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Greve histórica em Hollywood deixa indústria sob ameaça

O popular cinema de Hollywood, que há mais de 100 anos que entretém espectadores por todo o mundo, prepara-se para enfrentar um dos maiores desafios da história.

O dia 13 de julho de 2023 poderá ficar marcado para a história, como o momento em que Hollywood se deparou com o derrubar de um marco histórico. O SAG-AFTRA, o sindicato de actores de Hollywood, prepara-se para realizar a segunda greve na história do cinema americano, algo que não acontecia há mais de 60 anos. Desta forma, após diversos meses de negociações, a união de actores está a preparar-se para abandonar as gravações de todos os projectos americanos, sejam filmes ou séries.

Hoje, quinta-feira, dia 13 de Julho, marca o fim do prazo para a obtenção de um acordo com a AMPTP, a sindicato dos produtores, acordo esse que não chegou a ser alcançado. Como tal, a união dos actores prepara-se para realizar uma reunião de emergência, com o objectivo de dar luz verde oficial ao inicio da greve. Ao acontecer, esta será a segunda greve este ano, após a WGA ter falhado na missão de alcançar um acordo para a melhoria das condições de trabalho dos guionistas.

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Estas negociações surgem devido à falta de condições vividas por diversos ramos da indústria de Hollywood. Estas faltas de condições são causadas principalmente pela sobrecarga horária e pelos baixos salários que, por exemplo, impedem mais de 98% dos actores de depender financeiramente das suas carreiras na representação, e que obriga os guionistas a obter outras carreiras profissionais externas a Hollywood. Para além disso, a ameaça da inclusão de Inteligência Artificial na representação e na escrita de guiões promete colocar em risco a carreira de milhares de artistas.




Num comunicado, Fran Drescher, a presidente a sindicato de actores, justificou a greve dizendo:

O SAG-AFTRA negociou de boa fé e estava ansioso por chegar a um acordo que respondesse suficientemente às necessidades dos artistas, mas as respostas da AMPTP às propostas mais importantes do sindicato foram insultuosas e desrespeitadoras das nossas enormes contribuições para esta indústria. As empresas recusaram-se a participar de forma significativa em alguns tópicos e noutros bloquearam-nos completamente. Enquanto não negociarem de boa fé, não poderemos chegar a um acordo. Não temos outra alternativa senão avançar em unidade, e em nome dos nossos membros, com uma recomendação de greve ao nosso Conselho Nacional. A direção discutirá a questão esta manhã e tomará a sua decisão.

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A AMPTP respondeu à iminente ameaça de greve afirmando:

Estamos profundamente desiludidos com o facto de o SAG-AFTRA ter decidido abandonar as negociações. Esta é a escolha do Sindicato, não a nossa. Ao fazê-lo, rejeitou a nossa oferta de aumentos salariais e residuais históricos, limites substancialmente mais elevados para as contribuições para pensões e saúde, protecções para audições, períodos de opção de séries mais curtos, uma proposta inovadora de IA que protege as imagens digitais dos actores e muito mais. Em vez de continuar a negociar, o SAG-AFTRA colocou-nos num rumo que irá agravar as dificuldades financeiras de milhares de pessoas que dependem da indústria para a sua subsistência.

A realização da greve irá levar à suspensão imediata das gravações de todos os projectos, o que irá obrigar a novos adiamentos e ao cancelamento de diversas obras. Entre os projectos afetados pela greve encontram-se séries como “House of the Dragon“, “Andor”, “Doctor Who” e “Emily in Paris“, e longas-metragens como “Deadpool 3“, “Gladiator 2”, “Wicked” e “Beetlejuice 2”, entre muitos outros.

O que pensas da grave? Acreditas que este é o melhor percurso para um futuro melhor na área do entretenimento?

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