"Símbolo" © Spamflix

O que ver na Spamflix | “Símbolo”, de Hitoshi Matsumoto

Fomos descobrir “Símbolo” (2009), um dos filmes disponíveis na Spamflix, a nova plataforma de streaming do mercado português. 

A Spamflix lançou a nova app mobile da sua plataforma de streaming – disponível para iOS, Android, AirPlay e Chromecast. Com o propósito de conhecermos o que nos oferece esta nova ferramenta de visualização de filmes, começámos por investigar o seu catálogo. Aí, deparamo-nos com “Símbolo” (título original “Shinboru”), realizado, escrito e protagonizado por Hitoshi Matsumoto, um dos mais célebres comediantes e apresentadores da televisão japonesa – só para que tenham uma ideia, Matsumoto é uma espécie de Jim Carrey e Mike Myers japonês.

De facto, a longa-metragem é literalmente um símbolo perfeito dos diferentes filmes que poderás assistir na nova plataforma. “Símbolo” enquadra-se nos valores arriscados de non-sense e de narrativa bizarra e surreal – mais até que ousada – promovidos pela Spamflix. O que a obra faz, é colocar o espectador no constante confronto com a criatividade absurda do seu cineasta, que poucas vezes quer ser levado a sério. O próprio decurso da projeção acaba por despertar o estranhamento e, digamos, que poderá ferir a sensibilidade de quem está habituado a prender-se às emoções e aos sentimentos das personagens mais próximas a nós.

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Alguns dos títulos disponíveis na Spamflix, entre eles “Símbolo” © Spamflix

Símbolo” tem duas linhas narrativas. Primeiro, começa no México, relatando uma história realista de um lutador mascarado (David Quintero), no duelo mais arriscado da sua carreira. Depois, numa linha mais futurista,  somos apresentados a um homem japonês (o próprio Hitoshi Matsumoto), com um pijama de cores vivas, preso numa sala completamente vazia, estando rodeado pelos quatro cantos das paredes por pénis de anjos, sendo que os órgãos genitais funcionam como espécies de botões. Ora pressiona um deles e surgem lápis, ora pressiona outro e surgem árvores. Ora comida, ora livros, ora um molho de soja depois do momento adequado da refeição, etc. Aquele homem sem nome, não percebe o que se passa e está tão confuso e desesperado como o próprio espectador.

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Tentar encontrar um significado para este “Símbolo” não será tarefa fácil, e nem vale mesmo a pena insistir em desvendar os seus enigmas. Este é um filme raro que nem nos quer fazer pensar demasiado, nem produzir as discussões mais profundas. A Spamflix sabe disso. Mesmo assim, despretensiosa e inesperadamente, “Símbolo” consegue puxar-nos para a nossa contemporaneidade, para os peculiares dias de 2020. Se há quem, por opção, prefira ficar preso no ringue, outros entram em completo estado de calamidade mental ao lidar com a prisão, com o confinamento (que parece até ter mão divina). A personagem sem nome interpretada por Hitoshi Matsumoto pode até ser um espelho hiperbólico de qualquer cidadão deste mundo num momento tão depressivo ou angustiante como a quarentena. Por ironia, o filme foi filmado há mais de 10 anos, mas só essa proximidade valeu o visionamento, deixando-nos completamente perplexos.

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“Big Man Japan”, também realizado por Hitoshi Matsumoto© Spamflix

Enfim, “Símbolo” é o segundo filme de uma trilogia onde se incluem também filmes como “Big Man Japan”, de 2007 – onde o cineasta faz referência aos monstros gigantes, como o caso de “Godzilla” -, e “Scabbard Samurai” (2011), uma estranha comédia sobre samurais, outra referência ao género mais conhecido daquele país oriental. Enfim, mesmo não sendo aconselhado a todas as audiências – e Hitoshi Matsumoto sabe-o bem -, “Símbolo” é aquele típico objeto de What The F*** Cinema que recomendamos para os mais habituados às estranhas comédias japonesas. Assiste ao trailer de “Símbolo” abaixo:

Trailer de Símbolo, de Hitoshi Matsumoto

Poderás assistir a “Symbol” aqui! Caso queiras conhecer mais sobre a Spamflix lê a nossa entrevista aos fundadores desta jovem plataforma de VoD. 

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