Sumol Summer Fest 2023 | Mizzy Miles faz a festa com os amigos

Mizzy Miles atuou no último dia do Sumol Summer Fest e levou um grupo de amigos que deixou o recinto em êxtase com uma overdose de Hip-Hop.

No último dia do Sumol Summer Fest 2023, o cartaz anunciava Mizzy Miles & Friends, mas ninguém contava que o rapper português levasse consigo uma turma inteira de nomes sonantes do Hip-Hop Tuga. Depois de Children of Zeus e Guerrilla Girls, foi Mizzy Miles quem subiu ao palco para esgotar por completo a energia do público que entusiasticamente cantou todas as músicas do início ao fim. Sem que ninguém pudesse prever, este foi o concerto mais dinâmico da noite, caracterizando-se como uma verdadeira odisseia do Rap Português. 

Mizzy Miles deu os primeiros passos no mundo da música como DJ, mas só quando assumiu o papel de produtor musical começou a ganhar popularidade, especialmente entre os fãs de Hip-Hop. Até ao momento, soma já sete temas de platina e sete de ouro, mostrando ser um nome de peso no panorama da música urbana. Durante a pandemia Miles lançou-se como cantor, apresentando temas em colaboração com grandes nomes do rap português, como 9 Miller e Julinho KSD. O sucesso foi imediato e, em breve sairá o seu primeiro álbum de estúdio.

O recinto do Sumol Summer Fest encheu-se de pessoas para assistirem ao concerto de Mizzy Miles que, após uma longa introdução em forma de vídeo, subiu a um palco composto pela sua enorme mesa de misturas e dois sinais luminosos gigantes com a letra ‘M’ (de Mizzy Miles). Após passar uma música bem conhecida do público, o rapper anunciou que se fazia acompanhar por vários amigos lendários do Hip-Hop, o que entusiasmou desde logo os espectadores. Chyna foi o primeiro dos convidados a subir ao palco – tendo passado muitas férias em família nos parques de campismo da Costa da Caparica, João Silva apresentou-se como se estivesse em casa e realizou uma performance descontraída que contou com temas como O Que é Que Tens Feito, um feat com Mizzy. 

Terminado o primeiro convidado, Mizzy Miles mostrou as suas qualidades enquanto produtor musical e chamou ao palco Kosmo Da Gun que interpretou M.O.D. de forma energética. Por esta altura, era bem notório o investimento de Mizzy em elementos de pirotecnia, o que enriqueceu um espetáculo que por si só já era energético. Kosmo Da Gun fez-se também acompanhar por King Bigs que cantou Como é que Tamos?! em homenagem a Mota Jr. que foi encontrado morto em 2020. 

Com um concerto ainda muito no início, o público foi ao rubro com a entrada de 9 Miller que, descontraidamente, cantou Wappa/Frozen, um tema com produção de Mizzy Miles que deixou o recinto a cantar em uníssono. E já com Benji Price, nome artístico de João Ferreira, em palco, os dois músicos com um percurso semelhante (primeiro produtores e depois cantores) apelaram ao público jovem para nunca desistirem dos seus sonhos, afirmando que apenas o céu será o limite – uma mensagem passada através do tema God Mode, em que os dois falam na não aceitação de uma resposta negativa e da importância de lutar pelo que se quer.

Numa pausa entre a atuação dos convidados, Miles continuou a passar músicas conhecidas do público que nunca parou de cantar e saltar, colaborando ainda com o músico cada vez que ele solicitava para abrirem uma roda no meio do recinto. A juntar a tudo isto, elementos de fogo e fumo juntaram-se à festa para abrilhantar ainda mais o espetáculo sublime do rapper português. Mas estava longe de terminar a lista de amigos que subiria ao palco para esquentar ainda mais a tarde de sábado. Seguiu-se, então, Apollo G. que trouxe o seu Afrotrap com ritmos mexidos provenientes de temas como Tempo Antigo, uma canção que fez toda a gente tirar os pés do chão enquanto o rapper africano se contorcia no palco com movimentos contagiantes. 

Fazendo do Hip-Hop uma linguagem universal, Mizzy Miles passou músicas de rappers lendários, como Drake, e fez-se acompanhar por dois bailarinos que hipnotizavam o público com os seus movimentos energéticos. Houve, inclusive, espaço para deixar uma clara mensagem de aceitação do outro quando Miles fez passar a canção Doja, de Central Cee. Mas retomada a lista de convidados, foi a vez de SippinPurpp se apresentar ao público, deixando todos os fãs a gritar pelo ‘homem do jogo’. Uma das ausências notórias durante o concerto de Mizzy foi a de Ivandro, que na impossibilidade de estar presente fez um vídeo a agradecer ao amigo pelo companheirismo, uma atitude que Miles retribuiu ao interpretar a música do cantor que chegou a participar no Festival da Canção.

Coube a Daniel Benjamim, mais conhecido por T-Rex, e a Julinho KSD encerrarem o concerto Mizzy Miles. O intérprete de Tinoni apresentou-se com um ar divertido e foi precedido por Júlio Lopes, o artista revelação que deixou o público em êxtase ao interpretar Stunka enquanto acendia um charro com Mizzy. No fim, a lista interminável de amigos de Miles subiram ao palco e, juntos, agradeceram a presença contagiante do público e apelaram, uma vez mais, à luta pela concretização dos sonhos. Terminou assim um concerto memorável que para sempre ficará na história do Sumol Summer Fest. 

Assististe ao concerto de Mizzy Miles? Qual a tua música preferida do cantor? Que outros cantores gostavas de ter visto em palco?