Quentin Tarantino vai desvendar mistérios sobre os seus filmes em novo projeto
O conhecido realizador Quentin Tarantino já tem um novo projeto de longo prazo. O autor vai lançar dez livros sobre os bastidores dos seus dez filmes. Os livros serão editados pela Insight Editions. Esta não é a primeira vez que Quentin Tarantino se aventura na escrita. Além da grande maioria dos seus argumentos terem sido publicados em livro, Tarantino também lançou em 2021 um romance inspirado no seu filme “Era uma vez em… Hollywood” (2019). A Porto Editora lançou também o livro em português, igualmente em 2021, com o título “Era uma vez em Hollywood”.
Além deste romance, em 2022, Tarantino publicou também a obra de não-ficção “Cinema Speculation” com textos ensaísticos sobre diferentes filmes de que gosta. O livro não foi publicado em Portugal mas há uma edição brasileira intitulada “Especulações cinematográficas” e que pode ser comprada no site da Worten.
Quentin Tarantino vai lançar livros sobre os seus filmes
O realizador Quentin Tarantino fez um contrato para lançar dez livros sobre os seus filmes com a editora Insight Editions, com o último dos filmes ainda por lançar. Assim, o autor juntou-se ao jornalista/autor Jay Glennie para o ajudar na escrita dos livros. O primeiro livro será publicado nos E.U.A. a 11 de novembro. Abordará também sobre o seu filme mais recente “Era uma vez em… Hollywood”. Terá o título “The Making of Quentin Tarantino’s Once Upon a Time … in Hollywood”.
Posteriormente, os próximos dois livros a lançar, sequencialmente, em 2026 e 2027, irão abordar os filmes “Sacanas sem Lei” (2009) e “Django Libertado” (2012).
Quentin Tarantino irá escrever as introduções dos livros. É também certo que os livros não serão apenas compostos por fotografias de bastidores, estando até perto do tratamento do romance “Era uma vez em Hollywood”. Tarantino deu ainda acesso a Jay Glennie a histórias nunca contadas de bastidores dos seus filmes. Nomeadamente, sobre como Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e Margot Robbie construiram as suas personagens. Por exemplo, DiCaprio absorveu muitas histórias de guerra para encarnar a sua personagem Rick Dalton.
Os atores de “Era uma vez em… Hollywood” falam sobre o filme
Em primeiro lugar, Leonardo DiCaprio reflete: “Tenho vinte e cinco amigos que conheço há trinta anos e metade deles são atores conhecidos e grandes atores. Portanto, eu tive uma ligação incrível com o Rick porque conheço muito bem esta história. São atores incríveis que têm muito para dar e para oferecer criativamente, e sabes que alguns deles estiveram no lugar certo na altura certa e outros não.” O ator recorda ainda uma audição que fez para “Marés Vivas” (1989-2001): “Se os produtores de “Marés Vivas” me tivessem escolhido, eu teria ficado na série durante dez anos e nunca teria tido outras oportunidades.”
Já Brad Pitt quis reunir-se na casa de Quentin Tarantino para lhe mostrar qual a influência que sentiu para a sua personagem Cliff Booth: a personagem Billy Jack, interpretada por Tom Laughlin em vários filmes. Pitt levou-lhe um DVD e, afinal, Tarantino já tinha uma cópia de 35mm para lhe projetar.
Por fim, Margot Robbie pediu a Debra Tate, irmã da falecida Sharon Tate, informações sobre o perfume de Sharon. “Para cada personagem que interpreto escolho um perfume. Ajuda-me a associar um cheiro à minha personagem, e depois nunca mais uso o perfume. Por isso, fiquei curiosa para descobrir o perfume preferido da Sharon.” Debra ainda guardava um frasco fechado com cera – preservando, assim, o cheiro – e deu-o a Margot Robbie.
O entusiasmo de Quentin Tarantino
“Eu, o meu elenco e equipa técnica adorámos reviver a época em que fizemos “Era uma vez em… Hollywood”, “Sacanas sem Lei” e “Django Libertado” com o Jay, e estamos todos ansiosos para ver os livros finalizados. Este é apenas o início, pois sei que o Jay está tão entusiasmado como eu para explorar os meus outros filmes”, disse Quentin Tarantino.
Da mesma forma, Jay Glennie referiu: “Quando o Quentin me perguntou se eu queria dar aos seus filmes o ‘Tratamento Jay Glennie’, agarrei a oportunidade. Os filmes do Quentin foram a pedra angular da minha formação cinematográfica. “Pulp Fiction” (1994) foi o primeiro filme que eu e a Kelly, agora minha esposa, vimos juntos. Os filmes dele significam tudo para mim. Então, ser convidado para mergulhar a fundo em cada um deles, com o Quentin, o seu elenco e equipa técnica, é uma honra. Mal posso esperar para que os milhões de fãs do Quentin em todo o mundo leiam o nosso primeiro livro.”
Além dos bastidores com os atores, o livro também aborda a dificuldade de obtenção dos direitos da série “Lancer” (1968-1970). O autor da série, Samuel A. Peeples, deixou os direitos da mesma à sua esposa que, depois, aceitou ceder os direitos sem qualquer cobrança. Em troca, Quentin Tarantino ofereceu-lhe uma banheira de luxo e pagou igualmente a instalação da mesma.