Companion, a Crítica | Novo thriller de Sophie Thatcher é a nova versão de Terminator
“Companion” de Sophie Thatcher e Jack Quaid acabou de estrear e já é um fenómeno, com 93% no Rotten Tomatoes.
Desde sempre que o público gosta de ver filmes de terror. Quanto à crítica, tem existido um crescendo na apreciação de filmes de thriller e terror, com o exemplo recente de “The Substance”, que está nomeado para cinco Óscares.
Com “Companion”, o filme que estreou dia 30 de janeiro nos cinemas, a crítica e o público parecem estar em concordância, dando-lhe 93% e 90% de aprovação, respetivamente. Baseando-se nos constantes plot twists e na qualidade dos atores.
Caso estejas a planear ver “Companion” sem qualquer informação, o que muitos consideram ser a forma certa de ver este filme, então a sinopse encontrada no IMDB é a ideal: “A morte de um bilionário causa uma cadeia de eventos para Iris e os seus amigos durante uma viagem de fim-de-semana numa casa ao lado de um lago”.
Se, pelo contrário, estiveres à procura de mais informação, ou já tiveres visto o filme, “Companion” acompanha um casal, Iris e Josh, que vai passar o fim-de-semana a casa de uns amigos. No entanto, quando um assassinato acontece, descobrimos que Iris é uma espécie de Robot de companhia, que apesar de ser controlada, pensa ter consciência sobre os seus atos.
Drew Hancock é o realizador do filme, que tem Sophie Thatcher e Jack Quaid como protagonistas. Megan Suri, Lukas Gage, Rupert Friend e Harvey Guillén também interpretam personagens centrais do filme.
Robots e empoderamento feminino
À primeira vista, pode parecer que o tema principal de “Companion” é a relação dos humanos com os robots e a inteligência artificial. No entanto, é muito mais do que isso. Essa questão é apenas um pano de fundo para abordar questões sobre relações tóxicas e o poder que um homem pode exercer sobre uma mulher, sem que ela se aperceba ou tenha controlo sobre o que está a acontecer.
Numa entrevista no canal de Youtube “Extratv”, Sophie Thatcher partilhou que foi fácil para si identificar-se com a sua personagem por já ter passado por uma relação semelhante, em que se sentia ansiosa e insegura de si própria. “Companion” utiliza a inteligência artificial como uma metáfora para mostrar como as mulheres são fortes e donas das suas próprias ações e consciência.
É, também, inteligente a forma como o filme contrasta a violência, psicológica e física, do seu argumento, com a estética, o marketing e a cinematografia feminina, cor-de-rosa e muito cuidada. O que está relacionado com outra questão. Sendo este um filme em que não faltam plot twists, outra das grandes mensagens é nunca se deve julgar um livro pela capa. Em algum momento do filme, todas as personagens acabam por ter um shift.
Sophie Thatcher rouba o show
Jack Quaid já é um ator com algum nome, não só por ser filho de dois grandes atores, Dennis Quaid e Meg Ryan, como pelos projetos em que já entrou, como a popular série da Prime Video, “The Boys”.
Ainda assim, é Sophie Thatcher quem rouba a tela em todos os momentos em que entra no filme. A atriz começa-se a especializar no género thriller/terror, após participar em “The Boogeyman”, “Yellowjackets” e “Heretic”.
Em “Companion”, interpretando um robot que age como um humano, é preciso ser uma grande atriz para conseguir arrasar a fisicalidade que é necessária para atingir corretamente uma personagem destas. Sophie Thatcher consegue. Com apenas 24 anos, nota-se que a atriz tem uma grande facilidade, quase inata, de trabalhar os seus sentimentos e emoções através das suas expressões.
Considerações finais: entre easter eggs, romance e reflexão sobre ver o filme no cinema
Apesar da sua componente de thriller e violência, “Companion” é um filme que vive muito do seu humor e cenas inesperadas. Visto numa sala de cinema é sempre uma experiência diferente, em que toda a audiência se ri, em conjunto, em grandes momentos cómicos e inspira o ar em momentos fraturantes.
Há algumas curiosidades cómicas, ou easter eggs, se lhe quisermos chamar assim, que são inteligentemente engraçadas, e que partilhamos pois podem não ser claras enquanto se vê o filme. Iris, o nome da personagem principal, é um anagrama para “Siri”, a ferramenta de inteligência artificial da Apple.
E, ainda relacionado ao nome da personagem. Quando Josh recebe Iris em casa, no background, a personagem está a ouvir a música “Iris” dos Goo Goo Dolls, que é conhecida por fazer parte da banda sonora do filme “City of Angels”, filme esse que é protagonizado por Meg Ryan, a mãe do ator principal, Jack Quaid.
“Companion” é um filme dos mesmos estúdios de “The Notebook”, com os produtores de “Barbarian”. É curioso que o próprio filme apresente estes factos, uma vez que estes estúdios já fizeram outros filme, mais nas categorias de “Companion”, como “The Conjuring” ou “Nightmare on Elm Street”. Ainda assim, é uma escolha pensada, uma vez que o filme mistura um “grande romance”, com um épico e violento desfecho.
“Companion” está a ser comparado a “Terminator” devido à sua abordagem à inteligência artificial, no entanto, o novo filme foca-se mais na dependência emocional dos humanos em vez da ameaça dos robots.
Companion, a Crítica
Movie title: Companion
Movie description: “Companion” acompanha um casal, Iris e Josh, que vai passar o fim-de-semana a casa de uns amigos. No entanto, quando um assassinato acontece, descobrimos que Iris é uma espécie de Robot de companhia, que apesar de ser controlada, pensa ter consciência sobre os seus atos.
Director(s): Drew Hancock
Actor(s): Sophie Thatcher, Jack Quaid, Megan Suri, Lukas Gage, Harvey Guillén
Genre: Thriller, Comedy
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Matilde Sousa - 70
Conclusão
- Apesar da sua componente de thriller e violência, “Companion” é um filme que vive muito do seu humor e cenas inesperadas. Visto numa sala de cinema é sempre uma experiência diferente, em que toda a audiência se ri, em conjunto, em grandes momentos cómicos e inspira o ar em momentos fraturantes.
Pros
- A forma como usa o humor e sátira e o tema da inteligência artificial para abordar uma temática séria como as relações tóxicas;
- A fisicalidade e atuação de Sophie Thatcher
Cons
- Podiam pegar nesta premissa e dar-lhe um final mais impactante.