Festival de Cannes 2023: Leonor Silveira o rosto da Quinzena dos Realizadores
A 55ª edição da Quinzena dos Realizadores, umas das sessões paralelas do Festival de Cannes 2023, revelou o seu cartaz, onde aparece o rosto jovem da consagrada actriz portuguesa Leonor Silveira, em ‘Vale Abraão’ (1993), de Manoel de Oliveira.
São já as primeira imagens do que vamos ver espalhadas pela Croisette e no Festival de Cannes 2023, com a apresentação do cartaz da 55ª edição da Quinzena dos Realizadores, umas das mais importantes sessões paralelas do grande certame cinematográfico e que vai ter lugar de 17 a 26 de maio próximo. Nele destaca-se o rosto da actriz portuguesa Leonor Silveira, numa das cenas, ou fotografias, do filme ‘Vale Abraão‘ (1993), de Manoel de Oliveira (1908-2015): ‘Vale Abraão’ é a história de Ema, uma mulher de uma beleza ameaçadora. Para Carlos, o marido, com quem casou sem amor, «um rosto como o seu pode justificar a vida de um homem». O seu gosto pelo luxo, as ilusões que tem da vida, o desejo que inspira aos homens, fazem-lhe valer o epíteto de «a Bovarinha». Conhecerá três amantes, mas esses amores sucessivos não conseguem suster um sentimento crescente de desilusão que a leva a definir-se como nada mais que «um estado de alma em balouço». Ema morrerá – «acidentalmente? Quem sabe?» – num dia de sol radioso, depois de se ter vestido como se fosse para ir a um baile.
Leonor Silveira, ainda bastante jovem parece questionar o nosso olhar, mostrando-se serena, luminosa, mas ao mesmo tempo com um certo desafiador e aventureiro, tal como a sua Ema, a personagem principal do filme do grande mestre português falecido em 2015, com 106 anos de idade. O cartaz desta Quinzena dos Realizadores 2023 é sobretudo uma enorme homenagem à actriz, ao cinema português e sobretudo ao magnífico ‘Vale Abraão’, de Manoel de Oliveira — um filme baseado no romance de Agustina Bessa-Luís, que por sua vez se inspirou no romance ‘Madame Bovary’, de Gustave Flaubert — além de uma simbólica forma de comemorar os 30 anos da sua estreia na Quinzena dos Realizadores de 1993, que promete este ano de 2023, ser como é habitual, ‘uma viagem por filmes singulares, subversivos e de espírito livre’. A ver vamos!
JVM