© Ana Viotti | CoolJazz

Lionel Richie mostra ao CoolJazz que a música não tem idade

No primeiro dia de CoolJazz, Lionel Richie subiu a palco para dizer “Hello” a Cascais e o público respondeu de forma efusiva, mostrando união.

Longe vai o tempo em que os festivais eram só para os mais novos e prova disso é o público que encheu o primeiro dia da 18ª edição do CoolJazz. Foram milhares os baby boomers que se deslocaram ao Hipódromo Manuel Possolo, em Cascais, para assistir, na sua maioria, ao concerto de Lionel Richie, o cantor norte-americano de R&B. O propósito principal era embarcar numa viagem ao passado e o intérprete de Hello não desiludiu os seus fãs, fazendo-os regressar aos saudosos anos oitenta. Ao longo de mais de uma hora e meia, o recinto encheu-se de ritmo e poucos foram os que conseguiram ficar sentados num concerto que promete ficar gravado na memória de todos os presentes.

A meia hora de atraso para dar início ao último concerto do dia começava a impacientar o recinto totalmente lotado, o que apenas não se tornou mais desesperante graças ao calor que se fazia sentir na noite veranil. Passavam já das 22:40 quando uma contagem decrescente invadiu os ecrãs do palco antes que estes se enchessem com imagens que mostravam momentos de uma carreira que conta já com mais de cinco décadas, começando a animar o público ainda tímido. Num prelúdio que anunciava o início de uma viagem pelo tempo, cada imagem apresentada suscitava ainda mais a nostalgia de todos os presentes, intensificando-se ainda mais com a luz azul que preenchia o palco.

Lionel Richie
© Ana Viotti | CoolJazz

Subitamente, acompanhado pelos instrumentos musicais que se tornariam uma peça fundamental do espetáculo, Lionel Richie subiu ao palco, vestindo uma simples roupa preta, mas fazendo-se acompanhar por um icónico casaco vermelho que representa a simplicidade e o glamour do veterano da música. Foi com Running in the Night que Lionel abriu o seu espetáculo, arrancando toda a gente das cadeiras enquanto o espaço se enchia de ritmo e cores fortes que faziam prender a atenção do espectador.

Finda a primeira canção, chegou a vez de Lionel Richie se dirigir pessoalmente ao seu público, uma das muitas interações que foram acontecendo ao longo da noite. Era visível o domínio que o norte-americano tem do palco e este mostrou ser um cantor que conhece o seu público e que sabe arrancar umas valentes gargalhadas. Por esta altura, o gelo estava já quebrado e todos pareciam ter esquecido a ansiedade provocada pelo atraso inicial. Além do mais, apesar de ser um dos grandes nomes da música, Richie deu voz aos seus fãs e enalteceu que ele próprio vinha ao espetáculo para ver o seu público cantar e dançar. Enquanto falava, o músico abria os seus braços, num gesto de abraço coletivo a todos os presentes.




Lê Também:   CoolJazz 2023 | Melhores Momentos do Primeiro Dia

Com o público totalmente rendido ao talento do norte-americano, Lionel Richie sentou-se ao piano e interpretou Easy, uma canção que deixou todos os presentes a cantar alto e bom som. Sem que lhes fosse pedido, as pessoas apressaram-se a ligar as lanternas, dando vida a uma bonita chuva de estrelas que iluminou o Hipódromo Manuel Possolo. Durante a interpretação da conhecida canção, Lionel voltou a mostrar a sua grande humildade e encostou-se a um canto do palco para dar visibilidade aos músicos que o acompanham, proporcionando momentos a solo de instrumentos como o saxofone.

Ao longo do concerto recheado de músicas bem conhecidas do povo português, o amor fazia-se sentir no ar através dos abraços apertados que se propagavam entre o público presente, embalados pelo ambiente romântico proporcionado por Lionel Richie. E a mestria do cantor com mais de cinco décadas de carreira sobressaiu várias vezes enquanto o músico saltitava entre baladas mais calmas e canções de R&B que punha todos aos saltos. Neste espetáculo houve apenas voz e instrumentos, sem necessidade de recorrer a pirotecnia para cativar o público, mostrando a simplicidade de alguém que sabe conquistar sem artifícios.

Lionel Richie
© Ana Viotti | CoolJazz

Quando o artista sai do palco para trocar de casaco, regressa com grandes clássicos da sua obra musical, deixando todos a cantar euforicamente, mas o cantor sabia acalmar as feras cada vez que regressava ao piano. Ao interpretar Fire, deu mesmo a sensação de estar a incendiar o palco com as cores quentes e, já ao ritmo de Sail On, o público movia os braços, formando uma espécie de onda visivelmente incrível. Quando chegou a vez de cantar Endless Love, pediu a todos os presentes que interpretassem os versos cantados por Diana Ross, dando a toda a gente a oportunidade de participar num dueto com o seu ídolo.

Ao longo da noite, o cantor enalteceu a presença de uma geração mais velha, mas fez questão de agradecer aos fãs mais novos pela presença e fê-lo de uma maneira bem divertida. Ainda assim, Lionel Richie mostrou que a música não tem idade e pôs todas as idades a cantar os temas Hello Say You, Say Me. Mas o momento mais emocionante da noite chegou quando o veterano falou do amor, da união e do facto de a música ser para todos os géneros e gostos. Unindo todos os presentes num momento único, o cantor interpretou We Are the World, um tema criado para ajudar os países da África e interpretado por grandes nomes da música, como Michael Jackson e Tina Turner. Por fim, foi com All Night Long que Lionel Richie se despediu de um público entusiasmado e cheio de vontade de mostrar ser conhecedor dos passos de dança dos anos oitenta.

Assististe ao concerto de Lionel Richie? Qual a tua música preferida do cantor?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *