Queer Lisboa e Porto | Primeiros destaques para 2024 incluem cinema de resistência da Ucrânia e Palestina
Hoje, 11 de julho, foram anunciados os primeiros destaques do Queer Lisboa e Queer Porto para 2024. Os festivais regressam, respetivamente, para a 28.ª e 10.ª edição. Ficam as novidades para setembro e outubro!
Sumário:
- Em 2024, o Queer Lisboa chega à sua 28.ª edição e o Queer Porto, seu sucessor, volta à Invicta pelo 10.º ano;
- Em destaque, uma programação que incide sobre a resistência queer em zonas de conflito;
- O 28.º Queer Lisboa acontece no Cinema São Jorge e Cinemateca entre 20 e 28 de setembro e o Queer Porto decorre na Batalha, no Passos Manuel e na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto entre 8 e 12 de outubro.
Em 2024, o Queer chega novamente a Lisboa e ao Porto, em setembro e outubro, respetivamente, com uma programação que coloca em destaque a resistência da comunidade LGBTQIA+ em zonas de conflito, mais particularmente o Kosovo, Palestina ou Ucrânia.
A resistência Queer em destaque nas edições de 2024
A programação Queer Focus vem adquirir particular importância, sendo transversal tanto à edição de Lisboa como à do porto. O programa alargado aborda a resistência em países sob ataque, territórios ocupados , locais onde a extrema-direita está no poder, zonas de conflito, do leste europeu ao Médio Oriente. A experiência da comunidade queer é representada em localizações como Kosovo, Palestina, Chipre, Ucrânia ou Hungria. Com alguns títulos partilhados, este ciclo exibe em Lisboa no Cinema São Jorge e no Porto na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto.
Em ambas as cidade, neste Queer Focus, exibe-se “Foggy: Palestine Solidarity, Cinema & The Archive”, uma iniciativa conjunta das organizações Cinema Politica e Queer Cinema for Palestine. A curadoria fica a cargo de BH Yael, Marc Siegel, Lior Shamriz e John Greyson. O programa é composto por um conjunto de curtas que exploram o tema da solidariedade para com a Palestina.
Além disso, a programação inclui um especial de curtas-metragens que representa a realidade queer na Ucrânia de hoje em dia. Já do Kosovo, vem “As I Was Looking Above, I Could See Myself Underneath”, a longa que conquistou audiências na última edição.
Queer Lisboa 2024 e a retrospetiva dedicada a Willem E. Jones
Em 2024, é William E. Jones o sujeito da habitual retrospetiva do Queer Lisboa, uma vez mais em colaboração com a Cinemateca Portuguesa. Este cineasta, nascido em 1962, perito também no trabalho com pintura, vídeo e fotografia, é ainda ensaísta e romancista e toda a sua obra, atravessada por um impulso rumo ao arquivo, ganha nova expressão dentro da cultura queer.
Os seus temas incluem, tal como incluído no comunicado de imprensa com os primeiros destaques: “a decadente arquitetura e urbanismo industrial do Midwest americano, os arquivos militares e a máquina de propaganda estatal do tempo da Guerra Fria ou da Guerra do Vietname, a vigilância e a repressão policial, o comunismo e o Bloco de Leste, e, muito notavelmente, a produção de pornografia na Europa pós queda do muro, e nos EUA no período pré epidemia da SIDA. Cruzando arte, política e pornografia, Jones trabalha um olhar democrático e filosófico sobre a imagem em movimento e a fotografia, pondo em diálogo o cinema e o vídeo, a publicidade e o filme estatal, o registo de serviços secretos e a video vigilância. E, através destas imagens, pensa qual é o lugar e o papel daqueles que vivem nas margens.”
Ainda na Cinemateca, dedica-se uma Carte Blanche ao realizador, que selecionou uma lista de filmes experimentais de realizadores marginais pra exibir em setembro, com nomes como Dietmar Brehm, Kurt Kren e Fred Halsted.
A programação já anunciada para o Queer Lisboa 28:
Retrospectiva dedicada a William E. Jones
- 2/60: 48 Heads from the Szondi-Test, Kurt Kren (Áustria, 1960, 4’)
- A Great Way of Life, William E. Jones (EUA, 2015, 7’)
- Actual T.V. Picture, William E. Jones (EUA, 2013, 7’)
- All Male Mash Up, William E. Jones (EUA, 2006, 30’)
- Discrepancy, William E. Jones (EUA, 2017, 10’)
- Fall into Ruin, William E. Jones (EUA, 2017, 30’)
- The Fall of Communism as Seen in Gay Pornography, William E. Jones (EUA, 1998, 19’)
- Film Montages (for Peter Roehr), William E. Jones (EUA, 2006, 11’)
- Finished, William E. Jones (EUA, 1997, 75’)
- Is It Really so Strange?, William E. Jones (EUA, 2004, 80’)
- Jellyfish Sandwich, Luther Price (EUA, 1994, 17’)
- Killed, William E. Jones (EUA, 2009, 2’)
- Massillon, William E. Jones (EUA, 1991, 70’)
- Model Workers, William E. Jones (EUA, 2014, 13’)
- More British Sounds, William E. Jones (EUA, 2006, 8’)
- Psychic Driving, William E. Jones (EUA, 2014, 15’)
- Racine – 1 (1992 – 1999), Dietmar Brehm (Áustria, 2002, 8’)
- The Sex Garage, Fred Halsted (EUA, 1972, 35’)
- Shoot Don’t Shoot, William E. Jones (EUA, 2012, 5’)
- Tearoom, William E. Jones (EUA, 1962-2007, 56’)
- V.O., William E. Jones (EUA, 2006, 59’)
- Youngstown / Steel Town, William E. Jones (EUA, 2016, 6’)
Queer Focus: Resistência Queer
- A’lam, Saleh Saadi (Palestina, 2022, 25’)
- Buffer Zone, Savvas Stavrou (Chipre, Reino Unido, 2023, 17’)
- Even a Dog in Babylon Is Free, Lior Shamriz (EUA, 2024, 18’)
- Fairy Garden, Gergő Somogyvári (Hungria, Romênia, Croácia, 2023, 83’) Four Pills at Night, Leart Rama (Kosovo, Suíça, 2021, 25’)
- Homecoming Queenz, Elias Wakeem (Palestina, 2023, 11’)
- It’s a Date, Nadia Parfan (Ucrânia, 2023, 5’)
- Khobs & Chai, Noor Gatih (Canadá, 2021, 4’)
- Lines, Hanna Trofimova (Ucrânia, 2023, 42’)
- My Whole Heart Is with You, Essa Grayeb (Palestina, 2022, 9’)
- Nazareth, Mike Hoolboom (Canadá, 2021, 7’)
- Overcoming, Besire Paralik (Chipre, 2023, 58’)
- The Poem We Sang, Annie Sakkab (Canadá, Palestina, Jordânia, 2024, 20’)
- Queer Fighters of Ukraine, Angelika Ustymenko, Alex King (Reino Unido, Ucrânia, 2024, 30’)
- Simeiz, Anton Shebetko (Ucrânia, 2022, 18’)
- Sultana’s Reign, Hadi Moussally (Líbano, 2023, 10’)
- Tempest in a Teapot, Amy Gottlieb (Canadá, 1987, 4’)
A programação anunciada para o 10.º Queer Porto:
Queer Focus: Resistência Queer
A’lam, Saleh Saadi (Palestina, 2022, 25’)
As I Was Looking Above, I Could See Myself Underneath, Ilir Hasanaj (Kosovo, 2022, 62’)
Buffer Zone, Savvas Stavrou (Chipre, Reino Unido, 2023, 17’)
Even a Dog in Babylon Is Free, Lior Shamriz (EUA, 2024, 18’)
Homecoming Queenz, Elias Wakeem (Palestina, 2023, 11’)
Khobs & Chai, Noor Gatih (Canadá, 2021, 4’)
Monument, Maksim Avdeev (Alemanha, 2024, 15’)
My Whole Heart Is with You, Essa Grayeb (Palestina, 2022, 9’)
Nazareth, Mike Hoolboom (Canadá, 2021, 7’)
The Poem We Sang, Annie Sakkab (Canadá, Palestina, Jordânia, 2024, 20’)
Simeiz, Anton Shebetko (Ucrânia, 2022, 18’)
Sultana’s Reign, Hadi Moussally (Líbano, 2023, 10’)
Tempest in a Teapot, Amy Gottlieb (Canadá, 1987, 4’)
Em setembro e outubro, vais marcar presença nas novas edições do Queer Lisboa e Queer Porto?
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