The Umbrella Academy, segunda temporada em análise
The Umbrella Academy voltou e ainda mais caótica e peculiar! Novos poderes, uma nova década, um pai extraterrestre e uma nova Academia! Aguentas isto tudo?!
O mais fácil de começar é pelo início, sem dúvida, mas tanto aconteceu nesta segunda temporada de “The Umbrella Academy” que ainda não sabemos por onde nos virar. Mas o que garantimos é que está cheia de novidades, novas teorias da conspiração e no final, como seria de esperar, cheia de perguntas para as as respostas que nunca chegaram.
Depois de uma temporada que terminou, como em qualquer boa história de super-heróis, com um mega apocalipse iminente, a segunda temporada leva-nos para um tempo de acção totalmente novo mas com inúmeras referências à actualidade, com personagens que parecem ficar ainda mais peculiares do que quando as conhecemos e uma história ainda mais mirabolante.
NOTA: Poderão haver spoilers daqui para a frente
Estamos na década de 1960, e ao longo de alguns anos, os irmãos Hargreeves parecem encontrar um novo lar. Numa viagem pelo tempo que não corre como esperado, Cinco (Aidan Gallagher) deixa os irmãos espalhados por diferentes anos da década, sendo inevitável que a dada altura todas as suas timelines se encontram e os irmãos voltam a unir-se. Os seus poderes não os ajudam, revelando apenas que a sociedade não está preparada para eles. Luther (Tom Hopper) é encarado como um gigante anormal, entrando no mundo da máfia como segurança, e no submundo de lutas ilegais, Diego (David Castañeda) é encarado como louco e preso num manicómio por insistir em contar que John F. Kennedy será assassinado (é a verdade, mas não para quem o ouve que ainda não sabe que tal vai acontecer) e Allison (Emmy Raver-Lampman) terá de lidar com uma sociedade que ainda não aceitou os afro-americanos.
Numa outra vertente, muito mais divertida e apelativa claro, Klaus (Robert Sheehan) e Ben (Justin H. Min) estão ainda ligados pelo espírito deste último, e partem numa jornada cheia de cor, misticismo e própria de Klaus, que se torna o líder de um culto, não mudando em nada a sua maneira de ser mesmo numa década diferente. Já Vanya, por outro lado, é a que fica mais desamparada por não saber que tem poderes e por nem saber o seu passado, dado a sua amnésia recente – o que sabe é que a sua vida naquela época não será fácil, já que se apaixona por uma mulher casada e com um filho.
E sim, a verdade é que poderíamos ir por muitas histórias com base numa nova década mas, como se este fosse o único destino dos irmãos Hargreeve, há apenas um “pequeno grande” problema em jogo: o apocalipse! Foi o primeiro teaser lançado sobre a série e as primeiras imagens não enganavam: a Umbrella Academy não iria ter a vida facilitada, nem mesmo numa nova linha temporal e cidade diferente. E se o momento derradeiro da série nos pareceu, de certo modo, mais do mesmo, a verdade é que os pequenos apontamentos deixados ao longo da nova história foram fulcrais para elevar a qualidade desta nova temporada.
Desde já, o primeiro grande ponto a favor dos novos episódios de “The Umbrella Academy” foi a introdução de novas personagens. Se por um lado ficámos entusiasmados com o regresso de Kate Walsh, as novas caras que entraram nas vidas de Diego, Allison e Vanya conseguiram refrescar o mundos dos Hargreeves e introduzir novas situações. Todas elas foram importantes e fizeram pontes entre os irmãos, mas sem dúvida que destacamos Lila (Ritu Arya)! Apaixonamo-nos por ela desde o primeiro instante que nos apercebemos da sua química com Diego mas nada nos prepara para perceber que ela é mais parte integrante do mundo frenético da família Hargreeves e que é (e quem o diria), a parceira ideal de Diego.
Claro, Raymoun (Yusuf Gatewood) foi uma boa introdução à história de Alison, e Sissy (Marin Ireland) crucial para o desenvolvimento de Anya, e a longo prazo de uma eventual nova linha temporal apresentada no final da temporada, mas nenhum bate a força e dinâmica que Lila traz a estes episódios. Afinal de contas, vê-la a crescer, entrar no grupo dos Hargreeves e conhecer a sua origem é digna de qualquer história de super-heróis.
E, se por um lado ficámos fascinados com a introdução de Lila, nada nos fazia prever o regresso de Reginald Hargreeves (Colm Feore). Quem nunca quis saber o verdadeiro motivo para este misterioso homem ter reunido sete crianças com poderes peculiares? O que saberia ele sobre esta “anormalidade” e quais os verdadeiros motivos dele? Sir Reginal Hargreeves sem dúvida que elevou a fasquia de acontecimentos ‘esquisitos’ da segunda temporada de “The Umbrella Academy” e infelizmente deu-nos mais questões que perguntas. Afinal de contas, qual o verdadeiro motivo para um ser daqueles querer continuar na Terra? E qual a sua verdadeira influência nas viagens do tempo e universos paralelos?
No entanto, a segunda temporada mantém-se fiel ao que se propôs já na primeira. Super-heróis peculiares, personagens interessantes e com vários devaneios, e uma química invejável entre o elenco – seja entre “família” ou entre os bons e os maus. Voltar a trazer Kate Walsh no papel de antagonista revela-se uma escolha absolutamente brilhante e eleva o nível da acção para outro patamar. Já não falando da parte do guarda-roupa associado à sua personagem, e a interacção com Cinco, que continua a demonstrar-se como ponto fulcral da história.
Claro que houve situações que não nos agradaram e que continuam a criar momentos de alguma estranheza (sim, mais do que a própria história em si). Por aqui a opinião é que ainda não se acertou na história de Luther e Allison. Sim sim, não são irmãos, nem são parentes distantes, mas há algo que parece continuar a não resultar. Mas ponto alto: focaram-se muito mais noutros irmãos. Ben ganha uma nova vida nesta temporada, ainda que na “sombra” de Klaus, mas numa interpretação muito bem-vinda e ansiada pelos fãs.
Mas, no final de contas, “The Umbrella Academy” prendeu-nos outra vez ao sofá. Foi brilhante como juntaram tanta história em episódios mais curtos mas sempre num bom passo; a fluidez das histórias permitiu que os episódios não se tornassem aborrecidos como aconteceu algures durante a primeira temporada, e sem dúvida que o foco dado a cada personagem foi mais incisivo. Adorámos ver Ben mais presente, ver novas relações entre os irmãos mas, acima de tudo, da nova dinâmica que as personagens vieram a trazer. Seja porque Diego se apaixonou por Lila, também ela uma ‘tresloucada’ e peculiar super-heroína, seja porque a história de amor de Vanya poderá aparentemente levar a um novo apocalipse. Já viram que vai mesmo dar sempre a Vanya?
Mas agora fica a grande questão… o que aconteceu à Umbrella Academy e o que fará contra a Sparrow Academy? E estará Ben perdido nas sombras para se juntar novamente a Klaus? Sem dúvida um mote muito mais interessante para uma terceira temporada do que um mero apocalipse. Um final muito mais cativante que o da primeira temporada e que nos deixou ainda mais curiosos. Vamos a teorias?
Na tua opinião, a segunda temporada conseguiu superar a primeira?
Movie title: The Umbrella Academy
Date published: 31 de July de 2020
Country: EUA
Author: Steve Blackman, Jeremy Slater
Actor(s): Elliot Page, Aidan Gallagher, Robert Sheehan, David Castañeda, Tom Hopper, Emmy Raver-Lampman, Mary J. Blige, Cameron Britton , Kate Walsh
Genre: Acção, Aventura
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Marta Kong Nunes - 80
CONCLUSÃO:
The Umbrella Academy conseguiu apresentar uma segunda temporada mais coesa, mais focada no peculiar da história e enaltecendo apenas as relações pessoais necessárias.
Pros
- a fluidez das histórias por episódios
- Five e Klaus continuam a ser das melhores personagens
- o desenvolvimento de Diego e Ben
- as novas personagens
- a cena épica da reunião de família com o pai, num restaurante de tema tropical
Cons
- a insistência na relação de Luther e Allison
- o pessismismo vs optimismo em demasia que Luther tem nas inúmeras situações
- a falta de respostas ao passado de Reginald Hargreeves
- a relação construída entre Vanya e Sissy, que por vezes parecia um esforço para justificar quem sabe a storyline da 3ª temporada