Fora de Série | House of Cards T3E05

Fora de Série: episódio 59 | House of Cards 3×05 “Chapter 31”

“He’s being too smart. If it pays off, hey, he wins a Nobel prize. But, if it backfires, he leaves himself wide open.”

A visita de Petrov parecia ter amansado o Presidente, mas Chapter 31 veio dizer-nos que Frank Underwood, contra tudo e contra todos (mais agora do que nunca) está aqui para desfazer inimigos.

De positivo a realçar neste episódio são as transições entre os vários assuntos que dão pedal à terceira temporada. Não estamos apenas a lidar com Underwood e quem está à sua volta; os restantes personagens estão a ganhar peso, e o pior é que vão cair todos sobre o mesmo indivíduo.

Dunbar tem tudo já bastante bem encaminhado, parece ter reunido o amor de já alguns estados na sua luta pelo bem, mas Doug volta a aparecer, desta vez com uma proposta aliciante – um diário da luta dos Underwood até ao trono. O que mais me agrada em Heather Dunbar é a sua vontade de jogar o jogo pelo lado legal e moral, mas Stamper representa a cobra com a maçã, uma maçã que a poderá pôr em vantagem em relação à nomeação.

house of cards

Mas de entre os restantes que andam a espalhar promessas em troca da Sala Oval, vamos ter mais uma cara famosa: Jackie. O plano é casar a mulher e atirá-la aos lobos das campanhas, roubando alguma luz a Dunbar. Quando a AmericaWorks estiver de pé, ela sai e volta à team Underwood. Jackie é uma mulher muito ambiciosa – relembremos o conflito que teve com Frank quanto à sua atual posição na sua equipa. Empurrá-la assim para a corrida ao poder, ainda que num teatro fabricado, pode virar o feitiço contra o feiticeiro.

Juntando mais lenha à volta da fogueira, Ayla foi dispensada por Seth do cargo de correspondente da Casa Branca, para agora o Telegraph enviar Baldwin, vencedora de um Pulitzer. Baldwin é outro peso, e deixa isso claro numa troca de palavras com Seth – não se vai ficar pelo que Ayla fez, vai atacar ainda mais – e ao escrever acerca do despedimento do Secretário da Segurança Nacional e do uso de fundos do FEMA (fundos de emergência) para o financiamento da AmWorks.

Sim, porque essa é outra para atear o fogo.

O Congresso não ficou muito contente com esse desvio de fundos, tendo Underwood a Sala Oval com Mendonza e Birch a apontar tal movimento como, inclusive, ilegal, ameaçando que o Congresso iria reprová-lo. “Well, at least I’m cultivating bipartisanship”, diz o Presidente. Mas já são demasiadas forças contra um homem. E como se não bastasse, em favor a Claire, assina um documento formal com confirmação do envio de tropas para o Vale do Jordão, como garantia – necessário para Claire convencer Israel a aceitar a resolução, depois de estes desistirem por ameaça da Rússia de venda de armas ao Irão.
Hands down para a cena da casa de banho entre Alexi e Claire. Se para o homem foi difícil estar concentrado, eu tive de puxar o episódio duas vezes atrás para ouvir o que a mulher disse.

Frank contrata ainda um romancista, Thomas Yates, para escrever um livro sobre o seu embrião: AmericaWorks. O escritor não está totalmente convencido, enquanto Frank lhe explica que ele quer transmitir a paixão que tem de empregar a América através das palavras do homem.

Acho que este episódio foi a representação da falta de visão atual do Presidente. Parece que, tal como inclusive diz no episódio, está a cavar a sua própria sepultura. A ideia que Thomas deixou foi que ele faria o livro à sua maneira, logo, o que é que o impede de construir um arsenal de palavras não a favor, mas contra o Presidente? Terá ainda acesso a muito material disponibilizado pela sua equipa e, neste caso, a curiosidade de um escritor pode ser uma faca nas costas de Underwood.

No final, a fila para a inscrição na AmericaWorks mostra-nos várias pessoas. A câmara vai abrandando, uma cara conhecida vai aparecer: Freddy. Mais deste personagem na terceira temporada? Veremos.

Dos episódios mais bem cheios desta terceira temporada e, para finalizar, ficamos a saber que Petrov e Underwood se vão reencontrar, negociando a libertação do americano nas mãos russas. Estes dois no ecrã é obra garantida.

In APS Portugal

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *