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Rock in Rio Lisboa 2024 | Ed Sheeran sem maus hábitos e uma plateia esgotada rendida

Na sua 20.ª edição, comemorativa e assinalada com uma alteração de recinto, do Parque da Bela Vista para o Parque Tejo, o Rock in Rio Lisboa sai-se particularmente bem com um primeiro fim de semana esgotado. 

Primeiro foi o dia inaugural, sábado, 15 de junho, encabeçado por Scorpions e Evanescence, esgotado alguns dias antes com uma lotação de 80 mil visitantes. De seguida, e apenas no próprio dia, também o segundo momento do festival se viu esgotado, e desta vez com um único headliner claro – Ed Sheeran.

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Uma vez mais, o britânico, que se apresentou completamente sozinho em palco, provou o porquê de ser, sem margem para dúvida, um dos maiores nomes da pop e, a par de estrelas como Justin Bieber (Ed Sheeran até tocou a por si composta “Love Yourself” e que melhor lhe assenta!) ou The Weeknd, um dos grandes pesos pesados de um estatuto mais raro – um peso pesado da pop no masculino.

Sheeran é uma presença discreta mas poderosa, doce mas capaz de entreter uma multidão sem qualquer dificuldade. Só com a sua guitarra acústica e o seu pedal de loop, munido também de um jogo de luzes vistoso e de alguma pirotecnia, Ed Sheeran só precisa da sua voz, guitarra e das canções por si compostas para mover uma multidão com várias gerações representadas, dos millennials da sua idade aos mais velhos, passando pelos muitos adolescentes presentes e entusiastas na vasta multidão.

Ed Sheeran Rock in Rio 2024
Ed Sheeran © Sofi Adams via Disney Plus

Ed Sheeran nunca perde a conexão com o público no Rock In Rio Lisboa

E se o single mais popular (embora mais desfasado) do cantor inglês é “Shape of You”, e se até fecha o alinhamento repleto de sucessos com a muito eletrónica “Bad Habits”, a verdade é que o repertório de Ed se faz essencialmente de belas baladas acústicas, algo pirosas, sim, mas repletas de emoção pura e dura. Assim se vê quando são entoados temas muito honestos, como por exemplo o grande destaque “The A Team”, uma canção triste sobre uma jovem perdida para a toxicodependência, “Eyes Closed”, outra balada acerca da morte súbita do melhor amigo de Sheeran, perdido para as drogas; ou ainda “Photograph”, um hino aos momentos mais preciosos da vida, a registar e recordar.


O concerto perfeito para casais, como a multidão presente bem deixava antever, Ed Sheeran é mesmo o rei da balada romântica, e os pontos altos do concerto não podiam deixar de passar pelo entoar destas incontornáveis baladas. Falamos de canções como “Thinking Out Loud”, “Give Me Love” ou, claro, “Perfect”, uma música que aqui canta a solo mas que teve também já direito a uma parceria com Beyoncé que enriqueceu a música com o toque da balada.

Pelo meio, e apesar do seu livro de canções tão extenso e pleno em êxitos, Ed Sheeran dá a si mesmo a autorização para se divertir um pouco. Como? Interpretando alguns mashups ao longo do concerto, em que mistura clássicos incontornáveis de terceiros com canções suas. É uma forma de humildade também, que um artista deste calibre e nível de fama não receie o pastiche, a cover e que inclusive assuma tudo como música – dos seus temas aos dos outros que possam admirar.

Destaca-se um medley criativo em que casa a sua “Take It Back”, lançada em 2014, uma canção em que evidencia a sua paixão e as suas origens improváveis junto do rap, juntando a este tema “Superstition” de Stevie Wonder e ainda a melodiosa ” Ain’t No Sunshine” por Bill Withers. Mas não se ficou por aqui: a sua popular e bem-recebida “Don’t” viu-se casada com o tema clássico “No Diggity”, de Blackstreet e Dr. Dre, em mais um elemento que nos remete para a paixão por versos rápidos que faz parte da identidade musical de Sheeran, mesmo que por vezes esquecida.

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Sem dúvida, ao longo da hora e meia em que esteve em palco, Ed Sheeran conseguiu manter sempre o público vasto e heterogéneo do seu lado, não fosse a esmagadora maioria dos temas aqui interpretados para lá de populares e conhecidos do grande público.

Do início ao fim, dos temas tristes às canções mais animadas, como uma excelente “Castle on the Hill” logo a abrir, a energia nunca decaiu. E sim, vemos uma enorme evolução na genica e confiança deste artista que já não pisava o Palco Mundo do Rock in Rio Lisboa há um bom tempo, mais precisamente desde 2014.

Fãs de Ed Sheeran por aí? E estarão presentes no próximo fim de semana de Rock in Rio, a 22 e 23 de junho? Nós sim, até lá! 



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