“Shelf Life” é o novo single dos shoegazers Tennis System
“Shelf Life” vem na dianteira do novo álbum Lovesick dos Tennis System, o trio shoegaze de Los Angeles liderado por Matty Taylor. Ouve-o aqui.
Não é segredo para ninguém o quanto, por aqui, muitos de nós são fãs de shoegaze. Afinal o álbum homónimo dos Slowdive encabeçou a nossa lista de melhores álbuns de 2017, coroando a nossa satisfação com a reabilitação e o ressurgimento do género nesta década, no seguimento do lançamento do m b v dos My Bloody Valentine, em 2013. Como se pode perceber pela palete de cores, os Tennis System são uma das bandas cuja formação coincidiu com o regresso desta sonoridade, tendo fundido a nebulosa de ruído e as melodias etéreas dos My Bloody Valentine com a tradição hardcore de Washington D.C..
Desde a emergência dos Tennis System na cidade dos Fugazi e da Dischord Records, em 2008, seguiram-se várias alterações no alinhamento da banda, com o vocalista, guitarrista e compositor Matty Taylor a manter-se o seu único membro constante; uma transferência para Los Angeles; e o lançamento de dois álbuns, um primeiro de estreia, editado pela própria banda, Teenagers (2011), e um segundo, já lançado por meio da discográfica Papercup Music, Technicolour Blind (2014). A banda é actualmente constituída por Matty Taylor, pelo baixista Sam Glassberg e pelo baterista Garren Orr e prepara-se para lançar o seu terceiro LP, Lovesick, cujo anúncio vem acompanhado do single “Shelf Life”, que a Stereogum teve o privilégio de estrear.
Lovesick sairá no dia 2 de Agosto, por meio da Graveface Records & Curiosities, e foi produzido por Jack Shirley (Deafheaven, Oathbreaker, Gouge Away). Segundo uma declaração na página de Bandcamp da editora: “Lovesick canaliza anos de determinação, frustração e crescimento pessoal e musical dos Tennis System numa colecção de canções em que a banda atinge o seu pleno potencial e explora novo território sónico. […] Embora a incerteza e a dúvida sobre si sejam temas líricos comuns em Lovesick, há também convicção – o desejo de aproveitar ao máximo o tempo que se tem e seguir o caminho mais feliz, mesmo se pouco convencional”. Matty Taylor explica do seguinte modo o conteúdo do álbum:
Toda a gente encontra alguma coisa pela qual se apaixonar, para mim foi a música. Estou sempre à procura daquele sentimento que tinha enquanto criança a descobri-la pela primeira vez. Embora muito deste álbum seja sobre frustração, em última instância é sobre ter uma paixão por alguma coisa.
A estrutura de canção de “Shelf Life” é, ao mesmo tempo, mais experimental e mais controlada do que o anterior trabalho dos Tennis System. Progredindo segundo uma lógica de tranquilo e explosivo que recorda as origens punk da banda, oscilando entre momentos soporíferos onde a voz e o baixo se estendem melancólicos e ataques agressivos de uma nebulosa de guitarras glide e bateria possante, a canção flui com uma sinuosidade e liberdade épicas que lembram os Ride do tempo de Going Blanck e do seu magnífico single principal “Leave Them All Behind”.
E como já vem sendo habitual no género, atrás da sonoridade sonhadora vem a descrição lírica de estados de fronteira, aquela nebulosa terra de ninguém onde boiam a voz e a mente, onde se desenrola a dolorosa e anestesiada luta entre a desejada ilusão e a crua realidade: “Can’t believe this is the end / I won’t ever love that way again/ Guess this is a shelf life”.
TENNIS SYSTEM, LOVESICK | “SHELF LIFE”
LOVESICK | Alinhamento do álbum
- Shelf Life
- Cut
- Alone
- Esoteric
- Deserve
- Fall
- Third Time
- Rotting Out
- Turn
- Cologne
- Come Undone
- Lovesick