Filmes e séries afetados pelas denúncias de assédio sexual em Hollywood

Alterações de estreias, cancelamentos ou até mesmo a eliminação de atores de filmes. Foram muitas as consequências das denúncias de assédio sexual em Hollywood. 

Tudo começou com Harvey Weinstein em outubro e a partir daí foi surgiu um efeito dominó com várias mulheres a partilharem os seus testemunhos de abuso na indústria em Hollywood.

À medida que produtores, atores e realizadores são acusados de assédio sexual, as variadas produções televisivas e cinematográficas também sofrem alterações. Nomes como Kevin Spacey, Louis C.K. e Ed Westwick, entre outros, foram envolvidos nas denúncias, e por consequência viram os seus projetos afetados.

LISTA DE PROJETOS QUE FORAM ATRASADOS, CANCELADOS E ALTERADOS DEVIDO AOS ESCÂNDALOS


assédio sexual

“ALL THE MONEY IN THE WORLD”

Depois de Kevin Spacey ter sido acusado de assédio sexual pelo ator Anthony Rapp, quando este era adolescente, a Sony retirou o drama histórico do AFI Festival. Posteriormente, o estúdio informou que todas as cenas de Spacey irão ser refilmadas com Christopher Plummer no papel.

É o próprio realizador, Ridley Scott, que está a pagar os reshoots de Plummer na personagem do milionário J. Paul Getty em “All the Money in the World“.




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“I LOVE YOU, DADDY”

Louis C.K. escreveu, protagonizou, realizou, editou e financiou este filme. A longa-metragem conta a história de um homem cuja filha adolescente  (Chloe Grace Moretz) começa a namorar um cineasta de 68 anos (John Malkovich), que é o Woody Allen em todos os aspetos, exceto no nome.

Entretanto o New York Times publicou uma história que denuncia Louis C.K. de ter assediado sexualmente cinco mulheres. Embora o ator tenha admitido e pedido desculpa, The Orchard – que tinha comprado o filme em Toronto por cinco milhões de dólares – cancelou a estreia de “I Love You, Daddy”. A longa-metragem não estreou nos EUA, mas foi lançada de forma antecipada em Portugal, no Lisbon e Sintra Film Festival.




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ESPECIAL DE STAND-UP DE LOUIS C.K. NA NETFLIX

Em abril a plataforma de streaming tinha lançado um especial com o comediante. No entanto, a Netflix já avançou com a informação que optou por cancelar a encomenda de um segundo espectáculo.

“As alegações feitas por várias mulheres no New York Times sobre o comportamento de Louis C.K são perturbadoras. O comportamento não profissional e inapropriado de Louis com colegas do sexo feminino levou-nos a decidir não produzir um segundo stand especial, como tinha sido planeado”, lê-se no comunicado da Netflix.




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ESPETÁCULO DA HBO

A HBO cancelou a participação de Louis CK num espectáculo de beneficência futuro, “Night of Too Many Stars: America Unites for Autism Programs”. Além disso a emissora também retirou todos os espetáculos e títulos passados do comediante dos seus serviços de vídeo on demand.




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“A VIDA SECRETA DOS NOSSOS BICHOS”

Em 2016, Louis C.K. deu voz ao protagonista Max, um terrier Jack Russell. Desde a estreia de “A Vida Secreta dos Nossos Bichos” que a Universal Pictures e a Illumination decidiram produzir uma sequela.

No entanto, devido aos escândalos relacionados com o comediante os estúdios optaram por despedir C.K. da sequela de animação, segundo relata a Variety. O segundo capítulo da história que conta a vida de animais domésticos tem data de estreia prevista para junho de 2019.




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“BASKETS”, “BETTER THINGS”, “ONE MISSISSIPI” E “THE COPS”

Louis C.K. viu ainda os laços cortados com a FX Networks e a companhia de gestão de C.K., a 3 Arts Entertainment. Conforme relata a Variety, a FX cancelou o seu acordo entre a FX Productions e a Pig Newton, companhia de produção de C.K.

Num comunicado, o canal descreveu-se como “muito perturbado” pelas alegações e dizia que não tinha recebido quaisquer queixas sobre má-conduta do comediante nos últimos oito anos. Depois da admissão de culpa de Louis C.K., a FX terminou “a sua associação” com o ator, acrescentando, em novo comunicado, que ele deixará de ser produtor executivo nem receberá quaisquer lucros das séries que tinham em produção conjunta – “Baskets“, “Better Things“, “One Mississippi” (que é transmitido na Amazon) e “The Cops“.

“Já não seremos os produtores executivos ou vamos receber compensação por nenhum das quatro séries que estávamos a produzir com ele. (…) Esta não é uma altura para ele fazer programas de televisão”, lê-se ainda no comunicado da FX.




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“HOUSE OF CARDS”

No seguimento da primeira acusação de Anthony Rapp (“Star Trek: Discovery“) contra Kevin Spacey, a Netflix foi rápida a confirmar que a sexta temporada do drama político de sucesso era a última.

Todavia, à medida que as denúncias contra o ator aumentavam – desde membros da produção da série -, o serviço de streaming decidiu cortar todos os laços com Kevin Spacey. A Netflix despediu o ator, o que significa que “House of Cards” irá terminar as gravações sem a presença da sua personagem.

Desta forma, a plataforma notificou que as gravações do sexto ano da produção estão suspensas enquanto se desenham novos caminhos para a intriga da série. Segundo o The Hollywood Reporter, os argumentistas estarão a  tentar introduzir mudanças no guião da derradeira temporada para que a história não inclua Frank Underwood, personagem interpretada por Kevin Spacey.




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“GORE”

Quando a Netflix cortou todos os laços com Kevin Spacey não se traduziu em problemas apenas para “House of Cards”. O serviço de streaming também decidiu afastar-se do filme sobre o escritor norte-americano Gore Vidal, autor de obras como “Lincoln” ou “Império”, que faleceu em 2012.

O biopic explora a relação do escritor com um homem mais novo. Protagonizado por Spacey, “Gore” já estava gravado e já se encontrava na fase de pós-produção. A previsão inicial era a de que seria emitido pela Netflix, contudo a plataforma digital decidiu arquivar a longa-metragem.




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BIOPIC DE HUGH HEFNER

Durante anos, o cineasta Brett Ratner (“X-Men: O Confronto Final”) teve os direitos de fazer um filme sobre a vida do falecido fundador da Playboy. No início de outubro foi até avançado que Jared Leto tinha sido escolhido para dar vida a Hugh Hefner.

No entanto, começaram a surgir múltiplas acusações de assédio sexual contra Ratner, incluindo a denúncia de Ellen Page durante as filmagens de “X-Men”, e as denúncias de abuso sexual das atrizes Olivia Munn e Natasha Henstridge.

Em resposta às acusações, a Warner Bros cortou os laços com o realizador, a Playboy anunciou que suspendeu o projeto e o agente de Jared Leto afirmou que o ator nunca esteve envolvido no filme.




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“THE CURRENT WAR”

O escândalo de Harvey Weinstein quase colocou o seu estúdio, The Weinstein Company (TWC), à beira da falência. Apesar do produtor já ter sido afastado da empresa, o estúdio continua com problemas. E recentemente TWC atrasou o lançamentos de todos os filmes que seriam lançados em 2017 para o próximo ano.

Uma das longas-metragens afetadas foi um dos títulos mais aguardados do ano. “The Current War” apresentava-se como o principal candidato aos Óscares da TWC, desta temporada, porém o filme foi empurrado para 2018 devido ao escândalo de Weinstein.

“The Current War” apresenta o duelo entre Thomas Edison (Benedict Cumberbatch), inventor da lâmpada, e George Westinghouse (Michael Shannon).




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“POLAROID”

O escândalo de Weinstein não afetou apenas a TWC, também provocou alterações na filial Dimension Studios. O lançamento do filme de terror “Polaroid”, que se centra numa câmara fotográfica assombrada, foi empurrado +para 2018.




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“WIND RIVER”

The Weinstein Company (TWC) não fez mudanças apenas nos filmes que ainda vão estrear. O estúdio também alterou alguns títulos que já foram lançados com o objetivo de proteger as longas-metragens nas bilheteiras e nas corrida aos prémios.

O nome de Weinstein e da sua companhia TWC foi retirado completamente do lançamento de “Wind River“, o principal sucesso do estúdio este anos, e dos possíveis lucros – exigência do realizador Taylor Sheridan.




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PROJETO DE DAVID O. RUSSELL PARA A AMAZON

Não é só no cinema que a The Weinstein Company exerce tarefas. O estúdio tinha em mãos inúmeros projetos em Hollywood, incluindo a série sem título do realizador David O. Russell (“Guia para um Final Feliz“). A Amazon já teria gasto 40 milhões de dólares no projeto, no entanto quando surgiram as acusações contra o produtor o serviço de streaming abandonou o projeto.




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“THE ROMANOV”

Além da série de David O. Russell, a The Weinstein Company estava responsável por produzir uma série de Matthew Weiner, criador de “Mad Men”. Também para a Amazon, “The Romanoffs” iria abordar a família russa e já tinha diversos atores confirmados no elenco: Isabelle Huppert, Christina Hendricks, John Slattery, Jack Huston, Amanda Peet e Marthe Keller.

Mesmo depois das acusações contra Harvey Weinstein, a Amazon decidiu continuar com a série. Contudo a produção pode não continuar, porque foram publicadas agora várias denúncias de assédio sexual contra Matthew Weiner. O realizador e produtor televisivo foi acusado pela antiga assistente Kater Gordon que foi promovida a escritora e venceu um Emmy com Weiner, antes de ela ter sido despedida um ano antes sem motivo.

“The Romanoffs” tinha estreia prevista para 2018 na Amazon, mas ainda não existe confirmação se a série irá continuar.




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“ORDEAL BY INNOCENCE”

Além de Kevin Spacey, Harvey Weinstein, Louis C.K. e Brett Ratner, também Ed Westwick foi acusado de assédio sexual. O ator que interpretou Chuck em “Gossip Girl” viu a minissérie em que participa, “Ordeal by Innocence”, ser suspensa pela BBC. A emissora televisiva britânica decidiu não transmitir a produção, baseada no livro homónimo de Agatha Christie.

A minissérie tinha estreia prevista para a época natalícia, mas o canal decidiu recuar. “Estas são sérias alegações que Ed Westwick nega veementemente. A BBC não está a fazer qualquer julgamento, mas até estas questões estarem resolvidas não vamos incluir Ordeal By Innocence no calendário”, lê-se na declaração lançada pela BBC.




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“WHITE GOLD”

Além de “Ordeal by Innocence”, também a série “White Gold” da BBC está em risco, e pelos mesmo motivos. As filmagens da segunda temporada do drama de época, protagonizado por Ed Westwick, tinham começado em outubro. No entanto, o canal britânico resolveu suspender as filmagens.

Emitida pela BBC, e globalmente através da Netflix, a nova temporada estava prevista estrear em 2018, mas o futuro da série é agora incerto também. Em causa estão as denúncias de violação e de agressão por parte de duas mulheres contra o ator Ed Westwick.

 

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