Hogwarts Legacy, em análise

A magia está de volta! “Hogwarts Legacy” traz-nos uma nova visão sobre Hogwarts e outros acontecimentos. Será que vale a viagem?

Demorou, mas chegou. “Hogwarts Legacy” foi confirmado em Setembro de 2020, depois de uma fuga de informação por parte da produtora em 2018. Com janela de lançamento inicial para 2021, o jogo teve vários adiamentos, passando para o ano seguinte, e depois para o início de 2023. Nesse sentido, “Hogwarts Legacy” chegou ontem à PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC. Num mundo aberto de RPG, os jogadores vão controlar um jovem aluno, numa escola de Hogwarts nos anos 1800. Mas não será um mero aluno, mas com um poder raro e especial que lhe permitirá ver a magia ancestral, um foco importante ao longo do jogo.

Como é clássico num RPG, vamos começar o jogo a criar a nossa personagem, mas ainda sem escolher uma das casas deste mundo (Grynffindor, Hufflepuff, Slytherin e Ravenclaw). No entanto, do que seria de esperar, não existe uma grande variedade de parâmetros para alterar as feições do rosto, do cabelo, assim como a sua cor, e as cores dos olhos. Vamos ser “obrigados” a escolher a partir de um (pequeno) leque de opções. Ou seja, nos rostos não existem mais do que 20 opções, onde apenas podemos alterar pequenos aspetos, como as sardas do rosto. No cabelo, pelo seu lado, tem mais opções, ainda que bastante limitadas para os vários penteados que podiam existir. Além disso, podemos “colocar” uma cicatriz no rosto, que dá um toque mais pessoal à personagem. No geral, seria de esperar muitas mais opções para este género de jogo, sendo que com as opções que existem, facilmente haverão personagens repetidas.

Depois da escolha da nossa personagem, e respetivo nome, começamos a grande aventura neste mundo mágico, e de que maneira. Num momento estamos a caminho de Hogwarts, como um raro estudante do quinto ano, no outro estamos a ser atacados por um enorme dragão. Ao nosso lado está o Professor Fig, que após este acontecimento irá ser o nosso fiel companheiro. No meio deste caos, havia um terceiro indivíduo, George, que entrega uma misteriosa chave ao professor. É aqui que descobrimos a habilidade rara da nossa personagem. Ao conseguir ver a presença de magia ancestral, vamos ter mais um foco no ano letivo. E é aqui que a narrativa consegue ser interessante sem tornar-se repetitiva, e até certo ponto, assemelhar-se ao percurso que vimos nos filmes.

Ao lado das aventuras que vamos ter por este mundo mágico, por vezes sozinhos, existem quatro aulas que vamos ter de frequentar, as defesas contra as magias negras, a herbelogia, poções e encantamentos. São momentos curtos, mas que cortam a possível repetição em que o jogo poderia entrar. Além disso, após cada aula, os professores vão dar-nos tarefas extras, para aprendermos novos feitiços, dado que vamos começar no quinto ano. 

No que diz respeito às personagens, vamos cruzar-nos com vários professores, alunos e outros seres diversos. No que diz respeito aos alunos, vamos conhecer e dar-nos bem, de igual forma, com membros de outras casas. Por exemplo, se escolherem a casa de Slytherin, vamos acabar por ser melhores amigos com uma aluna de Gryffindor. Neste género de jogo, existem várias interações, com personagens principais e alguns NPC’s. Mas nem todos os diálogos parecem fluidos ou com sentido, acabando por ser um dos poucos pontos negativos de “Hogwarts Legacy”. Nesse sentido, sobretudo a partir da nossa personagem, as suas respostas não apresentam qualquer dinamismo em maioria dos casos. Algo que podia ter sido melhorado, sobretudo com vários adiamentos.

Tão importante como as próprias personagens, está o icónico lugar onde estamos, na escola de Hogwarts, onde vai se passar maioria do jogo. Os detalhes são incríveis, e existe muito para explorar. Desde das salas de aula até ao recantos mais escondidos (e há muitos). Infelizmente, no que diz respeito à visualidade das personagens, há um ponto deixa-as um patamar abaixo em relação aos gráficos restantes do jogo. Em certos momentos, e é sobretudo explícito nos primeiros momentos do jogo, o brilho do cabelo das personagens, sobretudo na nossa, é demasiado claro, e desproporcional em relação à fonte de luz. Apesar de acabarmos-nos por habituar, é incomodativo. Também pelo lado negativo, estão as esporádicas ocasiões onde um determinado local da nossa tela acaba por ficar fragmentada, um pequeno erro que poderá ser alterado numa atualização futura.

Agora, juntem os melhores aspetos que foram mencionados anteriormente, e adicionem os mecanismos de jogo e a própria gameplay. Todos os movimentos são facilmente aprendidos, e até são bastante intuitivos. A possibilidade de escolheremos a combinação de feitiços, aliado a toda a potencialidade do comando DualSense, vamos ter uma experiência mais imersiva, sobretudo quando voarmos com a vassoura. A experiência consegue ser ainda melhor graças à viagem que a banda sonora nos leva, que apesar de passar discretamente, recorrer, com alguma frequência, à clássica música dos filmes de “Harry Potter”. Num misto de nostalgia e magia, vamos ficar ainda mais presos (num bom sentido) ao ecrã.

Desenvolvido pela Avalanche Software, e em colaboração com a Warner Bros Games, “Hogwarts Legacy” é um jogo que vai agradar a todos os gostos, mesmo a quem nunca viu os filmes ou leu os livros de “Harry Potter”. Ao estar enquadrado numa época anterior à dos filmes, sem quase nenhuma ligação, é possível distanciarmos-nos dessa narrativa, sem haver necessidade de conhecer a história antes de embarcar nesta nova aventura mágica.

Entraste na aventura em que plataforma? Para ti, qual foi o melhor e o pior aspeto do jogo?