia da 2.ª temporada de “Fubar” é um pouco agridoce. A série mantém um bom equilíbrio entre comédia e ação e promete manter os espectadores agarrados numa narrativa igualmente interessante à da 1.ª temporada. Contudo, este 1.º episódio foi demasiado artificioso com o exagero de alguns efeitos especiais e musicais que acabam por distrair o espectador do centro da narrativa.