Óscar Jaenada na Comic Con Portugal |©MHD (Foto: Maggie Silva)

Rambo: A Última Batalha | Entrevista com Óscar Jaenada na Comic Con Portugal

Rambo está uma vez mais de volta, com um 5º capítulo – “Rambo – A última Batalha“. O ator espanhol Óscar Jaenada dá vida a Victor Martinez, e esteve presente na Comic Con Portugal para um painel a meias com Joaquim de Almeida. Tivemos oportunidade de falar com o ator, e trazemos os destaques dessa conversa. 

Encontrámos em Óscar Jaenada um bem-disposto e relaxado entrevistado. O ator espanhol é já um veterano da indústria, tendo participado em mais de quarenta filmes desde 1999, ano em que se iniciou a sua carreira na representação.

Conhecer um Ídolo de Longa Data

Rambo: A última Batalha
Óscar Jaenada em “Rambo: A Última Batalha” (2019) |©Lionsgate

Em primeiro lugar, e porque estivemos com Óscar devido a Rambo, perguntámos como foi a preparação para o papel e se era fã de Stallone na sua juventude. Óscar diz-se um ávido fã do ator, de Rambo, mas acima de tudo de Rocky Balboa, uma personagem com a qual cresceu. Assim, foi extremamente gratificante para o ator conhecer este seu ídolo.

Quanto à preparação, desvalorizou possíveis dificuldades. A preparação foi, acima de tudo, articulada com outro ator, pois o seu personagem surge numa dupla. Aqui, identifica o seu personagem como uma personificação do mal, e tal como Todd Stashwick nos confessou na nossa conversa, também Óscar aprecia o papel de vilão e a liberdade que o mesmo implica.

“Um filme amaldiçoado” 

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Toby (Adam Driver)  e Gipsy (Óscar Jaenada)  em “The Man Who Killed Don Quixote” |©Screen Media Films

Ousámos questionar o ator sobre a sua posição em relação ao não lançamento de “The Man Who Killed Don Quixote” (2018), filme no qual dá vida ao personagem Gypsy. Embora não se tenha manifestado em relação à polémica da produção e distribuição do filme, Óscar afirma ter sido espectacular trabalhar com Terry Gilliam num projecto que era já um sonho seu de longa data, e o qual estivera durante 20 anos na gaveta.

Relembrou que foi precisamente quando estava a gravar este projecto que veio a Portugal pela primeira vez, no decurso das gravações. Recorda com algum humor a tal sensação de que esta obra esta amaldiçoada, dizendo: “Todos os dias pensávamos- O que vai correr mal hoje?” Provavelmente uma alusão não só ao que acabou por acontecer com a distribuição, mas certamente a recordar o incidente do incêndio nas gravações, o qual não mencionou mas pareceu deixar nas entrelinhas com esta afirmação.

Falou-se ainda de “Amar Pablo, Odiar Escobar” (2017), filme onde participou. Questionamos o ator sobre o seu processo de adaptação ao seu personagem mas acima de tudo à história de Escobar. Óscar avança que já conhecia bem a história da vida de Pablo, por ter família colombiana. Revela ainda que Javier Barden estudou esta figura histórica, e a sua intimidade, durante anos, antes de lhe dar vida, admirando o esforço do colega.

Filmes gravados em ilhas paradisíacas 

Vida de ator é complicada, ou talvez não… Falámos com este intérprete sobre outra das suas experiências no grande ecrã, “Águas Perigosas”, de 2016. Diz que não foi nada senão espetacular. Refere que trabalhou cerca de duas semanas, e esteve dois meses no total, tendo tido imenso tempo para aproveitar a maravilhosa paisagem natural. Neste filme interpretou Carlos, tendo sido um dos muito poucos a partilhar o ecrã com Blake Lively, que diz ser muito simpática e acessível. Declara as filmagens como nada mais nada menos do que “maravilhosas”.

Outro filme no qual gravou numa ilha paradisíaca, neste caso no Hawaii, foi em “Olha que Duas” ou “Snatched”, no original, de 2017. Em relação a esta produção, não poupou elogios a Amy Schumer, dizendo que ela é o “aqui e agora” da comédia, uma mestre do improviso, o que implica que contracenar com ela é estar sempre pronto com uma resposta rápida. Segundo Óscar Jaenada, Amy “improvisa muito, e improvisa bem.”

Quando questionado acerca de qual o seu projecto mais querido, não existiram muitas dúvidas em relação a indicar “Noviembre”, filme espanhol de 2003 que protagonizou. Um filme que diz ser “intimista, sobre o que é a arte”. Diz também que é este o papel pelo qual é mais reconhecido, especialmente se se encontrar na América Latina. Com Entusiasmo, revelou que o filme se encontra disponível online, para visualização gratuita, e deixamos então essa nota. De acordo com Óscar, vale a pena!

Embarcar em grandes franchises

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Óscar Jaenada em “Piratas das Caraíbas – Por Estranhas Marés” (2011) |©Walt Disney Pictures

Sobre a participação em grandes franchises, que contam já com inúmeros capítulos, diz ser ótimo entrar em projectos que contam já com muitos fãs e muita história. Não é preciso contar o enredo a ninguém, e é entusiasmante para partilhar com família e amigos. Trabalhar em filmes como “Rambo” ou “Piratas das Caraíbas”, saga na qual interpretou o Spaniard, é maravilhoso, pois estes ficam para sempre na história do cinema.

Um cinema politizado 

Quanto à diferença entre trabalhar no mercado americano e espanhol, Óscar Jaenada transformou esta pergunta e a sua resposta, ilustrando-nos uma frustração crescente da sua parte. Para o ator, o mercado espanhol tem vindo a perder qualidade, focando-se antes na quantidade. Diz que está cada vez mais político, e que a televisão, que fora antes a prima emprestada do cinema, é agora quem recebe todas as atenções.

Apesar de termos terminado num tema pouco alegre, Óscar Jaenada foi muito acessível e falou-nos dos pontos altos da sua carreira. Em breve, podemos vê-lo em “Rambo: Last Blood”. Em Portugal, estreia já a 26 de setembro deste ano! 

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