Este milagre garantiu a George Lucas manter controlo sobre Star Wars – episódio 5
No Festival TCM Classic Film Festival no dia 24 de abril, George Lucas fez uma rara conversa com o apresentador Ben Mankiewicz do canal Turner Classic Movies. Aí abordou detalhes sobre “Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca” (1980, Irvin Kershner), cronologicamente o segundo filme lançado da famosa saga Skywalker de “Star Wars” e onde Luke Skywalker inicia os seus treinos com o mestre Yoda.
Estreado a 17 de maio de 1980 nos E.U.A. e a 19 de dezembro de 1980 em Portugal, este filme venceu ainda em 1981 um Oscar especial de melhores efeitos visuais. Foi igualmente o filme mais lucrativo de 1980 em todo o mundo perfazendo cerca de 538 milhões de dólares em bilheteira, para um orçamento de 30 milhões. Protagonizado por Mark Hamill (Luke Skywalker), Harrison Ford (Han Solo) e Carrie Fisher (Princesa Leia), o filme está disponível no Disney+.
George Lucas apresenta a sequela de “Star Wars”
No passado dia 24 de abril, “Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca” serviu como sessão de abertura do festival TCM Classic Film Festival em Hollywood. A saber, o filme celebra este ano o seu 45.º aniversário. Nessa ocasião, o realizador e produtor George Lucas esteve presente na sessão e falou sobre a produção do filme.
George Lucas referiu que nunca se sentiu intimidado com este filme porque escreveu a sequela de “Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança” (1977, George Lucas) bem antes do filme se tornar um sucesso: “Quando escrevo, é como um esboço – não há grandes detalhes. Acontece que quando terminei de escrever “Star Wars” tinha 180 páginas. Então, cortei o argumento em três e foquei-me no primeiro, porque nunca teríamos dinheiro para fazer tudo.”
Assim, Lucas creditou o executivo da Fox Alan Ladd Jr. como sendo o responsável pelo projeto acontecer, numa altura em que ninguém sabia o que iria ser do projeto. Ladd Jr. tinha gostado do filme “American Graffiti: Nova Geração” (1973, George Lucas) e ter-lhe-á dito: “Eu só quero fazer um filme contigo”.
O acordo para três filmes
George Lucas estava determinado em fazer os três filmes “Star Wars”. Assim, negociou um acordo onde manteria os direitos para fazer as sequelas caso o primeiro filme não tivesse sucesso ou que a Fox não tivesse interesse em continuar.
“Eu disse: ‘Quero os direitos para estas coisas porque vou fazer os filmes aconteça o que acontecer. Além disso, quero os licenciamentos.’ E eles disseram: ‘Que licenciamentos?'” referiu George Lucas. A sua ideia era usar merchandising para ajudar a promover os filmes, como t-shirts. “A Fox ficou chocada quando no primeiro dia as filas davam a volta ao quarteirão. ‘De onde vieram estas pessoas?’ Porque eles não tinham feito qualquer campanha.”, continuou.
Afinal, George Lucas nunca achou que iria lucrar com “Star Wars” e quando isso aconteceu decidiu: “Vou fazer isto sozinho. Vou ao banco e vou buscar o dinheiro”.
George Lucas financia a sequela de “Star Wars”
Assim, George Lucas financiou “Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca” mantendo-se a Fox apenas como distribuidora. Com isto, George Lucas ganhou uma preocupação extra: já não importava apenas o lado criativo. Caso o filme não tivesse sucesso, seria a sua ruína.
Felizmente, o filme “Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca” foi um grande sucesso e é visto por muitos como uma sequela tão boa ou melhor que o seu precursor.
Nesta ocasião, foi ainda abordado o porquê de Yoda falar ao contrário. “O Yoda tem uma forma muito distinta de falar e isso foi propositado. Se estiveres a falar inglês tradicional, as pessoas não ligam tanto. Mas se for difícil compreender o que se está a dizer, as pessoas irão focar-se nisso. O Yoda é basicamente o filósofo do filme e tinha de arranjar uma forma das pessoas realmente ouvirem estas longas cenas de diálogo, especialmente as crianças de 12 anos.”
Por fim, George Lucas falou do seu amigo Francis Ford Coppola: “Ele disse-me: ‘Olha, o primeiro rascunho vai ser sempre horrível. Vais querer suicidar-te. O segundo rascunho vai ser mau. O segredo para um bom argumento é rescrever, rescrever, rescrever. Nunca pares até que esteja suficientemente bom. Porque não há nada suficientemente bom.”