Primeira Guerra Mundial

Os Melhores Filmes sobre a Primeira Guerra Mundial

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Neste Dia do Armistício em que se celebram cem anos desde o fim da 1ª Guerra Mundial, vem conhecer alguns dos melhores filmes que retratam este importante conflito bélico da nossa História.

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Desde os primeiros anos desse conflito que a 2ª Guerra Mundial tem sido uma presença constante nos cinemas de todo o mundo. Atualmente, o número de filmes com esta temática é tão colossal, que quase poderíamos categorizá-los como um subgénero do filme de guerra. Em contraste, é raro encontrarmos grandes produções que deem semelhante relevo e atenção à 1ª Grande Guerra cujo rescaldo abriu caminho para esse outro cataclísmico conflito que Hollywood tanto adora retratar,

As razões para tal desinteresse são óbvias. A 2ª Guerra Mundial, não obstante muitas ações tomadas pelos americanos na frente do Pacífico que podemos facilmente considerar como crimes de guerra, representa um conflito histórico facilmente tornado numa narrativa onde existem heróis e vilões. Afinal, dizer que esta guerra não deveria ter acontecido é quase equivalente a defender a noção que Hitler devia ter sido deixado em paz na sua conquista do mundo e aniquilação do povo judeu. No que diz respeito à 1ª Guerra Mundial, tais simplismos morais são impossíveis.

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É difícil reduzir as origens da 1ª Guerra Mundial a uma dinâmica a preto-e-branco entre os maus e os bons, sendo que todo o mundo era um barril de pólvora à espera de rebentar e, se há um fator culpado acima de todos os outros, é a ascensão desmesurada do poder de impérios transcontinentais que foram subsequentemente dissolvidos. Além do mais, é inconcebível retratar o fim da 1ª Guerra Mundial como uma vitória, quando sabemos que o seu fim foi somente um prólogo para a 2ª. Em suma, face aos fatores complexos que a causaram e à perda que ela veio trazer ao mundo, é complicado defender esta guerra e ainda mais complicado romantizá-la. Nem sempre foi assim, convém dizer.

Durante os anos 20 com a solidificação de Hollywood como a fábrica dos sonhos, muitos eram os grandes épicos românticos com a 1ª Guerra Mundial a servir de pano de fundo. Histórias de heróis trágicos que serviram de base para as carreiras de estrelas do mudo como John Gilbert e Charles Farrell. Até os primeiros Óscares, entregues em 1928, foram dominados pela temática bélica, com “Asas”, um drama sobre dois pilotos americanos envolvidos num triângulo amoroso durante o tempo de guerra, a ganhar Melhor Filme e “Sétimo Céu”, um romance rudemente interrompido pelo drama do campo de batalha, a ser um dos três filmes a serem honrados com o primeiro prémio de Melhor Atriz.

mulher maravilha primeira guerra mundial
Muitas pessoas só viram esta guerra em cinema com a Mulher Maravilha.

Com a chegada do sonoro e as primeiras insinuações que mais uma guerra à escala global não estaria longe, o cinema sobre a 1º Guerra Mundial começou a ver nascer uma corrente de ideologia antiguerra no seu âmago. Em 1930, Lewis Milestone estreou “A Oeste Nada de Novo”, uma das primeiras obras-primas do sonoro e um filme sobre a 1ª guerra Mundial que dava humanidade a ambos os lados do conflito, traçava o efeito venenoso de nacionalismos selvagens e ilustrava o horror inglório da guerra. Este era um filme sem heróis, só vítimas, e ainda hoje é impactante. A obra viria a ganhar também o Óscar de Melhor Filme.

No prelúdio da 2ª Guerra Mundial, o cinema francês encheu.se de exercícios sobre os erros da guerra mundial passada, com “Cruzes de Madeira” de Raymond Bernard e “Grande Ilusão” de Jean Renoir a exporem visões complexas e infernais do conflito e seu sacrifício de vidas humanas. Com o advento da nova guerra, contudo, tais obras deixaram de ser feitas e passaram a ser os EUA a exumar o fantasma da 1ª Guerra Mundial como propaganda cinematográfica para ajudar à vitória no novo conflito. Filmes como “Sargento York”, “Wilson” e “Yankee Doodle Dandy” são títulos importantes nesta conjetura.

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, contudo, olhar para trás, para a batalha de impérios da 1ª Grande Guerra, deixou de fazer sentido para os cineastas do mundo. Só já pelo final dos anos 50 e na década de 60 é que começamos a denotar um retorno à temática, desta vez sob a forma de enormes críticas sociais ao esforço bélico e aos valores que tipificaram a sociedade que viu florescer no seu seio as sementes do conflito bélico.

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Estas explorações históricas ganharam Óscares e elevaram cineastas como Stanley Kubrick e David Lean ao patamar de lendas, mas é por vezes difícil não supor que, se pudessem, alguns destes realizadores teriam feito as suas dissecações sociopolíticas sobre a 2º Guerra Mundial se tal fosse aceitável para as audiências da época. Dizemos isto, pois daí para a frente, filmes com estas intenções críticas passaram a focar-se ora na 2ª Guerra Mundial ou na Guerra do Vietname, deixando a 1ª Guerra Mundial para trás, fora dos grandes ecrãs e num processo de crescente abstração.

É evidente que continua a haver filmes sobre a 1ª Guerra Mundial, mas é triste pensar que, no centenário do Armistício, muitas pessoas só terão visto o conflito dramatizado em “Mulher-Maravilha”, onde as forças alemãs são de tal modo vilificadas que é difícil não as ver como nazis num figurino diferente. Tal representação tem valor, mas não devíamos deixar que um dos eventos históricos mais importantes do século XX fique perdido na mentalidade coletiva, pois se assim for corremos ainda mais perigo de estar sempre a repetir os mesmos erros do passado numa dança cíclica sem fim.

– CA

Segue as setas para explorares e descobrires alguns dos melhores filmes sobre a temática da 1ª Guerra Mundial. Se tens mais algumas sugestões, deixa-as nos comentários.




“The Big Parade” (1925), de King Vidor

Primeira Guerra Mundial

“The Big Parade” (“A Grande Parada”, 1925) foi o filme que elevou King Vidor ao estatuto de grande realizador da MGM, numa das primeiras produções do estúdio que se tornou um grande sucesso comercial. Nele, encontramos Jim é um jovem rico que nunca trabalhou. Quando a Primeira Guerra Mundial rebenta, Jim é presionado pela sua namorada a alistar-se com outros jovens. Quando chega a França dá conta que a guerra não é aquilo que esperava.




“Wings” (1927) de William A. Wellman

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Filme de 1927, “Asas”, no título português fala-nos sobre a Primeira Guerra Mundial, através de uma perspectiva americana. O filme foi o primeiro a ganhar o Óscar de Melhor Filme (neste caso de Melhor Produção, uma vez que a categoria mais importante ainda não existia) e foi um enorme sucesso nas salas de cinema. Embora seja desconsiderado por muito nos dias que correm, “Asas” foi um filme pioneiro não só nas suas filmagens, com filmagens com acrobacias áreas que duraram dois meses, além de ser um dos primeiros filmes a ter um beijo entre dois homens. O filme acompanha Jack Powell (Charles “Buddy” Rogers ) e David Armstrong (Richard Arlen), dois vizinhos que eram apaixonados pela mesma mulher (Jobyna Ralston). No entanto, Mary (Clara Bow) não perde as esperanças de se casar com Jack, apesar deste jamais estar interessado nela. Jack e David deixam as diferenças de lado quando são convocados para servir na força aérea americana. No clímax do filme (no momento da histórica Batalha de Saint-Mihiel) uma série de eventos colocam os dois protagonistas numa situação bastante delicada.




“Os Anjos do Inferno” (1930), de Howard Hughes

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Os irmãos Monte e Ray deixam Oxford para se juntar Royal Flying Corps. Ray ama Helen; Helen gosta de um caso com o Monte; antes de partirem para a Alemanha, eles a encontram nos braços de outro homem.




“A Oeste Nada de Novo” (1930), de Lewis Milestone

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Em 1914, numa pequena cidade alemã, soldados marcham para a guerra. Ao vê-los passar, um professor insiste para que aos seus alunos a se alistarem. Paul Bäumer, Leer e cinco outros amigos atendem ao apelo do professor e alistam-se. Ao chegarem ao campo de treinamento, os jovens recebem instruções do sargento Himmelstoss, o ex-carteiro de sua cidade que se tornou um homem violento e sádico.  Terminado o treinamento, o grupo é enviado ao front.  Eles desembarcam numa cidade francesa bombardeada.  As tropas alemãs sofrem com a falta de suprimentos e comida.




“Les Croix des Bois” (1932), de Raymond Bernard

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Devido ao sucesso comercial de Faubourg Montmartre, Raymond Bernard pôde se debruçar mais uma vez sobre as superproduções, que ele amava tanto. O romance de Roland Dorgelès, “Les Croix des Bois”, um dos mais belos testemunhos da guerra 1914 – 1918 e sobre a guerra em geral, propiciou-lhe  ocasião de realizar mais um grande espetáculo. Durante a Primeira Guerra Mundial, o jovem estudante de Direito, Gilbert Demachy (Pierre Blanchar), se alista, decidido a enfrentar o invasor alemão.  A frente de batalha está estabilizada nas planícies de Champagne. Os exércitos francês e alemão aguardam nas trincheiras a ofensiva do inimigo. No 39º regimento de infantaria, Gilbert faz amizade com Bréval (Charles Vanel), Sulphart (Gabriel Gabrio) e outros companheiros. Depois vêm as patrulhas e os confrontos. Ele descobre os horrores da guerra e morre nesse inferno.




“A Grande Ilusão” (1937) de Jean Renoir

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Durante a Primeira Guerra Mundial, em um campo de prisioneiros na fronteira franco-alemã, as dificuldades levam homens antes inimigos a se unirem. Os gestos de solidariedade prevalecem sobre o conceito de nacionalidade e razões políticas. As ligações entre os dois oficiais inimigos parecem mais fortes que as de soldados de um mesmo exército. Segundo Renoir, que serviu no Esquadrão de Reconhecimento de seu país durante a Primeira Guerra, este filme é baseado em fatos reais.




“A Rainha Africana” (1951) de John Huston

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Realizado por John Huston este filme é sobre Charlie, um aventureiro em África durante a I Guerra Mundial. Em 1914, Charlie (Humphrey Bogart), capitão do pequeno barco “Rainha de África”, com o qual faz contrabando de bebidas alcoólicas, é persuadido por Rose Sayer a descer o rio Congo e usar a embarcação para atacar um navio de guerra Alemão.




“Horizontes de Glória” (1957), de Stanley Kubrick

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A partir de um romance de Humphrey Cobb, Kubrick aborda a questão dos fuzilamentos militares no interior do exército francês durante a primeira Grande Guerra. Kirk Douglas é o oficial que vai defender os três soldado. A partir de um romance de Humphrey Cobb, Kubrick aborda a questão dos fuzilamentos militares no interior do exército francês durante a primeira Grande Guerra. Kirk Douglas é o oficial que vai defender os três soldados “escolhidos” para serem julgados e servirem de exemplo.




“A Grande Guerra” (1959), de Mario Monicelli

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primeira guerra mundial

Itália, 1916. Oreste Jacovacci e Giovanni Busacca são recrutados para servir o exército e defender o país na Grande Guerra. Os dois tentam de todas as formas fugir do serviço, mas o destino os força a lutar no front, liderando a tropa e se tornando responsáveis por decisivas missões.




“Lawrence da Arábia” (1962), de David Lean

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Um clássico galardoado com sete Óscares sobre a odisseia heróica de um oficial britânico pelo Médio Oriente. Baseado nas memórias do militar britânico T.E.Lawrence “Os Sete Pilares da Sabedoria”, o filme acompanha as aventuras de Lawrence no deserto e a sua corajosa jornada que reuniu diversas facções árabes numa única frente contra o Império Turco, aliado da Alemanha, durante a Primeira Guerra Mundial.




“King & Country” (1964) de Joseph Losey

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O soldado britânico Arthur James Hamp (Tom Courtenay), acusado de tentar desertar, durante um combate em França, na Primeira Guerra Mundial, encontra-se preso à espera de julgamento, sem compreender a gravidade da situação. Destacado para o defender é o capitão (Dirk Bogarde), a princípio cínico quanto a casos destes, mas que depois se compadece, ao ver que Hamp não tem noção da gravidade dos seus actos e não terá agido de má fé. Resta tentar convencer o tribunal militar, o qual tem que dar exemplos e tratar cada caso, e cada pessoa como peças de uma engrenagem que não pode falhar e tem de funcionar ordeiramente.




“Gallipoli” (1981), de Peter Weir

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Mel Gibson e Mark Lee interpretam dois jovens recrutas patrióticos na mal organizada e desastrosa Batalha de Gallipoli, na Turquia, durante a Primeira Guerra Mundial. Ambos cruzam continentes e oceanos, sobre pirâmides e caminham pelas antigas areias do Egito para juntar-se ao regimento na batalha de Gallipoli. Os ecos da história misturam-se com o destino desses amigos, à medida que eles se tornam parte de um lendário confronto na 1ª Guerra Mundial, entre Austrália e os turcos, aliados da Alemanha – uma batalha que significou para os australianos o que Álamo significou para os americanos. O resultado é um impressionante e inesquecível filme. Honra. Amizade. Guerra.




Les destinées sentimentales (2000), de Olivier Assayas

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Quando Jean e Pauline se encontram pela primeira vez em Barbazac durante um baile, ela tem vinte anos de idade. Ele é pastor, pai de família e acaba de renunciar ao fracasso da sua união com Nathalie. Quaisquer que sejam as pressões da boa sociedade protestante que os cerca, os seus destinos estão ligados. Com todas as reviravoltas de um mundo em mudança, o romper da Primeira Guerra Mundial, o amor entre Jean e Pauline continua tão forte que é capaz de superar qualquer coisa.




“Um Longo Domingo de Noivado” (2004), de Jean-Pierre Jeunet

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Audrey Tatou é Mathilde, uma jovem que no final da Primeira Guerra Mundial, recusa aceitar que o seu noivo morreu. Mathilde é informada que Manech morreu no campo de batalha, mas acaba por descobrir que ele fazia parte de um grupo de cinco soldados que foram condenados à morte, por um tribunal marcial, por se terem auto-mutilado para fingir ferimentos de forma a escaparem à guerra. Mas Mathilde não acredita que Manech esteja morto; se assim fosse, ela sentiria essa perda. Resolve então partir numa busca desesperada para descobrir o que realmente aconteceu a Manech.




Cavalo de Guerra (Steven Spielberg, 2011)

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Filme emblemático de Steven Spielberg, “Cavalo de Guerra”, começa com uma comovente amizade entre um cavalo de nome Joey e um rapaz de nome Albert, que o doma e treina. Quando são forçados a separar-se, o filme segue a extraordinária viagem do cavalo e o seu percurso na guerra, mudando e inspirando as vidas daqueles que com ele se cruza – a cavalaria Britânica, soldados Alemães e um agricultor Francês e a sua neta – antes de a história atingir o seu clímax em pleno campo de batalha em Terra de Ninguém. A Primeira Guerra Mundial é vivida pelos olhos deste cavalo – uma viagem de alegrias e tristezas, amizade verdadeira e aventura. “Cavalo de Guerra” é uma das grandes histórias de amizade em tempos de guerra – um bem sucedido romance transformado num espetáculo que invadiu as salas de teatro internacionais com grande sucesso e que já está na Broadway. Para já chega às salas de cinema, numa adaptação épica por um dos melhores realizadores na história do cinema.

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