Óscares 2019 | As nomeações mais chocantes e históricas
As nomeações para os Óscares de 2019 foram cheias de surpresas, desde as categorias mais mediáticas até aquelas de que pouca gente fala.
BLACK PANTHER FAZ HISTÓRIA

Admitimos que este primeiro slide não se refere a nenhuma surpresa particularmente chocante. Aliás, diríamos mesmo que o triunfo de “Black Panther” nos Óscares tem sido algo previsto pelos prognosticadores mais ferrenhos desde a estreia do filme em fevereiro do ano passado. Contudo, considerando a quantidade de records históricos que o filme e seu sucesso representam, achamos bem pô-lo em destaque.
Lembremo-nos que, durante anos, era uma verdade convencionalmente aceite que a razão pela qual Hollywood não apostava em blockbusters, especialmente projetos de super-heróis, focados em protagonistas femininas ou pertencentes a minorias étnicas era a falta de viabilidade comercial de tais aventuras. Com “Mulher-Maravilha” e agora “Black Panther”, já está mais que provado que tal lógica é errónea e serve somente como desculpa para esconder o racismo e sexismo enraizados na indústria cinematográfica. De facto, “Black Panther” foi um dos filmes mais lucrativos de 2018, tornou-se no primeiro filme de super-heróis a ser nomeado ao Óscar de Melhor Filme na história da Academia e é também o nomeado com maiores números de box office a alcançar tal honra desde “Avatar” em 2010. Este reconhecimento serve de validação e prova que políticas de representação progressivas não são só algo bom por razões éticas, também são ótimas para encher a carteira dos produtores e acrescentar muitos troféus às prateleiras dos cineastas.
Outra das formas como “Black Panther” está a fazer História no panorama dos Óscares devém da sua nomeação para Melhor Cenografia. Hannah Beachler, designer dos cenários do filme, tornou-se na primeira pessoa negra a ser indicada para tal honra. Depois de 91 anos de existência dos Óscares, tal facto é hediondo. Como é possível ter demorado tanto? Pelo menos, já aconteceu e não podia ter acontecido a alguém mais merecedora que Beachler e suas criações afrofuturistas.