MONSTRA 2025 | Cerimónia de abertura marca 25 anos do Festival de Animação de Lisboa
Entre os dias 20 e 30 de março, a MONSTRA regressa a Lisboa e a sua inauguração ocorre na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge, pelas 21h30. Ao todo, um conjunto de cinco curtas-metragens são apresentadas numa cerimónia de abertura comemorativa e que assinala os 25 anos do Festival de Animação de Lisboa.
No dia 20 de março, pelas 21h30, procede-se à Cerimónia de Abertura da MONSTRA, apresentada por Fernando Galrito (Direção Artística e Programação) e Miguel Pires de Matos (Direção Financeira e Programação).
Como é da praxe, esta cerimónia contará com diversas curtas-metragens e performances, tais como as estreias mundiais de “One Way Cycle”, novo filme de Alicia Nuñez Puerto, numa produção da Sardinha em Lata e “O Rapaz Que Apagava Beijos”, de Radostina Neykova e Fernando Galrito; “Mind the Gap”, de José-Manuel Xavier, com interpretação ao vivo em marimba, fruto da colaboração entre Luís Tinoco — prémio Pessoa 2024 — e André Dias; e uma performance de Ferenc Cakó, onde pudemos esperar animação ao vivo com o médium preferencial: a areia.
“Mind the Gap” é uma produção espanhola, com 10 minutos de duração, realização de José-Manuel Xavier e produção conjunta da Punto y Raya, Drumming e do Festival MONSTRA. Conta-se ainda com música de Luís Tinoco e interpretação ao vivo de André Dias.
Também a exibir nesta sessão temos a co-produção entre Portugal e Espanha “One Way Cycle”. Com realização e argumento de Alicia Nuñez Puerto, esta curta-metragem criada em imagem real 2D, produzida por Nuno Beato, e com dedo da Sardinha em Lata, narra uma vida nova, num ciclo de emigração das Astúrias para Havana.
Já “O Rapaz que Apagava Beijos”, co-produção entre Portugal e a Bulgária, é a história de um rapaz que sempre que recebia um beijo apagava-o. Com o tempo, vai-se apercebendo que os beijos que apaga vão perdendo a sua luz e cor. Este filme é uma co-produção luminosa e bem sucedida entre o Diretor do Festival MONSTRA, Fernando Galrito, e a realizadora bulgara Radostina Neykova.
Esta encantadora curta de 10 minutos de duração foi musicada também pelo português Fernando Mota, contando ainda com som por Valeria Krachunova e com apoio do Bulgarian Film Center e da local Taumotrópio.
Diretamente da Áustria, com produção, animação, argumento e realização de Paul Wenninger, e distribuição Sixpack, podemos contar com a curta-metragem “O”.
Aqui, um dançarino tornado cineasta evita movimentos desnecessários numa moradia na Bretanha, incorporando um estado descrito por Paul Virílio como “Inércia Polar”. Paul Wenninger perpetua-se, imagem atrás de imagem, mantendo-se, no entanto, imóvel num salão inicialmente vazio com as suas costas perpetuamente voltadas para a parede, e, acima de tudo, para as janelas. O tempo passa enquanto a relação entre o exterior e o interior é abalada, mesmo que as vistas exteriores, concedidas ao espectador, consistam sobretudo em projeções: árvores, praias, parques gravados em time-lapse.
Esta sessão de abertura da MONSTRA termina com “Don’t Know What”, obra austríaca de 8 minutos de duração que quebra as regras clássicas dos géneros cinematográficos, combinando elementos de vídeo-arte, cinema de vanguarda e mainstream.
Realizado, escrito, animado e produzido por Thomas Renoldner, “Don’t Know What” utiliza o método do single frame editing, centrando-se essencialmente no som, sendo que a imagem realista do filme transforma-se em algo surrealista, estruturalista e, por fim, abstrato. Uma composição musical é criada com experiências da voz humana, transformando a linguagem em som e música.
Ao todo, foram cinco filmes que assinalaram o arranque da MONSTRA em 2025.