Star Wars | Qual a melhor trilogia?
“Star Wars” conta actualmente com nove filmes, divididos em três trilogias, cada uma com uma narrativa diferente. Mas qual será a melhor?
A saga “Star Wars” teve origem há quarenta e dois anos numa galáxia muito distante. Composta, na totalidade por nove filmes, excluíndo os spin-offs ou antology films, a saga é dividida em três trilogias: a original, a prequela e a sequela.
Escrito e realizado por George Lucas, o primeiro filme da saga “Star Wars” (ou “A Guerra das Estrelas”, como se diz por terras lusas) chegou ao cinema em Maio de 1977, tratava-se do “Episódio IV: A Nova Esperança”, nome que só viria a adquirir em 1980, pouco antes da estreia do segundo filme da saga original. O primeiro foi o maior sucesso da história do cinema até àquela data, o que viria a influenciar gerações cinematográficas vindouras. Assim, nesse ano de 1980 chega “Episódio V: O Império Contra-Ataca” (para mim o melhor filme da saga) e três anos depois, em 1983, é a vez de “Episódio VI: O Regresso de Jedi”.
Com o enorme sucesso que a primeira trilogia gerou, George Lucas começou a congeminar numa nova trilogia, mas desta vez uma prequela, porque a esta altura já sabíamos que Luke Skywalker era irmão de Leia Organa e que ambos eram filhos de Darth Vader, o vilão da saga, que na realidade era Anakin Skywalker. Estava, portanto, na altura de desenvolver o porquê de Anakin se ter dedicado ao lado negro da força, transformando-se no temível Darth Vader. A expectativa era elevada, mas a segunda trilogia ficou muito aquém do sucesso da original. Deste modo, “Episódio I: A Ameaça Fantasma” (1999), “Episódio II: O Ataque dos Clones” (2002) e “Episódio III: A Vingança dos Clones” (2005), tiverem uma recepção muito pouco consensual por parte do público. Porque apesar de explicarem uma parte da história que todos queríamos ver respondida, a qualidade da história decaiu bastante.
Em 2015 surge “Episódio VII: O Despertar da Força”, cuja acção decorre trinta anos depois do Episódio VI. A história de um Jedi perdido no deserto, sem ter conhecimento dos seus poderes e das suas capacidades, é reciclada, em vez de Luke temos Rey. Segue-se, em 2017, “Episódio VIII: Os Últimos Jedi (talvez o pior filme da saga, marcando o momento em que a Disney decidiu entrar em acção) e agora, o mais recente, “Episódio IX: A Ascensão de Skywalker”.
A melhor trilogia é, sem sombra de dúvidas, a primeira, a original, aquela que foi um marco na saga mas também na história do cinema. George Lucas foi pioneiro. Nunca se tinha feito nada assim. O público nunca tinha visto efeitos como aqueles, que agora, muito provavelmente, consideramos primitivos e arcaicos. A história era nova, mais original e consistente que as suas sucessoras. Apesar de os efeitos visuais serem mais precários, as batalhas, em si, eram mais fidedignas e empolgavam mais o espectador. As personagens, como Han Solo, Luke, Leia e o próprio Darth Vader eram mais complexas e desenvolvidas. Além de que, existiam menos personagens acessórias e desnecessárias ao fio condutor da narrativa. É também na primeira trilogia que se dá a construção do herói – Luke Skywalker – que vemos evoluir de um suposto órfão perdido no deserto, deixado ao cuidado do velho Ben Kenobi (que na verdade se tratava de Obi-Wan Kenobi), para um Jedi com um completo e fantástico domínio da força.
Se a trilogia original estreasse nos dias de hoje, muito provavelmente, não teria o efeito uau que teve no final dos anos setenta. No entanto, à altura, foi algo novo e refrescante, qual lufada de ar fresco no sci-fi, tornando-se um verdadeiro culto. Em comparação com a prequela, julgo que é quase senso comum concluir que a história desta é bastante pobre, tendo como único objectivo mostrar a concepção do vilão – Darth Vader, previamente Anakin Skywalker. Na trilogia original ficou por compreender qual a origem do vilão e o porquê da sua vilania. É precisamente essa a resposta que a segunda trilogia traz, o porquê de Anakin se ter aliado ao lado negro da força e se ter transformado em Darth Vader. Contudo, existem mais personagens acessórias e completamente desnecessárias e as personagens ditas principais acabam por ser dotadas de uma menor complexidade.
Em comparação com a terceira trilogia, a sequela, esta não passa de uma reciclagem da história original, onde há um Jedi perdido no deserto, desta vez Rey, e há alguém que não conseguiu resistir ao lado negro da força, Kylo Ren, filho de Leia e Han Solo. Retoma-se o duelo entre a Primeira Ordem (sucessora do Império) e a Resistência (sucessora dos Rebeldes). Tal como Luke foi treinado por Obi-Wan, também Rey é guiada nas artes Jedi por Luke. Tal como na primeira trilogia havia um rebelde temerário – Han Solo – aqui temos o seu equivalente, Poe Dameron. E, assim como nos primeiros filmes da saga existe um andróide extra ternurento (R2D2), temos agora BB-8, que procura superar o seu predecessor em fofura. Portanto, política dos 3 R, Reduzir, Reutilizar e Reciclar a história desta galáxia distante, foi o que aconteceu nesta prequela.
Honestamente, nem vejo hipótese de comparação porque, tal como dizem os treinadores de futebol – em equipa vencedora não se mexe – e efectivamente a primeira trilogia foi a equipa vencedora. Foi excelente, não seria humanamente possível superar o que foi feito em 1977, quanto mais não seja pelo impacto que criou na altura e que atravessou diversas gerações, porque sim, “Star Wars” continua a fascinar, a cada dia, jovens por todo o mundo.
E tu? Qual a tua trilogia favorita?