"AVP2: Aliens vs. Predador 2" | © Twentieth Century Fox

Ranking ALIEN | 9. Requiem é um desastre sem igual

De clássicos intemporais a calamidades totais, a saga Alien varia muito em termos de qualidade. Aqui fazemos o seu ranking, a começar com “AVP2: Aliens vs. Predador 2” também conhecido como “Aliens vs Predator – Requiem.”

A chegada de “Alien: Romulus” aos cinemas de todo o mundo levou muitos fãs a revisitar a saga Alien em preparação para o novo capítulo. Desse exercício saem muitas realizações e reflexões, uma contextualização da saga e seu legado. Por isso mesmo, propomos um ranking das nove produções que compõem o franchise. Temos o original de 1979 e suas três primeiras sequelas, os ‘crossovers’ com o Predador, as prequelas de Ridley Scott e o pesadelo que está agora nos cinemas. Há muita variedade, apesar de pertencerem todos à mesma família cinematográfica. Contudo, é fácil nomear o elo mais fraco. Só há mesmo uma escolha possível.

A união dos ícones do cinema sci-fi

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© Twentieth Century Fox

Trata-se de “AVP2” ou “Aliens vs Predator – Requiem,” uma sequela malfadada ao primeiro confronto entre essas duas criaturas icónicas do cinema sci-fi. Na verdade, a história começa segundos depois do outro filme terminar, com um Predador a dar à luz um híbrido Xenomorph, misturando o ADN de duas verdadeiras máquinas de matar. O suplício do nascimento causa a morte, como seria de esperar, e o caos também, levando a nave espacial a cair algures no interior dos EUA. A partir daí, o mutante causa o caos, disseminando a sua espécie por entre a população humana. E aí chegamos a um dos grandes problemas da fita.

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Vítimas anónimas, mais carne para canhão que personagem, não são novidade nenhuma no cinema de terror. De facto, desde a ascensão do slasher no final dos anos 70, esse tem sido um dos grandes vícios desse género. Dito isso, há limites, e “Requiem” ultrapassa-os todos. As figuras humanas são tão sensabores que é difícil distingui-las e ainda mais difícil será sentir alguma coisa quando elas encontram o seu fim às mãos de um alien. Nem mesmo as mortes infantis provocam reações de choque e ultraje. Admira-se a ousadia e o mau gosto, mas não há qualquer conexão emocional com essas pobres almas chacinadas.


As personagens são um dos grandes pontos fracos de AVP2: Requiem.

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© Twentieth Century Fox

Sendo assim, esperaríamos que a mais-valia da fita fossem as cenas mais desprovidas de gente, aquelas passagens focadas singularmente nos monstros rivais. Infelizmente, nem isso “Requiem” faz bem. Muita da culpa recai sobre a incompetência estilística dos irmãos Colin Strause e Greg Strause cujos talentos enquanto realizadores são quase inexistentes. A composição é confusa, a montagem frouxa e o suspense nunca se manifesta. Num drama, essas lacunas até se podiam desculpar. Só que num trabalho de ação e terror, são erros imperdoáveis que deitam todo o edifício cinematográfico abaixo.

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Talvez a situação melhorasse se o espetador conseguisse ver a ação. É que, apesar de bons efeitos práticos, o jardim zoológico de aberrações extraterrestres perde-se nas sombras. Não são os únicos, pois até as cenas mais suburbanas da obra padecem dessa escuridão profunda. A iluminação de Daniel Pearl nem nos parece muito má, mas alguma loucura da pós-produção reduziu a luminosidade da imagem a níveis estapafúrdicos. Se julgam que a última temporada de “Game of Thrones” é demasiado sombria, esperem até ver o final chuvoso deste “Aliens vs. Predador 2.” Até apetece marcar consulta com o oftalmologista para tirar as dúvidas.


Uma decepção para os fãs de longa data

AVP2- Aliens vs. Predador 2 (2007)
AVP2: Aliens vs. Predador 2 (2007) © Twentieth Century Fox

Esse aspeto do filme é a queixa principal dos fãs e até tem merecido resposta dos cineastas. Segundo os irmãos Strause e suas publicações nas redes sociais, “Requiem” não era suposto ter esse aspeto. Eles até alegam que as versões presentemente disponíveis em Blu-ray e streaming são vítimas de erros em ‘color grading.’ Seja verdade ou não, pouco interessa. O que nos fica é um ecrã com conteúdo indiscernível e uma proposta de terror que, ao invés de calafrios, só provoca apatia. Enfim, salvam-se os monstros quando os conseguimos ver, os efeitos de sangue e vísceras, quiçá até o som. De resto, este é filme para esquecer.

No próximo artigo deste ranking da saga Alien, daremos um salto de qualidade muito grande e abandonaremos momentaneamente esta área sinistra do crossover entre franchises. Fiquem atentos!



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