Óscares 2019

A Caminho dos Óscares 2019: Os favoritos ao prémio de Melhor Ator

[tps_header]

A temporada de prémios já começou. Daqui até fevereiro, muitos candidatos vão emergir e outros… eclipsar-se-ão. No entanto, nesta fase, existem pelo menos 12 atores bem posicionados para vencer o Óscar de Melhor Ator. Venha descobri-los. 

[/tps_header]

À falta de um candidato mais proeminente, diríamos que “Assim Nasce uma Estrela” é o prematuro front runner desta Oscar season incerta e imprevisível, em quase todas as categorias. Como tal, é natural que a estrela (já nascida) por detrás desse pujante fazedor de lágrimas parta na frente em várias categorias. Falamos de Bradley Cooper que se estreia na realização com um filme onde é protagonista, argumentista, produtor e onde ainda compõe algumas das canções originais da banda sonora. Olhando para todos os ofícios de Cooper atrás e à frente das câmaras, somos tentados em afirmar que é na representação em que ele mais evidencia o seu talento: uma performance sublime, a melhor da sua carreira.

Mas num ano (reiteramos) imprevisível como este, a categoria de Melhor Ator nos Óscares revela-se como uma das mais excitantes, e promete estar longe de ter um vencedor antecipado. Bradley Cooper tem adversários poderosíssimos no seu caminho, num ano onde os cinco nomeados podem pertencer todos à A-list de Hollywood.

Nas próximas semanas analisaremos, com detalhe, outras categorias principais nos Óscares 2019, cuja cerimónia se realiza a 24 de fevereiro. Hoje dedicamos este espaço à análise dos principais candidatos a ocupar as cinco vagas de nomeados, que serão conhecidos a 22 de janeiro.

BRADLEY COOPER por Assim Nasce Uma Estrela

assim nasce uma estrela
ASSIM NASCE UMA ESTRELA (2018) com Bradley Cooper e Lady Gaga

É elementar concluir que, por detrás de um filme aclamado pela crítica e pelo público, só podem surgir fortes candidatos aos Óscares. Mas Cooper, na categoria de Melhor Ator tem vários adversários, sendo que os principais poderão ser o Bradley Cooper produtor e o Bradley Cooper realizador. Só Sir Laurence Olivier (com “Hamlet” em 1949) foi capaz de vencer o Óscar de Melhor Ator e Melhor Filme (tendo sido também nomeado para Melhor Realizador) no mesmo ano e pela mesma obra. Clint Eastwood, Woody Allen, Warren Beatty e Kevin Costner são outros atores-realizadores que venceram o Óscar de Melhor Realizador por filmes que protagonizaram (mas deixaram escapar o prémio na categoria de Melhor Ator). Ninguém, até hoje, venceu os prémios de Melhor Filme, Ator e Realizador pelo mesmo filme: Cooper não tem a História a seu favor, mas pode mudá-la.

A nomeação parece ser uma certeza a somar às três nomeações que o ator tem enquanto performer (“American Hustle”, “American Sniper” e “Silver Linings Playbook”), mas é em “Assim Nasce Uma Estrela” que ele se transcende como ator e à quarta pode ser mesmo de vez.

Lê Também:   Assim Nasce Uma Estrela, em análise




RYAN GOSLING por O Primeiro Homem na Lua

First Man
Ryan Gosling em “First Man”

Ryan Gosling, nomeado ao Óscar de Melhor Ator por “La La Land”, arrisca-se a arrecadar uma nova nomeação por um filme realizado por Damien Chazelle. Em “O Primeiro Homem na Lua”, Gosling encarna o homem Neil Armstrong, o pai, o marido, o ser-humano frágil e complexo. Trata-se de (mais uma) interpretação subtil, mas recheada de subtexto, e isso pode ser uma desvantagem para Gosling na hora de decidir um vencedor: a Academia tende a premiar as interpretações mais transformadoras ou emocionalmente mais devastadoras – e Gosling não preenche nenhum desses requisitos. A nomeação, pelo menos, dificilmente não será dele.




VIGGO MORTENSEN por Green Book – Um Guia Para a Vida

Green Book
Viggo Mortensen e Mahershala Ali

A comédia dramática de Peter Farrelly, “Green Book”, é uma das grandes surpresas da temporada, ao ter vencido o importante Prémio do Público do Festival de Toronto, e é também um temível dark horse em diversas categorias. Os seus grandes trunfos são as prestações dos seus dois atores principais: Viggo Mortensen e Mahershala Ali (que vai em busca do seu segundo Óscar de Melhor Ator Secundário).

Viggo Mortensen, aos 60 anos, segue no encalço da sua terceira nomeação na carreira (depois de “Promessas Perigosas” e “Capitão Fantástico”), e pode ter aqui a sua grande chance de conseguir o primeiro Óscar. É, nesta fase, o grande opositor de Bradley Cooper.




CHRISTIAN BALE por Vice

vice christian bale
“Vice”

A temporada de prémios está longe de terminar e prova disso é que há um concorrente de peso nesta categoria cujo filme ainda não foi exibido para os votantes nos múltiplos prémios que inundam os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Chama-se “Vice”, é realizado por Adam McKay (o mesmo de “The Big Short”), e é uma cinebiografia de Dick Cheney, considerado o mais poderoso vice-presidente dos EUA de sempre, durante a administração do presidente George W. Bush.

Pelas primeiras imagens já conhecidas, Christian Bale parece ser uma cópia decalcada ao detalhe de Dick Cheney, e o primeiro trailer deixa antever que o filme de McKay não pode ser esquecido nesta fase. Bale venceu o Óscar de Melhor Ator Secundário por “The Fighter”, de David O. Russell e, apesar de ser considerado um dos mais talentosos atores da sua geração, tem apenas no currículo uma nomeação na categoria de Melhor Ator (por “American Hustle”). “Vice” pode ser o título da sua consagração.

Lê Também:   Christian Bale irreconhecível em Vice




ETHAN HAWKE por No Coração da Escuridão

First Reformed
First Reformed

As regras dizem que, se queres ganhar um Óscar, deves fazer parte da equipa de um filme que estreie nos EUA algures entre setembro e dezembro. Não é o caso de “No Coração da Escuridão”, de Paul Schrader, que estreou no longínquo mês de maio na América. Então porquê que estamos a falar aqui de Ethan Hawke? Porque neste brilhante filme de Schrader, Hawke oferece talvez a sua melhor prestação de sempre, e merece ser coroado com uma nomeação na categoria de Melhor Ator. Apesar de ter trabalhado com realizadores como Richard Linklater, Peter Weir, Alfonso Cuarón, Sidney Lumet, Abel Ferrara, Alejandro Amenábar ou Luc Besson, Hawke tem apenas duas nomeações aos Óscares em categorias de ator (secundário). Francamente escasso para um performer com o seu talento.




RAMI MALEK por Bohemian Rhapsody

Bohemian Rhapsody
Bohemian Rhapsody

O que têm em comum “O Leitor”, “A Dama de Ferro” e “Um Sonho Possível”? São filmes recebidos de forma agridoce pelos críticos e que conquistaram o Óscar de Melhor Atriz para Kate Winslet, Meryl Streep e Sandra Bullock. O filme de Bryan Singer sobre os Queen e o seu líder Freddie Mercury parece estar a seguir os mesmos passos dos três filmes citados, apesar das óbvias diferenças: Rami Malek não tem o star power das três atrizes mencionadas e é um performer masculino (o Óscar de Melhor Ator possui uma correlação mais efetiva com os nomeados para Melhor Filme do que no caso da categoria feminina – que muitas vezes dispensa a nomeação do filme na categoria principal).

Dito isto, a relação de amor-ódio que existe quando se fala de “Bohemian Rhapsody” pode ter dois efeitos: fazer com que o filme seja continuamente falado, favorecendo a presença de Rami Malek no decurso da temporada e sustentando a sua nomeação nos Óscares, ou fazer cair o filme numa espiral de criticismo que prejudique as intenções de Malek. Em todo o caso, é um concorrente que não pode ser descartado (até para vencer).

Lê Também:   Bohemian Rhapsody, em análise




LUCAS HEDGES por Boy Erased ou Ben Is Back

Boy Erased
Lucas Hedged em “Boy Erased”

No ano passado, quando víamos Lucas Hedges no elenco de “Lady Bird” e “Três Cartazes à Beira da Estrada”, estávamos longe de imaginar que o jovem ator regressaria este ano com mais dois papéis de peso diretamente atirados à temporada de prémios (aos quais se soma a participação secundária no filme de Jonah Hill, “Mid90s”). Hedges foi catapultado para a fama através da sua assoladora performance em “Manchester by the Sea” e parece não querer sair do Oscar radar. Diz-se que é com “Boy Erased” (onde contracena com Nicole Kidman – favorita para a nomeação em Melhor Atriz Secundária -, interpretando um jovem homossexual que é enviado para uma terapia que pretende “curar” a sua orientação sexual) que as suas probabilidades de ser nomeado são maiores, mas não esqueçamos “Ben Is Back” (onde partilha a cena com Julia Roberts – também ela regressada à Oscar season).

No fim de contas, pode acontecer algo para o qual Lucas Hedges tem de estar preparado: a probabilidade de ser muito bom como protagonista das duas obras, os votantes dividirem-se e… ele acabar nomeado para coisa nenhuma.




JOHN DAVID WASHINGTON por BlacKkKlansman

BlacKkKlansman
BlacKkKlansman

O protagonista do filme de Spike Lee quer seguir os passos do seu pai (Denzel Washington, duplamente oscarizado), mas não terá tarefa fácil num ano povoado por várias interpretações masculinas merecedoras de nomeação. “BlacKkKlansman” é um filme importante para os nossos tempos – e a Academia tem especial gosto em galardoar filmes “importantes” – mas não estamos certos que isso será suficiente para John David Washington ser um dos cinco nomeados em Melhor Ator. Para tal acontecer, é quase essencial que tanto o filme, como o seu realizador e argumento sejam também nomeados.

Lê Também:   BlacKkKlansman: O Infiltrado, em análise




ROBERT REDFORD por The Old Man and the Gun

The Old Man and the Gun
Robert Redford em “The Old Man and the Gun”

Como é possível chegarmos a 2018 e Robert Redford ter no seu currículo apenas uma nomeação para Melhor Ator (“The Sting”, 1973)? O ator acabou por ser laureado com um Óscar Honorário em 2002, e venceu o prémio de Melhor Realizador por “Ordinary People” em 1980 mas, em matéria de atuações, não há um único Óscar na prateleira lá de casa. Em “The Old Man and the Gun” (realizado por David Lowery, o mesmo de “Ain’t them Bodies Saints” e “A Ghost Story” – mal-amado pelos distribuidores portugueses que teimam em lançar diretamente em DVD as obras deste talentoso realizador), Redford tem aquele que, à partida, será o seu último trabalho como ator. Será isso suficiente para entrar nos cinco nomeados? Segundo os principais sites de apostas, pode ser suficiente, sim… até porque Redford tem em “The Old Man and the Gun” uma das suas mais ternas e charmosas interpretações de sempre.




CLINT EASTWOOD por Correio de Droga

Clint Eastwood The Mule
Clint Eastwood

A presença de Clint Eastwood na corrida ao Óscar 2019 tem tanto de surpresa como de imprevisibilidade. Clint regressa como ator num filme realizado por si mesmo, “Correio de Droga” (“The Mule”, no original). Falamos em surpresa porque a sua estreia para este ano foi anunciada há relativamente pouco tempo, o que demonstra alguma confiança por parte da Warner Bros. ao submeter o filme ao escrutínio da temporada de prémios. Por outro lado, os filmes realizados por Clint Eastwood já tiveram melhores dias (e já foram mais amados pela Academia), pelo que será difícil prever quão aclamada será esta sua nova obra.

Em todo o caso, e à semelhança do que acontece com Robert Redford, também este deverá ser o último papel de Clint Eastwood antes da reforma anunciada. Será que a Academia vai querer oferecer-lhe uma festa de despedida em grande?



WILLEM DEFOE por At Eternity’s Gate

At Eternity’s Gate
At Eternity’s Gate

Willem Dafoe foi no ano transato, e durante muito tempo, front runner na categoria de Melhor Ator Secundário pelo filme de Sean Baker, “The Florida Project”, mas no fim, as suas aspirações acabaram por perder fôlego. Dafoe regressa este ano com um novo filme para os amantes do circuito art-house: “At Eternity’s Gate”, onde interpreta Vicent van Gogh, uma prestação que lhe valeu o prémio de melhor ator no último Festival de Veneza.

Dafoe pode não ser um claro favorito nas casas de apostas, mas se tiver o esperado apoio dos círculos de críticos (que distribuem dezenas de prémios nas primeiras semanas da temporada), pode construir um momentum que o mantenha em cotação para os Óscares.



HUGH JACKMAN por The Front Runner

The Front Runner
The Front Runner

A piada fácil: Hugh Jackman não é claramente o front runner desta corrida. Jackman conta apenas com uma nomeação para os Óscares (por “Os Miseráveis”) e terá tarefa difícil se se quiser intrometer na corrida deste ano. O filme de Jason Reitman (o segundo deste ano, depois de “Tully”) tem somado reações mistas, o que não favorece as intenções de Hugh Jackman de ver a sua interpretação do Senator Gary Hart nomeada ao Óscar de Melhor Ator.

No entanto, sendo Hugh Jackman um ator da A-list de Hollywood, uma nomeação nos Globos de Ouro afigura-se provável, o que o poderá ajudar na reta final da temporada.

O que pensas destes potenciais candidatos a uma nomeação à estatueta dourada?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *