“Pink Tide” é o novo single dos Silverbacks

Uma vez ouvido “Pink Tide” percebe-se o nome. O novo single dos pós-punkers não chega a ser cor-de-rosa, mas anda lá perto. Metaforicamente falando, claro.

Se forem ao Spotify verão que se começa a desenhar o álbum que os Silverbacks têm prometido, ainda sem qualquer anúncio oficial, para este ano de 2019. O novo single “Pink Tide”, lançado ontem, aparece agrupado a “Dunkirk” e “Just in the Band”, divulgados respectivamente em junho e novembro de 2018. Tal como os dois anteriores, foi produzido e gravado por Daniel Fox (Girl Band) e masterizado por TJ Lipple. A arte de capa é da autoria de Cameron Francis Tayler, que já concebera também a de “Dunkirk”.

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Os Silverbacks começaram, em 2015, como um projecto dos irmãos Daniel O’Kelly (voz e guitarra) e Kilian O’Kelly (voz e guitarra), de ascendência irlandesa mas infância belga (não faltam ameaças de um álbum pós-punk conceptual em francês). Depois do single “Fad 1995” e o seu segundo, auto-editado álbum Hot Bath terem sido muito bem recebidos, a banda acrescentou ao alinhamento Peadar Kearney (guitarra), Emma Hanlon (voz e baixo) e Gary Wickham (bateria). Depois de um single avulso lançado em 2017, “Just For a Better View”, e um EP, Sink the Fat Moon, em 2018, a banda juntou-se a Daniel Fox e começou a divulgar os singles que virão a integrar o seu primeiro álbum como um quinteto. O que ouvimos até agora promete confirmar os Silverbacks como mais uma forte razão para sintonizar as antenas na direcção de Dublin, ou mesmo fazer as malas e mudarmo-nos definitivamente para lá.

“Pink Tide” começa de facto com um motivo ondulado, se bem que sempre dentro do estilo seco e urgente, em staccato, a que a banda já nos habitou, sugestivo de algumas das influências pós-punk e new wave invocadas, como os Television, Talking Heads ou The Fall. O ondulado dá lugar à onda propriamente dita no refrão, onde origens sonoras mais recentes, vindas da década de 2000 (mas não só), afloram melódicas.

Neste breve pérola pop, tudo é dito tão bem e sucintamente que cada segmento não faz senão despertar uma sede que se recusa depois a saciar. A acre suavidade do motivo de baixo das estrofes depressa cede o destaque à doce, amargamente curta melodia de guitarra do refrão ou da ponte. O cor-de-rosa vem com travos de perene insatisfação, como em toda a grande obra de arte. Não há dúvida que, nas palavras da banda, o motivo da coda encontrou aqui o lar perfeito.

Andámos a brincar com o motivo de guitarra da coda durante algumas semanas e que tínhamos inicialmente anexado a outra demo, pobremente intitulada “Mark E. Smith Eats His Purple Crayon”. No final percebemos que o motivo merecia melhor e começamos a escrever o que se veio eventualmente a tornar “Pink Tide”.

SILVERBACKS | “PINK TIDE”

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