O Meu Vizinho Totoro

Filmes a não perder na Cinemateca Portuguesa em outubro

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Eis a nossa recomendação, dos grandes filmes que serão exibidos na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, no décimo mês de 2018. 

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Neste mês de outubro a Cinemateca Portuguesa dedica-se ao mundo da fantasia, e aos mundos que se criam para além da realidade cinematográfica, todos eles fruto da nossa mente. A temática está enquadrada numa das parcerias da instituição com o DocLisboa.

Além disso, e talvez de destacar ainda mais seja o ciclo “1948”, um ano significativo na produção cinematográfica, de um mundo que estava a sair da segunda guerra mundial. Foi, aliás, nesse mesmo ano que a Cinemateca vinha a nascer. Segundo a programação da instituição este é um ciclo que retrata os melhores filmes feitos nesse ano, numa proposta dos próprios espectadores da Cinemateca.

O ciclo nasceu de uma proposta do crítico austríaco Olaf Möller, bem conhecido dos espectadores da Cinemateca, que colaborou connosco na sua preparação, e é um Ciclo que, para nós, faz um especial sentido no momento em que nos preparamos para assinalar o 70 aniversário da Cinemateca – como se, em antecâmara para a comemoração que virá nos próximos meses, quiséssemos mostrar como ia o mundo (e como ia o cinema) no momento em que a Cinemateca nasceu.

Como habitual, a Cinemateca preparou ainda os melhores filmes em dose dupla. No “Double Bill” deste mês são propostos quatro programas distintos. O primeiro, uma homenagem dos vivos aos mortos. No segundo foca-se a morte, a sua premonição. O terceiro programa é uma homenagem a uma certa experiência de cinema musical francês: além do incontornável Jacques Demy. Finalmente, no último programa, o de dia 27, em que comemoramos o Dia Mundial do Património Audiovisual, programámos dois filmes noir de Anthony Mann.




“Le Diable Boiteux”, F.R. 12-10-15h30

Cinemateca Portuguesa
Le Diable Boiteux

 Biografia do príncipe Talleyrand (1754‐1838), que serviu a diplomacia francesa ao longo de 50 anos sob regimes tão diferentes como a Monarquia Absolutista, o Consulado, o Império e a Monarquia Constitucional. Na sequência de abertura, que dá a ver o local de nascimento de Talleyrand na Paris de 1948, em raccord com uma montra de livraria com as mais famosas biografias publicadas sobre ele, incluindo um exemplar de Le Diable Boiteux do próprio Guitry, este apresenta a personagem como o mais importante diplomata da história. Retrata‐o ao longo de uma série de episódios, da sua vida política e da sua esfera privada, não necessariamente corretos. Foi um filme particularmente controverso na época da sua estreia.




“Fado – História D’Uma Cantadeira”, F.R. 15-10-15h30

Cinemateca Portuguesa
Virgilio Teixeira e Amália Rodrigues

Foi pela via do melodrama que Perdigão Queiroga se estreou na longa‐metragem em FADO – HISTÓRIA D’UMA CANTADEIRA, um dos maiores sucessos de bilheteira do cinema português dos anos 1940, com mais de vinte semanas de exibição nos cinemas Trindade e Condes. O argumento, de que se dizia ter algumas características biográficas de Amália, reuniu a genial fadista ao mais popular galã de então, Virgílio Teixeira. Para muitos, trata‐se do melhor momento cinematográfico da carreira de Amália Rodrigues.




“L’Ebreo Errante”, F.R. 15-10-19h

Cinemateca Portuguesa
L’Ebreo Errante

A enorme ambiguidade de L’EBREO ERRANTE exprime um sentimento bastante comum na Europa do imediato pós‐ ‐guerra: a ideia de que o sacrifício dos judeus às mãos dos nazis os “libertava” ou “redimia” do seu papel na condenação e crucificação de Jesus Cristo. Goffredo Alessandrini, que fora um dos realizadores mais importantes da época fascista, faz aqui uma espécie de ato de contrição, abordando o Holocausto a partir do mito do “judeu errante”, finalmente livre da maldição da errância depois do seu sacrifício voluntário (é Gassman quem o interpreta, na pele de um homem judeu que, podendo fugir dos nazis, escolhe não o fazer, entregando‐se em sacrifício). Ideologicamente, e apesar das “boas intenções” (ou por causa delas), está tudo “errado” em L’EBREO ERRANTE – mas essa estranheza incómoda diz‐nos muito sobre a época (e o lugar) em que foi feito. Primeira exibição na Cinemateca.




 “O Meu Vizinho Totoro”, Cinemateca Júnior 13-10-15h

Cinemateca Portuguesa
O Meu Vizinho Totoro

Este conto infantil magistralmente realizado por Hayao Miyazaki centra‐se na história das irmãs Satsuke e Mei que descobrem que a sua nova casa está localizada junto a uma floresta habitada por um conjunto de criaturas chamadas Totoros. As irmãs tornam‐se amigas de um Totoro, o maior e mais velho, o rei da floresta. Como a mãe está em convalescença no hospital, e o pai é professor, as crianças passam o tempo com o seu novo amigo. Totoro irá revelar‐lhes um mundo mágico, mas também as irá ajudar a entender as duras realidades da vida. “O MEU VIZINHO TOTORO” foi realizado em 1988, tornando‐se o símbolo do célebre Studio Ghibli.




 “The Sixth Sense”, F.R. 13-10-15h30

Cinemateca Portuguesa
Haley Joel Osment e Bruce Willis

Primeiro grande sucesso do realizador M. Night Shyamalan, THE SIXTH SENSE é já um “cult movie” e um dos filmes fantásticos mais desconcertantes e originais da sua época. Talvez a grande surpresa seja, não tanto o argumento, mas o desempenho deveras impressionante do improvável Bruce Willis e da descoberta de Haley Joel Osment. Três histórias paralelas que se entrecruzam, em que os protagonistas têm um “sexto sentido” através do qual “comunicam” com o além. O filme faz parte da rubrica “Double Bill”, sendo seguido da exibição de “Hereafter”.




“Hereafter”, F.R. 13-10-15h30

filmes na tv
Lyndsey Marshal e George McLaren

HEREAFTER é mais um excelente exemplo da versatilidade de Clint Eastwood, cineasta que, percorrendo os mais diferentes géneros, (veja‐se os paralelismos entre este filme e o western THE UNFORGIVEN) tem uma “assinatura” inconfundível. Primeiras exibições na Cinemateca. Antes é apresentado “The Sixth Sense”.




“The Iron Curtain”, F.R. 16-10-21H30

Cinemateca Portuguesa
Gene Tierney

THE IRON CURTAIN, neste Ciclo, faz “espelho” com RUSSKIY VOPROS de Mikhail Romm. É um dos primeiros filmes americanos, depois da Segunda Guerra, a devolver um olhar negativo, e ameaçador, sobre a URSS. Baseia‐se numa história verídica – a dum funcionário da Embaixada soviética no Cana‐ dá que desertou e revelou segredos sobre o seu país, e volta a reunir um dos pares mais em voga naquela época (sobretudo nos filmes de Preminger), Dana Andrews e Gene Tierney.




 “Heat”, F-R. 17-10-21h30

Cinemateca Portuguesa
Heat

Os dois maiores atores americanos da sua geração, Al Pacino e Robert De Niro, já tinham um filme em comum, THE GODFATHER PART II (1974). Mas até HEAT, duas décadas depois, filme nenhum os fizera contracenar diretamente – na mesma cena, no mesmo plano. É um dos pontos de interesse do filme de Michael Mann, que aliás constrói o encontro Pacino / De Niro como um clímax. Mas não é o único, num thriller urbano rigoroso e claustrofóbico que está entre os melhores trabalhos do realizador. A apresentar em cópia digital.




“La Virgen de Los Sicarios”, 18-10-21h30

Cinemateca Portuguesa
La Virgen de Los Sicarios

Suíço, produtor da Nouvelle Vague, Barbet Schroeder conseguiu realizar diversos filmes em Hollywood, sem deixar de fazer alguns documentários brilhantes em vários pontos do mundo. LA VIRGEN DE LOS SICARIOS, certamente um dos seus melhores filmes de ficção, adapta o romance homónimo de Fernando Vallejo que lhe foi mostrado por Luis Ospina. Um intelectual quadragenário regressa à cidade depois de vários anos de ausência no estrangeiro e tem uma relação passional com um jovem assassino por contrato, que está, por sua vez, ameaçado por outros sicários. Uma história de paixão e consciência social, situada no mundo caótico e mortífero de Medellín, totalmente dominada pelo tráfico de droga.




“Pura Sangre”, F.R. 19-10-21h30

A história de um velho magnata do açúcar, vítima de uma estranha enfermidade que obriga a transfusões constantes de sangue. O desaparecimento de vários jovens, cujos corpos serão encontrados em terrenos baldios de Cali cria uma atmosfera de medo e pânico na cidade. Longa‐metragem que revisita o género do terror e um dos primeiros filmes colombianos que alude à temática dos vampiros, revelando a versatilidade do cinema de Ospina, que aqui nos apresenta uma metafórica crítica da sociedade colombiana.




“La Belle et la Bête”, Cinemateca Júnior 20-10-15h

Cinemateca Portuguesa
La Belle et la Bete

A BELA E O MONSTRO é a mais bela adaptação ao cinema do famoso conto de Leprince de Beaumont segundo contos tradicionais franceses. Cocteau dá‐lhe um toque de fantasia e irreverência, numa espécie de prólogo-comentário, mas é na encenação fantasmagórica da história que se apoia o triunfo do filme. O deslumbramento visual é particularmente sugestivo nas cenas do palácio do monstro, com os seus misteriosos corredores iluminados por “braços‐ ‐candelabros” e jardins poéticos, onde o monstro passeia as suas saudades da Bela (cujo pai se perdeu por uma rosa). Jean Marais no mais lendário papel da sua carreira.




“Opération Lune”, F.R. 22-10-15h30

Com OPÉRATION LUNE o realizador William Karel prossegue a sua reflexão sobre a relação dos Estados Unidos com a imagem, o cinema e o “espetáculo”. A conquista espacial é o grande tema do filme e, entre verdades e mentiras e uma hipotética relação de Stanley Kubrick com a NASA e com uma falsificação da chegada à lua, OPÉRATION LUNE joga com a ironia para levantar a controvérsia em torno do uso das imagens. Uma intriga delirante que chama a atenção para os perigos da manipulação dos arquivos. Primeira exibição na Cinemateca.




“Mucho Gusto”, L.P. 26-10-18h30

Cinemateca Portuguesa
Mucho Gusto

Ensaio documental sobre o tema do “gosto” nas suas várias aceções, baseando‐se em entrevistas com fisiólogos, semiólogos, psicanalistas, antropólogos, historiadores de arte, críticos de arte ou artistas. A questão do gosto é analisada em termos de ética, estética, e de códigos culturais e sociais.




“Mélodrame”, F.R. 26-10-21h30

Cinemateca Portuguesa
Mélodrame

MÉLODRAME recicla o estilo e as convenções do cinema mudo. Inspirando‐se no romance entre Pola Negri e Rudolph Valentino durante a época dourada de Hollywood, Jean‐Louis Jorge filma a história de um ator famoso que se perde na pele dos grandes amantes que interpreta. Uma verdadeira descoberta de um realizador misterioso e injustamente desconhecido. Primeira exibição na Cinemateca de um filme muito pouco visto.




“The Devil is a Woman”, F.R. 30-10-21h30

Cinemateca Portuguesa
The Devil is a Woman

A primeira adaptação ao cinema do romance de Pierre Louys La Femme et le Pantin, que inspiraria Buñuel para o seu último filme, CET OBSCUR OBJECT DU DÉSIR. Marlene é a misteriosa mulher que faz da vida do fidalgo Atwill um inferno de desejo não consumado. Foi o último filme de Sternberg com a atriz. Ambientado em Espanha, provocou a ira do governo republicano espanhol e praticamente não foi distribuído na Europa. “Marlene, no início do filme, nos ‘flashbacks’ ou no final, não tem alteração. […] Marlene é um fantasma. […] Por isso Sternberg pôde dizer, com inteira razão, que depois de DEVIL não voltaria a filmar com Marlene, pois fora, com aquela mulher, tão longe quanto possível” (João Bénard da Costa).

Mais informações sobre a programação podem ser consultadas aqui. Os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira da Cinemateca Portuguesa ou em bol

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