A linha ténue que separa Hollywood e Política: O caso Iron Fist

Há um caso que se distancia dos restantes. Um que tem gerado uma onda gigantesca de revolta e que foge à regra: o caso de Iron Fist.


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No entanto, este não é o caso de Iron Fist, o mais recente super-herói da parceria da Marvel com a Netflix. Segundo as bandas-desenhadas, Danny Rand é caucasiano e, na sua adaptação televisiva, é Finn Jones (Game of Thrones) que dá corpo à personagem (também ele caucasiano). Nas redes sociais surgiu uma onda de revolta porque, dadas as ligações de Danny Rand à cultura asiática, muitos fãs viram a oportunidade de diversificar o atual panorama de super-heróis com um protagonista asiático. A Netflix não respeitou os seus desejos e a onda de indignação forçou o ator Finn Jones a abandonar o Twitter.

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Iron Fist

Aqui, a situação inverte-se. Por se manterem fiéis à banda-desenhada, a equipa de Iron Fist foi vítima de um ódio inexplicavelmente agressivo que, em consequência, refletiu-se numa depreciação geral da crítica (e de algum público) assim que a série foi lançada. Ainda que gostos não se discutam, é aqui que a linha ténue que separa Hollywood da política é necessária. A qualidade de Iron Fist (consultem a nossa análise aqui) como produto televisivo não deve ser comprometida pela fervura da diversidade. Danny Rand pode ter ligações à cultura asiática, mas não é asiático. Até que ponto podemos promover a diversidade cultural – e a outros níveis – no cinema e na televisão quando o material de origem é antigo e caucasiano? Tendo em conta isto, como podemos não comprometer a essência do enredo e das personagens ou fazer alterações tendo por base estereótipos que prejudicam este processo?

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Iron Fist

Numa opinião pessoal, considero que o importante é criar oportunidades para todos e a todos os níveis. No que diz respeito a adaptações, é preferível optar-se por um material rico em diversidade e, no caso de não o ser, de avaliar bem as situações. Se algumas trocas que, por sua vez, se adequam a fazer um retrato mais fiel da população não interferirem com o enredo ou, inclusive, lhe acrescentarem uma nova camada, essas mudanças poderão ser benéficas para o produto artístico. Se as mudanças comprometerem a história ou afetarem negativamente o fluxo dos acontecimentos, estas oportunidades podem sempre surgir noutras áreas do filme ou série, seja como elenco secundário ou até mesmo como equipa técnica dos mesmos. Claro que estas questões são ainda problemáticas e a resposta em Hollywood tem sido variada mas esperemos, acima de tudo, que esta controvérsia consiga perder a sua força e que a sociedade se vá encorajando a si mesma a aceitar a sua bonita multiculturalidade.

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Qual é a vossa opinião sobre Iron Fist?


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