Foto de Jéssica Rodrigues © 2022 MHD

Rock in Rio | Entrevista com os curadores dos palcos

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A uma semana do grande regresso do Rock in Rio ao Parque da Bela Vista, a MHD esteve à conversa com os curadores dos palcos da 9ª edição e revela-te agora todos os pormenores.

“Finalmente” é a palavra de ordem que marca o regresso do Rock in Rio à cidade de Lisboa. Suspesnso durante dois anos, a 9ª edição do festival teve de ser adiada por duas vezes. Mas o tempo de espera foi uma mais valia para a organização que se dedicou ao máximo para trazer ainda mais novidades ao evento musical. Segundo Roberta Medina, a Cidade do Rock promete trazer um verdadeiro ambiente de reencontro, não só entre os festivaleiros, mas também um reencontro com a música e com o ambiente do pré-pandemia. Em 2022, o Rock in Rio terá como mote a alegria (do reencontro), a esperança (de que tudo acabará bem), o amor e a boa vibe, tornando-se o sítio ideal para podermos recarregar energias para conseguirmos transformar o mundo. 

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“O mundo vai ser nosso outra vez” é a frase que inspirou a organização do Rock in Rio a dedicar cada palco a um conceito importante para a nossa sociedade atual. No total, a Cidade do Rock contará com 18 espaços de entretenimento, entre os quais sete palcos. O ‘Palco Mundo’ será pisado por grandes nomes nacionais e internacionais, como Muse e Post Malone. No ‘Galp Music Valley’, por onde passarão Linda Martini e The Black Mamba, toda a cenografia estará orientada para as Cidades do Futuro. Aqui localiza-se também as ‘Somersby Pool Parties’, que vão refrescar as tardes de verão. Já no ‘Rock Your Street’, os mais variados artistas, como Sara Correia e Titica, poderão demonstrar a sua pluralidade. O talento dos bairros do país estarão bem representados no ‘Palco Yorn’, por onde passarão 9Miller e Malabá, Quanto ao mundo digital, este será discutido no ‘Super Bock Digital Stage’. Por fim, o ‘Continente Chef’s Garden’ será o responsável por aliar boa música à comida saudável. Consulta todo o cartaz aqui

O reencontro está marcado para os dias 18, 19, 25 e 26 de junho, mas, antes disso, a MHD esteve à conversa com os curadores dos palcos da Cidade Rock, e conta-te tudo em primeira-mão!

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PALCO MUNDO

Rock in Rio
Foto de Jéssica Rodrigues © 2022 MHD

O Palco Mundo é, talvez, a principal atração da Cidade do Rock. Por este palco já passaram nomes incríveis do panorama musical e, é impossível ficar indiferente ao ambiente que aqui se vive. Os quatro dias de concertos poderão quase serem catalogados. No dia 17, será o dia do Rock, com Muse e The National a fazerem as honras da casa. Já o dia seguinte, está reservado à música Pop, com Black Eyed Peas e Ellie Goulding a sacudir a poeira (não subisse Ivete Sangalo a palco neste dia!). Quanto ao dia 25, este será dedicado à ‘liberdade dos pais’, uma vez que por aqui passarão nomes que marcaram o passado da música internacional, como Duran Duran e A-Ha. Por fim, o último dia é dedicado à geração Tik Tok, com Post Malone e Jason Derulo a porem todos a mexer.




GALP MUSIC VALLEY E SOMERSBY POOL PARTIES

Rock in Rio
Ricardo Comprido | Foto de Jéssica Rodrigues © 2022 MHD

[para Ricardo Comprido] Qual é que é o conceito do Galp Music valley? 

R.C. Em termos de conteúdo artístico, é ser uma festa contínua, sem parar. E daí, nós temos o palco agregado às Somersby Pool Parties. Então, quando o palco não está a tocar, estamos a tocar as Somersby Pool Parties, portanto a festa é contínua. Em termos de um conceito mais de comunicação para fora, o que nós queremos transmitir é através desta cenografia muito ligada às novas tecnologias, que remete a pessoa e a consciência da pessoa para as nossas cidades do futuro e que remete essa consciência para os nossos comportamentos que vão ter que mudar, tanto a nível de consumo energético, como de mobilidade sustentável, entre outras coisas. 

[para Ricardo Comprido] E o que é que nos pode revelar sobre o que vai aqui acontecer nos dias do festival? 

R.C. Muita festa sem parar. Há muitos artistas. É de longe o palco que tem mais artistas por dia e, então, acho que o segredo é mesmo este. É uma festa ininterrupta, portanto, não tem paragens entre concertos. Eu acho que é um ambiente de festa contínuo. Essa é a maior particularidade deste palco. 




ROCK YOUR STREET

Rock in Rio
Luís Viegas | Foto de Jéssica Rodrigues © 2022 MHD

[Para Luís Viegas] Qual é que é o conceito da Rock Your Street? 

L.V. O conceito do Rock Your Street é um bocado, como diz o nome, é o que cada um de nós tem na sua rua, portanto é o conceito de seres tu próprio. É um conceito sem fronteiras, um conceito de liberdade, podendo seres tu próprio. Este palco tenta ser, então, o palco de todas as músicas e para todos os públicos. 

[Para Luís Viegas] E qual a importância de trazer a um festival destes um palco tão inclusivo? 

L.V. Eu acho que é muito importante, porque eu, enquanto cidadão e enquanto pessoa que, ainda para mais, trabalha na área da cultura, vejo os grandes festivais com cartazes ótimos, mas muitas vezes demasiado segmentados num estilo. Podes categorizar quase os festivais, com as músicas que lá vais ouvir e as tribos que lá vais encontrar. Este palco é um desafio para o panorama dos festivais portugueses e é um desafio arrojado. Espero que seja um desafio que comece aqui e que transborde para todos os outros festivais. 

[Para Luís Viegas] E o que é que no pode desvendar sobre o que aqui vai acontecer? 

L.V. Eu acho que vai ser uma viagem. Eu gostava de acreditar que isto vai ser uma viagem de alegria e de diversidade. Poderes desfrutar de música, poderes ser provocado e estimulado com música que não conhecias e que, entretanto, surpreende porque temos aqui alguns grandes nomes, mas a maioria das pessoas, se calhar nunca os viu ao vivo. Estamos a trazer artistas que são incríveis, mas que muitas vezes não estão, tirando algumas exceções, nos grandes palcos ou nos grandes canais de televisão generalistas, portanto, não passam assim tanto para o conhecimento das pessoas. Têm uma ideia de que eles existem, até conhecem alguns nomes, já ouviram falar, já dançaram o hit, já curtiram, já se divertiram muito ao som da música deles, mas nunca tiveram, se calhar, com eles presencialmente. E aqui vão tê-los a tocar ao vivo à sua frente. 




PALCO YORN

Rock in Rio
Jazzy Dance e Sam The Kid | Foto de Jéssica Rodrigues © 2022 MHD

[para Sam The Kid] Qual é que é o conceito do palco Yorn? 

S.T.K. É um palco em que a palavra inclusão, neste caso específico deste ano, é uma palavra que faz muito sentido usar, porque quer queiramos, quer não, o festival do Rock in Rio é um festival em Chelas e, pela primeira vez, vamos ter aqui muito talento local. Logo aí, há uma inclusão do talento da zona no espetáculo que é o Rock in Rio, que tem vários palcos que pode dar espaço desde o maior nome internacional, ao talento local, que também pode estar a dar os primeiros passos. E estes têm a possibilidade de estarem em conjunto com outros talentos que fazem a mesma música, mas que já têm mais anos de carreira. E depois, existe sempre aquele network nos bastidores, em que há uma troca de informação e de sabedoria que enriquece sempre. E depois também há o luxo de poderem usufruir da dança, que são as fronteiras residentes deste palco. E mesmo os artistas que nunca tiveram muita experiência de palco, vão poder usufruir desse luxo cénico, que causa uma grande comunhão e amplifica as emoções para a música. Podemos falar também da própria Cultura Hip-Hop. Os artistas que nós convidámos são, a maior parte, virados para a cultura do Hip-Hop, que nem sempre vemos aqui no nos palcos. 

[para Sam The Kid] Como é que surgiu este convite para fazer parte da curadoria de um palco, sendo que o Sam também vai atuar num dos palcos? 

S.T.K. Sim, eu vou atuar no Galp Music Valley, mas isso uma coisa que nem tem nada a ver. O Rock in Rio, foi adiado e esse convite já estava feito até antes de existir a associação. Mas é com muita gratidão e com muita honra que estaremos cá, eu e o meu mano Mundo Segundo. Em relação ao convite para esta curadoria, nasceu de uma curadoria inicial na Casa de Pedra, por causa da Associação Chelas É O Sítio, que temos vindo a dinamizar. Inicialmente, o Ricardo Comprido convidou-me, enquanto Sam The Kid para fazer uma curadoria, mas eu achei que é mais importante neste momento, Chelas É O Sítio, do que propriamente o meu nome individual. 

[para Sam The Kid] E tem um peso muito grande trazer o Hip-Hop para um festival desta dimensão, uma vez que não se vê tantas vezes? Isto pode ser o início de alguma coisa também para o mundo do Hip-Hop? 

S.T.K. Sim, eu acho que será o início de coisas muito boas, porque só um cego e um surdo é que não veem que é a linguagem mundial já há alguns anos e a música que mais vende é a música Pop. Na realidade, é a música Pop no sentido de popularidade. E, então, acho que não a incluir seria não estar a par do que se passa no mundo e o Rock in Rio não tem essa fama. Eles sabem o que é que se passa no mundo, por isso eu acho que a partir daqui vai ser sempre a subir para outros palcos ou então o mesmo palco ganha um destaque maior. 

[coreógrafo dos Jazzy Dance] Eu considero que, provavelmente, este palco vai ser o palco surpresa deste ano. Para já, porque nunca houve dentro do Rock in Rio um palco que tivesse um conteúdo tão específico dentro da comunidade do Hip-Hop. Depois, porque é um palco que vai misturar aqui muitos elementos cénicos, como estava a dizer o Sam, que nunca existiram antes. E, em terceiro lugar, porque o Hip-Hop, provavelmente é o estilo musical, e em termos de dança, o estilo que mais notoriedade tem e que hoje em dia mais crescimento tem. Como o Sam estava a dizer, eu acho que daqui a dois anos, provavelmente, este será o palco que fará concorrência com o com o Galp Music Valley. 




SUPER BOCK DIGITAL STAGE

Rock in Rio
Luís Soares | Foto de Jéssica Rodrigues © 2022 MHD

[para Luís Soares] Qual é que é o conceito do Super Bock Digital stage? 

L.S. É o digital só, verdadeiramente em palco, e a interatividade, e não só, mas também a questão da inclusão comportamental do digital, uma vez que o digital é algo que deve ser para todos, para todas as idades, para todos os segmentos e para todos os gostos. Naturalmente que podem ir desde o humor, passando por outros momentos, como por exemplo, de entretenimento, interatividade, mas que, verdadeiramente, têm todas uma coisa em comum, que é a sua qualidade enquanto produtores de conteúdo que são emergentes deste digital. Para além disso, é o palco mais interativo da Cidade do Rock e o primeiro grande palco interativo português e democrático, no sentido que as pessoas escolhem aquilo que vão poder ver. 

[para Luís Soares] E qual é a importância de trazer humoristas, Tiktokers, youtubers… a um festival de música? 

L.S. Eu gosto de música, talvez tu gostes de humor. Outras pessoas gostarão das danças do Tiktok, outras gostarão dos youtubers, outros do Twitch. O que acontece hoje com o digital é que os nossos gostos, cada vez mais, se diversificaram e estão em várias áreas, em várias plataformas de distribuição desses conteúdos. Nós, enquanto curadores, enquanto agregadores de conteúdos que somos, o que o Rock In Rio se propõe a fazer é, neste Super Bock Digital Stage, trazer um bocadinho destes conteúdos a palco, independentemente da plataforma, seja ela Spotify, Netflix, etc. Então. verdadeiramente o que nós trazemos é o mais eclético possível, o mais diversificado possível, mas que realmente atenda às várias gerações, desde a geração Boomer, que como bem representa o nosso hino, é interpretado pelo Toy, com a “Cerveja no congelador”, da Geração Baby Boomer, à Geração Z, que é a geração que dita as tendências do mercado hoje em dia. 

[para Luís Soares] E o que é que nos pode revelar sobre o que vai acontecer neste palco? 

L.S. Vamos ter aqui alguns spin-offs de conteúdos muito divertidos a que nós portugueses estamos habituados. Teremos momentos de estreias inéditas de alguns conteúdos, por exemplo, o Windoh e o Secret Show será uma estreia de um conteúdo inédito que vai ter uma repercussão muito grande no digital. Teremos estreias absolutas, ao vivo, por exemplo, de momentos musicais, como é o caso da Catarina Filipe, que se vai apresentar pela primeira vez ao vivo, trazendo o seu projeto musical pela primeira vez para as pessoas. Ou seja, ela lançou o single que já conta com mais de 600.000 visualizações, em tão pouco tempo, e vai-se apresentar ao vivo pela primeira vez no Digital Stage. Estas são algumas das surpresas em que nós estamos a trabalhar, juntamente com os produtores de conteúdo, para que realmente possamos esbater a dimensão do ecrã ou tirar o ecrã das nossas vidas que ao fim destes anos todos de pandemia tanto nos habituou. 




CONTINENTE CHEF’S GARDEN

Rock in Rio
Nuno Nobre | Foto de Jéssica Rodrigues © 2022 MHD

Este espaço é a grande novidade desta 9ª edição. Aqui, chefes de renome, como Justina Nobre e Vítor Sobral, irão preparar pratos inspirados nos principais ecossistemas de Portugal. A acrescentar, haverá um palco, o ‘Chef’s Stage’, que irá combinar música, entretenimento e alimentação saudável. Ljubomir Stanisic subirá a palco para conduzir conversas em torno da sustentabilidade e da alimentação. 

Ansioso(a) pelo regresso do Rock in Rio? Quais as tuas expectativas para esta nova edição?

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