NOS Primavera Sound

15 Concertos a não perder no NOS Primavera Sound 2018

O NOS Primavera Sound está de regresso para mais uma edição recheada de bons motivos para não abandonar – por nada – o Parque da Cidade do Porto. Estes são os 15 concertos que consideramos obrigatórios na seleção musical de 2018!

Fomos analisar o apetitoso cartaz do NOS Primavera Sound 2018 e escolhemos 15 concertos imperdíveis, 5 por cada dia do Festival. Confere a nossa seleção!

Consulta o cartaz e os horários de todos os concertos aqui.

Fonte: NOS Primavera Sound

Waxahatchee, dia 7 de junho, Palco NOS – 18H20

Waxahatchee

Este é o nosso concerto de eleição para a abertura da edição de 2018 do NOS Primavera Sound. O projeto a ‘solo’ da ex-P.S. Eliot, Katie Crutchfield, apresenta no Palco NOS o quarto álbum de originais, “Out in the Storm”, marcado por história das desilusões, o vazio existencial e a procura pessoal de Crutchfield. Um indie rock de guitarra elétrica ao pescoço que tem tudo para abrir de forma tempestiva e de coração aberto o NOS Primavera Sound 2018.

Rhye, dia 7 de junho, Palco NOS – 20H05

Rhye

Uma pena que o regresso de Rhye ao nosso país tenha de ser dividido com o regresso de Father John Misty. 20 minutos depois da banda natural de Los Angeles subir ao Palco NOS, Josh Tillman apresenta-se no novo palco principal, o Palco SEAT. Aí, as dúvidas serão muitas: continuar a ser seduzidos pela provocadora sonoridade dos Rhye ou entregarmo-nos de joelhos ao Senhor Misty? As dúvidas ficarão desfeitas ao princípio da noite de 7 de junho, mas nenhuma decisão será universal.

Father John Misty, dia 7 de junho, Palco SEAT – 20H25

Father John Misty

Ex-Fleet Foxes e atual padroeiro de uma religião qualquer, Josh Tillman apresenta no Porto o álbum recém editado, God’s Favourite Costumer, um trabalho que surgiu quando ainda estávamos na ressaca de Pure Comedy (2017). Father John Misty traz também na bagagem os êxitos “antigos” de  I Love You, Honeybear (2015) e Fear Fun (2012), portanto é provável que haja a oportunidade de cantar em uníssono um “Bored in te USA” ou “Holy Shit”, canções de mensagem intemporal, ou abrir os corações para registos mais melosos como “True Affction” ou “I Went to the Store One Day”. Com o Sr. Tillman, há garantias de um concerto enérgico, humorado e de conversão à sua religião. Será pecado não o ver.

Lorde, dia 7 de junho, Palco NOS – 22H00

Lorde

Lorde regressa a Portugal (depois de um primeiro concerto no Rock in Rio) e agora é uma mulher diferente. Por ventura mais madura e humana, mas também uma mulher (e uma artista) que se sente no auge das suas capacidades. Lorde sempre se diferenciara dos seus pares, mas em Melodrama (2017) atinge um estatuto que, confessamos, nunca pensámos que pudesse atingir. Com uma produção irrepreensível, o sucessor de Pure Heroine é a banda-sonora perfeita para os nossos picos emocionais, sejam eles compostos por alegrias colossais ou espaços depressivos. Em Melodrama (2017), Lorde conta a sua história, capturando de forma magistral o emotivo processo de maturação de uma jovem com dores de crescimento. Poranto, o que podemos esperar no NOS Primavera Sound é um concerto/acontecimento onde haverá espaço para dançar (“Perfect Places”) e meditar sobre a vida (“Liability”), numa festa povoada por corações explosivos e outros amargurados. Um concerto essencial da edição de 2018 do NOS Primavera Sound.-

Jamie xx, dia 7 de junho, Palco NOS – 00H25

Jamie XX

Passam dias, semanas, meses, anos e In Colour (Young Turks, 2015) torna-se cada vez maior. O que nasceu como o álbum de estreia de uma promissora e solitária carreira de Jamie Smith, máquina dos The XX, acabou por se tornar num disco que reúne a tradição da música de dança dos últimos 20 anos: do garage do Reino Unido ao trance, passando pelo dancehall e pelo pop. E com ele nasce um Jamie xx por inteiro: seja como produtor, como DJ – onde transpira amor pela música disco – ou como membro dos The XX, onde no último álbum teve um papel crucial. Passam dias, semanas, meses e anos e Jamie xx torna-se cada vez mais insubstituível, mesmo após as inúmeras visitas que já nos fez.




Yellow Days, dia 8 de junho, Palco Pitchfork – 19H00

Yellow Days

O disco de estreia de George van den Broek, Everything Okay In Your World? (2017), é muito mais do que uma reflexão de um adolescente a brincar com a sua guitarra em sua casa em Haselmere, uma pequena cidade em Surrey. É um testemunho do seu amor por Ray Charles, cuja alma vagueia por todo o álbum, assim como também funciona como um campo de testes para abordar diferentes estilos como jazz, hip hop e música eletrónica. Tudo isto com 18 anos. Quando Yellow Days subir ao Palco Ptichfork do NOS Primavera Sound, reminiscências de King Krule e Mac DeMarco podem pairar no ar. Isso e mais outra coisa: aquela sensação de que pode estar ali uma estrela em ascensão.

The Breeders, dia 8 de junho, Palco NOS – 20H50

The Breeders

Chegará o dia em que os nossos filhos, os nossos netos nos perguntarão como era a música indie e nós responderemos “Check check check waahhuuuUU AhhhUU AhhhUU bom didi bom bom rat ta ta tat rat ta ta tat boom boom”. Eles imediatamente irão perceber que era um jogo, uma música feliz, louca e divertida como um mergulho em bomba numa piscina. The Breeders eram o rosto feliz da alternativa pop rock dos anos 90. Eram? São! Kim Deal não está preparada para deixar para trás o entusiasmo daqueles fabulosos anos e dedicar-se a cozinhar tartes de maçã.  Ela e o resto do grupo original, que causaram uma reviravolta com Last Slpash (a sua irmã Kelley Deal, Jim Macpherson e Josephine Wiggs) ainda têm o bichinho para produzir novos temas, tocá-los ao vivo e provar que o indie não é um paraíso perdido dos seus anos de juventude. É o Edén onde vão viver para sempre.

Grizzly Bear, dia 8 de junho, Palco SEAT – 20H25

Grizzly Bear

Sempre ouvimos dizer que o diabo se esconde nos detalhes, mas com Grizzly Bear aprendemos que também é o habitat de certas músicas, de certos artistas. Em Horn of Plenty (2004) Ed Droste criou uma gruta para viver, mas com o passar do tempo – e de músicos e de temas…- transformou-a numa mansão. Quartos com espelhos, intermináveis corredores e mosaicos que brilham. Nas paredes, ruínas pintadas que escondem muito mais do que aparentam a uma primeira vista ou a uma primeira audição. Os traços destes artistas de instrumentos sofisticados convidam-nos a ver e assinar uma, duas ou três hipotecas de tempo e a fazer da sua música a nossa residência permanente.

Superorganism, dia 8 de junho, Palco Pitchfork – 22H20

Superorganism

São como um saco de doces e gomas: doces, coloridas, artificiais e claro, infantis. Para trás ficam os dias em que Frank Ocean interpretou o êxito pastilha-elástica Something For Your M.I.N.D e os rumores de que eram um projecto fantasma de Damon Albarn. Da noite para o dia, Superorganism deixaram de ser um enigma desconcertante para se tornarem um dos melhores espectáculos ao vivo do ano. Em palco no NOS Primavera Sound, esta multinacional de sete peças liderada por uma jovem Japonesa de 17 anos (que ainda parece ter metade da idade) são puros confettis audiovisuais na era do meme.

Unkown Mortal Orchestra, dia 8 de junho, Palco Pitchfork – 01H00

Unknown Mortal Orchestra

Um teste à precisão auditiva: descobrir e identificar todo os estilos abrangidos nos temas de Unknown Mortal Orchestra. Vais detectar vestígios dos anos sessenta, elementos soul, traços de indie, rastos de funk, reflexos de pop electrónico… Reduzir todas estas sonoridades a apenas um só estilo (psicadélico, neopsicadélico ou algo do género) é inútil e descobrimos isso logo no single de estreia Ffunny Ffrends. Desde então, percebemos que cada êxito (e existem toneladas: From The Sun, Can’t Stop Checking My Phone, Shakedown Street…) é como um quadro de Bosco formatado à música pop. Múltiplas referências que caminham na mesma direcção: para a felicidade de um pop cintilante.




Luís Severo, dia 9 de junho, Palco SEAT – 17H00

 

Luís Severo

Luís Severo, jovem cantor e compositor português, estreou-se com o bem-sucedido “Cara d’Anjo” (2015) e em 2017 editou o homónimo “Luís Severo”, trabalho aclamado pela crítica especializada e pelo grande público, produzido por Manuel Palha (Capitão Fausto) e Diogo Rodrigues. Escreve canções de amor que ficam no ouvido, com uma lírica marcada por metáforas luminosas e histórias do quotidiano, identificáveis para qualquer um. A sua identidade única no panorama da nova música portuguesa não deixa indiferente os que assistiram às suas performances. Luís Severo foi também produtor de artistas como Filipe Sambado e Éme e compositor em temas de Cristina Branco.

Vagabon, dia 9 de junho, Palco Pitchfork – 19H00

Vagabon

Um minuto de silêncio para o cinismo aplicado ao o rock alternativo. Com Vagabon, história e clichés são os mesmos como é habitual, é verdade, mas desta vez está focada como nunca. Lætitia Tamko uma adolescente de Camerron que se mudou para Nova Iorque e descobriu na guitarra indie o altifalante perfeito para todas aquelas raparigas que na escola secundária foram tratadas como estranhas pelas crianças populares. Na actualidade, em que conceitos como DIY, underground e lo-fi parecem ter perdido o verdadeiro significado, esta autodidacta multi-instrumentista ressuscita cada um deles, pois acredita em cada um deles. E nos acreditamos neles graças a ela.

Nick Cave & the Bad Seeds, dia 9 de junho, Palco NOS – 22H05

Nick Cave and the Bad Seeds

Como clássico artista moderno que é, Nick Cave desenvolveu diferentes personalidades ao longo de quarenta anos de carreira: a de punk selvagem, o crooner noturno de alma negra, o poeta romântico do virar do século, o impetuoso pregador… Um glorioso guarda-fatos de fantasias que, quando alinhadas, transmitem a verdade suprema: o australiano é a maior estrela rock. No entanto, no seu mais recente disco Skeleton Tree todas as máscaras caiem. Adeus personalidades, olá pessoa. Até logo representação, bem-vinda confissão. Um trabalho de luto, de dolorosa verdade em que Nick Cave abandona a vida de artista e torna-se o artista da vida. Demorou mais de um ano para que tivesse a coragem de levar este repertório aos palcos. Não é surpreendente: interpretar estas músicas é um desafio artístico e emocional que certamente levará o artista e o público à exaustão.

The War on Drugs, dia 9 de junho, Palco SEAT – 23H40

The War On Drugs

The War on Drugs é um lugar, uma ideia, um espectro sonoro. Uma estrada deserta que se perde no horizonte durante o pôr-do-sol. São o feitiço: se um tema de Adam Granduciel te rodeia, fala contigo e te reconforta, estás perdido. Os álbuns de The War on Drugs, especialmente desde o momento de reflexão imposto em Lost In the Dream fazem isto: uma vez que te apanham, ficam para sempre contigo. A Deeper Understanding, o último disco, serve precisamente para o que diz no título, para entendermos com maior profundidade o rock evocativo, milimétrico e empático de Granduciel. Para recriar a natureza sonhadora e acomodar-se no colchão sonoro que une todas as composições e viver nos 11 minutos e 11 segundos de Thinking Of A Place, a tranquilidade a produzir música. Para concluirmos que nunca outra banda que soou a tantas coisas ao mesmo tempo tinha suado a algo tão único e inimitável.

Mogwai, dia 9 de junho, Palco NOS – 00H45

NOS Primavera Sound
Mogwai

Vamos sempre esperar por eles …. E pedir o inesperado. Desde a última visita ao Porto, há quatro anos, que aguardamos ansiosamente o regresso de Mogwai e a impaciência só aumentou ainda mais quando lançaram Every Country’s Sun. Já há algum tempo que estes escoceses têm o prazer de organizar boas festas no escuro do nosso festival, agora esperamos por ouvir estes novos 11 temas que vão para além do rock: músicas que inspiram as paisagens e expiram as épicas bandas sonoras escritas por estes falsos brutos. Temos andado a contar os anos para o seu regresso, agora contamos os dias.

 

 

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