Chris Pine © Paramount Pictures

The Contractor – Mercenário, em análise

“The Contractor – Mercenário” é o primeiro papel principal de Chris Pine num filme original de ação – sem ligações a sagas ou universos cinematográficos – desde “Jack Ryan: Agente Sombra” de 2014. Será que o ator consegue elevar esta obra de Tarik Saleh ou ficarão os espetadores desiludidos?

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Considerando todos os géneros do cinema, filmes de ação focados num ex-militar/agente com problemas financeiros e/ou de saúde que tenta salvar-se a si e/ou à sua família com um “trabalho à parte” – frequentemente acompanhados com “é só desta vez e não há perigo algum, nada pode correr mal” – são provavelmente a “gaveta” mais visitada por produtores em Hollywood. As fórmulas deste tipo de histórias foram tão repetidas ao longo das últimas décadas que os estúdios aprimoraram a forma de contar uma narrativa genérica com sucesso ao nível da bilheteira, conquistando o público geral através de escolhas de atores conhecidos e pequenas variações no argumento em si.

The Contractor
Chris Pine © Paramount Pictures

“The Contractor – Mercenário” cumpre precisamente com aquilo que vende e com as expetativas mais previsíveis. A falta de criatividade e de fator surpresa acompanha um enredo que pouco faz para fugir à descrição acima, colocando muito do seu potencial sucesso na prestação de Chris Pine (“Mulher-Maravilha”) e nas sequências de ação. De facto, são os dois pontos mais positivos do filme. Em relação ao último, a maioria das cenas de perseguição, tiroteios e missões, são bem conseguidas e bem filmadas, apesar de não conterem elevados níveis de entretenimento devido à montagem e coreografia demasiado comuns. Tirando um par de momentos mais entusiasmantes, é raro alguma sequência espantar os espetadores.

The Contractor
Chris Pine © Paramount Pictures

No entanto, tal como se esperava, Pine acaba por carregar praticamente todo o filme, contando ainda com a ajuda preciosa de Ben Foster (“Hell or High Water – Custe o que Custar!”). Ambos entregam performances emocionalmente retraídas devido à educação militar rígida que tiveram, o que acaba por criar alguns momentos de maior intensidade entre os dois quando as emoções chegam ao ponto de ebulição. The Contractor – Mercenário” depende imenso da conexão do público com as personagens interpretadas por estes dois atores, sendo que uma eventual falta de interesse e/ou empatia poderá resultar numa experiência cinemática desastrosa.

Não existe muito mais por descrever, pois Tarik Saleh não consegue pegar no argumento de J. P. Davis e torná-lo em algo único que se distinguisse das milhares de versões semelhantes espalhadas pelo cosmos do cinema. Naquele que é a primeira longa-metragem em inglês do realizador sueco, Saleh até demonstra algum talento para conduzir ação militar realista, mas com uma narrativa tão familiar, seria muito difícil entregar uma obra digna de ser recomendada a todos os espetadores.

THE CONTRACTOR – MERCENÁRIO | DISPONÍVEL NOS CINEMAS A PARTIR DE 24 DE MARÇO

The Contractor - Mercenário, em análise
The Contractor

Movie title: The Contractor - Mercenário

Movie description: James Harper é involuntariamente dispensado das Forças Especiais do Exército e acaba por perder a sua pensão e o seguro de saúde. Endividado e com a família para sustentar, acaba por assinar um contrato com a uma equipa militar privada, juntamente com o seu melhor amigo e sob o comando de um colega veterano. Quando a sua primeira missão corre mal, Harper é perseguido e consegue escapar por pouco à morte. Apanhado no meio de uma perigosa conspiração, o soldado deve fugir de quem o tenta assassinar e encontrar maneira de regressar a casa para desvendar os derradeiros motivos daqueles que o traíram.

Date published: 24 de March de 2022

Country: EUA

Duration: 103'

Director(s): Tarik Saleh

Actor(s): Chris Pine, Ben Foster, Gillian Jacobs, Eddie Marsan, Florian Munteanu, Kiefer Sutherland

Genre: Ação, Thriller

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  • Manuel São Bento - 45
45

CONCLUSÃO

“The Contractor – Mercenário” é mais uma peça de ação genérica com uma história retirada do armário formulaico de Hollywood, sem quaisquer surpresas ou elevados níveis de entretenimento. Chris Pine foi a obrigatória “cara famosa” escolhida para (tentar) elevar um enredo visto e revisto inúmeras vezes e, com o ombro amigo de Ben Foster, até conseguem carregar o filme de Tarek Saleh durante uma boa parte do tempo de execução. No entanto, mesmo com um par de sequências de ação cativantes e um ou outro momento de fazer levantar ligeiramente as sobrancelhas, não consegue libertar-se das amarras inibidoras de imaginação. Inevitavelmente, acabará por cair no poço do esquecimento mal os espetadores saiam da sala de cinema.

Pros

  • Prestações de Chris Pine e Ben Foster.
  • Algumas sequências de ação cativantes.
  • Um ou outro momentos narrativo genuinamente interessante.

Cons

  • Argumento genérico e formulaico com imensa falta de criatividade e originalidade.
  • Personagens pouco exploradas.
  • Extremamente previsível e baixos níveis de entretenimento.
  • Demasiado semelhante a tantas outras obras do género.
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