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Streaming ilegal, as razões por que não deves usar

Sabias que além de colocar em risco os teus filmes e séries favoritos, usares streaming ilegal pode colocar em causa a tua cibersegurança?

Um estudo recente da Muso, partilhado pelo Independent, revela que entre 2021 e 2022, o download ilegal de filmes subiu quase 39%, sendo que as visitas a websites não oficiais de streaming aumentaram 9%. Isto demonstra um aumento na conhecida pirataria, depois de uma descida nos últimos anos. A crise, claro, e as consequentes pressões económicas são apontadas como as principais causas.

Contudo, a realidade é que os usuários das plataformas de streaming legalizadas estão também a aumentar, com uma subida de 88% entre o primeiro e o segundo quarto de 2022, como refere um estudo do Kantar.

Mas será que esta subida no número de utilizadores das principais plataformas de streaming se deve apenas ao facto da pirataria ser crime? A verdade é que existem outros pontos que deves ter em consideração e nem todos estão “presos” a conceitos de moral e ética, contrariamente ao que se acredita popularmente.

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O FIM DE “HANNIBAL” E O PERIGO PARA AS SÉRIES

Ainda que seja difícil calcular o impacto da pirataria, a verdade é que esta atividade ilegal é capaz de destruir projetos pequenos e mais independentes. Por vezes com orçamentos mais baixos, estes projetos têm de fazer grandes lucros, que mostrem aos produtores que vale a pena continuarem no ar. Contudo, o streaming ilegal tem feito várias vítimas ao longo dos anos, e a famosa “Hannibal” é uma delas.

Segundo artigos da Vulture, Collider, ou Variety, para citar alguns exemplos, o final da série protagonizada por Mads Mikkelsen e Hugh Dancy aconteceu prematuramente devido à pirataria. Como explica Martha De Laurentiis, produtora executiva da série: “Quando quase um terço da tua audiência provém de sites pirata… Não tens de saber cálculo para fazer as contas. Se uma série é roubada, torna-se difícil, senão impossível, compensar a equipa técnica e manter a série em produção”.

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COLOCAS EM RISCO A TUA CIBERSEGURANÇA

Se investes financeiramente em plataformas ilegais, já pensaste no que acontecerá quando os teus dados forem parar à dark web? Será uma conversa estranha a de entrares no teu banco, ou numa esquadra, e tentares explicar o que aconteceu e como aconteceu. Caso optes por plataformas “gratuitas”, então os riscos podem passar facilmente despercebidos. A probabilidade de instalares software malicioso é grande e os seus efeitos catastróficos. O bloatware, por exemplo, pode prejudicar gravemente a velocidade, a memória, ou o processador do teu computador, smartphone ou tablet.

E se és dos que pensas que “todos usam, logo é seguro”, lembra-te que o uso destas plataformas para furtar dados, é um dos crimes mais lucrativos que existem atualmente. Poucas ou nenhumas são as razões que impedem alguém que já trabalha com o crime de adicionar mais algumas atividades lucrativas pela dark web. E ninguém te vai proteger.

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QUALIDADE DE IMAGEM E SOM FRACAS 

Enquanto que as principais plataformas de streaming têm uma grande preocupação com a qualidade de imagem e som dos seus produtos, o mesmo não se reflete na maioria das plataformas de pirataria. Isto para não falar nos pop-ups ou outra publicidade que pode facilmente aparecer no meio da tua série ou filme favorito, frequentemente partilhando conteúdo adulto ou indesejado.

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O ESTIGMA SOCIAL ESTÁ A AUMENTAR

A verdade é que a desculpa para não optares por plataformas legais está a diminuir a cada ano que passa. O preço elevado, a variedade e até a indisponibilidade destes websites em Portugal, era muitas vezes um fator decisivo. Mas hoje, a probabilidade é que as pessoas olhem de lado para quem assume este tipo de atividade. Além dos planos acessíveis, é comum as contas serem partilhadas pela família, e até por amigos (a Netflix que não nos ouça), e isso torna o legal bastante apetecível em 2023.

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O QUE NÃO FALTAM SÃO PLATAFORMAS LEGAIS

O número de streamers em Portugal está a aumentar rapidamente. Os seus planos anuais são ideais para quem gosta especialmente de uma plataforma, e os planos mensais são a desculpa perfeita para intercalares as tuas plataformas favoritas, aproveitando ao máximo as estreias que mais adoras.

Netflix, HBO, Filmin, Disney+, Prime Video, SkyShowtime e Apple TV são apenas algumas e os êxitos vão de “Top Gun”, à saga “Marvel”, passando pelo gigante “Game of Thrones” ou pelo novato “Diplomat“. As escolhas são imensas e novo conteúdo está a ser adicionado semanalmente.

Qual a tua plataforma de streaming favorita?

2 thoughts on “Streaming ilegal, as razões por que não deves usar

  • Há já algum tempo que não lia um artigo com tanta desinformação. Antes de escrever sobre qualquer assunto o jornalista deve pesquisar bem o tópico para não correr o risco de desinformar ao invés de informar. Fala do roubo de dados mas não menciona que eles acontecem também nas plataformas pagas, ou mesmo gratuitas e.legais, como o Facebook por exemplo.

  • Olá Ricardo. Basta ver por exemplo o artigo publicado pela própria Interpol (e que adiconámos no artigo) para perceber que o roubo de dados em plataformas ilegais não só é mais frequente, como impossível de resolver. Se conseguir provar que uma plataforma legal vendeu os seus dados a terceiros, como aconteceu com o Facebook, existe um caso legal que pode acontecer e que facilmente será ganho. Uma plataforma ilegal pouco tem a perder se vender os seus dados. Se for encerrada, basta abrir outra. Não é por acaso que muitas têm designs semelhantes. São do mesmo dono. Contudo, uma plataforma legal tem muito a perder caso seja apanhada. Voltando ao exemplo do Facebook, onde não só tem de pagar vários mil milhões de euros em multa, como corre o risco de perder toda a sua receita europeia, devido ao facto de se recusar a reger pelo RGPD da UE. A partir do momento em que fornecemos os nossos dados a qualquer empresa, estamos sujeitos a que ela seja furtada. O RGPD não nasceu por acaso e obviamente que nunca nos conseguirá proteger a 100%. Mas por aqui preferimos correr esse risco com empresas que serão levadas a tribunal, do que a empresas que roubam, vendem o produto roubado, lucram milhões e milhões, e sofrem poucas (se algumas) consequências – excepto um ou outro que acaba apanhado.

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