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Songs of Surrender | Tudo sobre o novo álbum dos U2

O novo álbum dos U2, “Songs of Surrender”, traz 40 temas, com vários clássicos transformados pelo meio. Descobre mais sobre o novo álbum.

Quase seis anos depois do último álbum da banda irlandesa, os U2 estão de regresso com mais música, com o novo álbum “Songs of Surrender”, lançado no passado dia 17 de Março. Com toque português, no que diz respeito ao anúncio do álbum, da autoria do artista visual João Pombeiro, o novo registo da banda traz 40 músicas, traduzindo-se em quase três horas de música. No entanto, os temas de “Songs of Surrender” não são completamente novos, mas sim reinterpretações dos seus êxitos, como é o caso de “Beautiful Day”, “Ordinary Love”, “With or Without You”, “Sunday Bloody Sunday”, entre muitas outras músicas. Para uma banda com um currículo invejável como dos U2, o que pode significar um álbum deste género?

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Produzido pelo guitarrista The Edge, e lançado pela Island Records e Interscope Records, “Songs of Surrender” traz os velhos clássicos da banda em formato acústico ou complacente modificado. Com um forte contributo do guitarrista, mas também de Bono, o álbum segue a linha do livro bibliográfico do vocalista, “Surrender: 40 Songs, One Story”, lançado no ano passado. O livro está estruturado em 40 capítulos, cada um com o nome de uma música da banda. No livro, Bono fala sobre a sua vida e carreira, sem qualquer filtro, sobre as pessoas que o moldaram, e intrinsecamente ligado, também está o percurso dos U2, bem antes do álbum de estreia “Boy”, de 1980. Pelo meio, o livro também aborda temas mais sensíveis, como a sua luta pelo acesso digno de cuidados de saúde aos doentes de HIV, e o seu posicionamento contra a guerra no Iraque. Além da música, Bono esteve sempre ligado a questões ativistas, dos mais variados géneros. 

Por outro lado, além da ligação do seu livro bibliográfico, a reinterpretação dos maiores êxitos da banda trouxe um misto de críticas e sentimentos. Depois de décadas a ouvir as músicas no mesmo registo, inspirando sentimentos distintos através das suas melodias, ir buscar “Beautiful Day”, ou outra música com a mesma magnitude, e colocá-la mais electrónica, acústica, dá outra energia à música. Por exemplo, “Bad” agora é uma balada acústica. Igualmente, alguns temas surgem com letras diferentes. Entre a crítica especializada, nomeadamente o Pitchfork, “Songs of Surrender” foi “é uma frustrante oportunidade falhada”, seguido pela opinião que “Songs of Surrender” é um “projeto a solo de The Edge, onde Bono foi convidado para cantar”. Num tom mais amigável, a Esquire afirma que o álbum troca o sons electrónicos de The Edge por um piano mais calmo, além quem, para quem não é totalmente fã da banda, poderá não gostar, mas que há momentos interessantes para descobrir. É de relembrar, que este género de trabalho não é novo, outros artistas reconhecidos fizeram o mesmo, como é o caso de Elvis ou até os icónicos MTV Unplugged. 

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Crédito editorial: Featureflash Photo Agency / Shutterstock.com

Como diz o velho ditado, é impossível agradar gregos e troianos, duas civilizações com uma rivalidade enorme segundo a história antiga. É em “Songs of Surrender”, é impossível agradar a todos, sobretudo quando o novo álbum, o primeiro em seis anos, é um novo formato dos êxitos dos U2. Ainda assim, não se deve desvalorizar este álbum, até porque a música na sua génese, evoca sentimentos distintos, é sempre que ouvimos o mesmo tema, poderemos ter análises diferentes. Com as novas reinterpretações, temos uma nova “visão”, sonoridade e sentimento de músicas que marcaram gerações. Clássicos que foram escritos em tenra idade dos elementos da banda, poderão agora invocar outra opinião aos integrantes, numa necessidade de mudança como vemos no álbum. Apesar de tudo, é um álbum que deve ser ouvido, entrar numa viagem nestes êxitos sem juízos de valor.

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Trazer de volta antigos de temas não é algo novo para a banda irlandesa. Em 2017 e 2019, fizeram uma enorme tour em volta do álbum de 1987, “The Joshua Tree”. Mais recentemente, os U2 anunciaram novos concertos em torno de “Atchung Baby”, um álbum de 1991. Ainda sem data definida, a banda vai inaugurar a MSG Sphere, uma nova sala de espectáculos em Las Vegas (local onde os U2 já foram felizes), considerada uma das mais futuristas do mundo. Mas não é só aos concertos que os U2 voltaram. No mesmo dia do lançamento do álbum, 17 de Março, a banda irlandesa chegou à Disney+ através do documentário “Bono e The Edge: A Sort of Homecoming, com David Letterman”, com claro destaque para estes dois membros. Realizado por Morgan Neville, este documentário mostra a relação única entre Bono e The Edge, ao longo de 45 anos, aliado a um concerto totalmente diferente do habitual. Com estes três trabalhos, os U2 parece que voltaram em força.

TRAILER | U2 REGRESSAM COM OS GRANDES ÉXITOS COM SONGS OF SURRENDER

Já ouviste o novo álbum? Qual é a tua opinião sobre este tipo de reinterpretações?

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