"Os Vingadores" | ©2012 Marvel Studios

Marvel Cinematic Universe | Os maiores escândalos

O Marvel Cinematic Universe, ou MCU, é a franchise de filmes mais bem-sucedida, mas isso não quer dizer que tudo tenha corrido às mil maravilhas.

Estes filmes ganharam louvores críticos, prémios, e aclamação universal da parte dos fãs. Esta série tornou super-heróis não tão conhecidos, como Homem de Ferro e Capitão América, em ícones como Batman e Super-Homem, e tornou vários atores em super-estrelas, como Robert Downey Jr., Tom Holland, Michael B. Jordan, e muitos outros.

Contudo, com uma franchise que dura à 10 anos, o MCU não tem sido muito afetado com escândalos que podem ser associados a projetos de Hollywood deste tamanho. Nenhum realizador foi acusado de assédio sexual, nenhum ator saiu o projeto, e nenhum dos filmes foi um desastre de bilheteira. No entanto, isso não significa que correu tudo bem. O estúdio sofreu algumas controvérsias que irritaram fãs, atores, e mais. Desde realizadores perturbados, a teorias da conspiração malucas, estes são os escândalos a atingir os filmes Marvel Studios.

Muitos destes incidentes foram causado pela influencia do comité criativo da Marvel Entertainment que controlava a Marvel Studios. Em 2015, Kevin Feige – Presidente da Marvel Studios – pediu a Bob Iger – CEO da Walt Disney Company – que desmantelasse o comité de forma a tornar os estúdios independentes.

Lidar com Realizadores

edgar wright marvel
Edgar Wright e Martin Freeman

A Marvel Studios faz filmes fantásticos, mas pode-se dizer que são muito similares. Claro que de vez em quando, um realizador põe o seu próprio ‘spin’ no filme, mas na maioria das vezes a Marvel Studios tem o seu próprio estilo. No entanto, se algum realizador vê as coisas de maneira diferente pode não ficar por muito tempo.

O MCU esteve envolvido em brigas públicas com realizadores de alto perfil. Mais recentemente, Ava DuVernay afastou-se de “Black Panther”, dizendo que não aceitou fazer o filme pois não seria um filme dela. Patty Jenkins também teve os seus problemas ao lidar com a Marvel. Ela foi contratada para fazer “Thor: O Mundo das Trevas”, mas passados dois meses tomou a decisão de deixar o projeto, pois o estúdio não estava interessado na história que Jenkins queria contar.

No entanto, talvez o mais infame exemplo da Marvel e um realizador em colisão foi a triste história de Edgar Wright. O realizador britânico estava ligado a “Homem-Formiga” desde 2006, mas Wright explicou que ele queria fazer um filme da Marvel, mas a Marvel não queria fazer um filme de Edgar Wright. Depois do estúdio ter optado por re-escrever o filme sem o realizador, Wright saiu em 2014.


Discutir com Atores

Natalie Portman
Natalie Portman

Na maioria das vezes, atores gostam de participar nos filmes da Marvel, mas enquanto Chris Evans e Chris Pratt têm estado felizes nem todos gostaram do seu tempo no universo da Marvel. Foi o caso de Natalie Portman. A atriz queria que Patty Jenkins realizasse “Thor: O Mundo das Trevas”, por isso quando o estúdio decidiu separar-se da realizadora a atriz ficou bastante chateada. Portman continuo no filme por causa do seu contrato mas a história da sua personagem terminou ali, como pode ser visto em “Thor: Ragnarok”. Quando questionada se Portman irá regressar ao MCU, a atriz disse que segundo sabe está tudo feito.

Mickey Rourke ficou enfurecido com o estúdio depois de “Homem de Ferro 2”. Rourke queria apresentar uma personagem mais complexa do que Ivan Vanko, mas segundo o ator, o estúdio descartou tudo isso deixando um personagem menos interessante. No entanto, as discussões mais conhecidas entre a Marvel e atores foram como o estúdio tratou o Bruce Banner original (Edward Norton) e o primeiro James “Rhodey” Rhodes (Terrence Howard). Norton terá sido substituído devido ao seu temperamento explosivo, Howard foi trocado por exigir receber tanto quanto o protagonista do filme, Robert Downey Jr.


Figuras de Ação Femininos

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“Vingadores: A Era de Ultron”

Quando “Guardiões da Galáxia” saiu em 2014, saíram vários brinquedos da Gamora. Contudo, quando “Vingadores: Era do Ultron” chegou aos cinemas, a merchandise da Black Widow era quase impossível de encontrar. A situação era tão má que Mark Ruffalo falou sobre o assunto. Quando se fala de merchandise das heroínas, estas não têm tido muito respeito, e é tudo graças a Isaac “Ike” Pelmutter, presidente da Marvel Entertainment.

Quando Pelmutter era o CEO da Marvel Entertainment, ele estava responsável por tudo: filmes, séries de tv, e publicações de banda desenhada. Ele é conhecido por não ser o maior fã de diversidade, dizendo até que era contra fazer merchandise das heroínas porque não iria vender. Era tão mau, que quando Shane Black queria fazer Maya Hansen (Rebecca Hall) a principal vila de “Homem de Ferro 3”, Pelmutter disse logo que não, pois acreditava que ninguém iria comprar figuras dela.

Escusado será dizer que os fãs não gostaram da atitude de Pelmutter.


Os Problemas de Diversidade

Melhores Bandas Sonoras
Captain Marvel

Hoje em dia, o MCU é um local inclusivo, com filmes como “Captain Marvel” e “Black Panther“. Contudo, as coisas nunca foram sempre assim, em particular quando Isaac “Ike” Pelmutter era responsável. Demorou uma década para que os fãs da Marvel Studios conseguirem ter um filme liderado por personagens femininas, e parece que essa demora foi causada por Pelmutter. A Sony Pictures é responsável por filmes Marvel baseados no mundo de Homem-Aranha, e alguns e-mails do CEO da Marvel Entertainment foram revelados durante o hack à empresa, onde afirmava que ele estava contra mulheres lutarem contra o crime. Nesses e-mails, ele usa filmes como “Elektra” e “Catwoman” como prova de que heroínas não irão dar dinheiro.

Esta não foi a única vez que Pelmutter  foi apanhado a fazer declarações controversas. Quando Don Cheadle substituiu Terrence Howard em “Homem de Ferro 2”, o CEO disse que ninguém ia notar pois….todos os negros são iguais. Por isso pode-se perceber porque é que demorou tanto tempo para sair um filme da Marvel com uma personagem principal negra. Felizmente, em 2015, houve uma grande remodelação dentro da Marvel Entertainment. A Disney separou as duas empresas, dando a Pelmutter apenas o controlo da Marvel Entertainment, onde é responsável pelas publicações de BD e séries de TV. Jáo produtor Kevin Feige ficou com o controlo completo da Marvel Studios. Tendo em conta o quão boa a Fase 3 tem sido, dá para perceber que não só Pelmutter estava a ofender os fãs, mas também estava a reter o futuro do MCU.


Evans e Renner insultam Balck Widow

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Chris Evans e Jeremy Renner

Tony Stark é conhecido por ser um mulherengo e toda a gente pensa que isso é fantástico. Steve Rogers está a namorar com a sobrinha-neta de sua namorada morta e ninguém se importa. Contudo, quando Natasha Romanoff sorri a mais do que um homem ela recebe a etiqueta de “vadia” por aqueles que deviam saber melhor.

Durante as entrevistas para “Vingadores: A Era do Ultron”, Chris Evans e Jeremy Renner estavam a dar uma entrevista quando Black Widow surgiu na conversa. Neste universo, a Black Widow trabalha ao lado de outros heróis e tem amizades próximas com Hawkeye (Renner) e Capitão América (Evans). Ela nunca se envolveu num romance com nenhum deles, mas alguns fãs já especularam que alguma coisa pudesse acontecer, mesmo não havendo nenhuma cena nos filmes.

Contudo, quando começou a surgir a relação entre ela e Bruce Banner, foi aí que os dois atores insultaram a personagem. Isso não foi bem visto pelos fãs e os dois pediram desculpa pelo o sucedido.


Era de Ultron

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Ultron

Embora “Vingadores: A Era de Ultron” tenha muito a seu favor, como James Spader como Ultron, o filme foi atingido por várias controvérsias. Como por exemplo, alguém pensou que era uma boa ideia que Tony Stark fizesse uma piada sobre violação, e depois houve a situação com a Black Widow. Durante o filme, ela revelou que acreditava que era um monstro depois de ter dito que foi forçada a ser esterilizada na escola de assassinos. Isto teve repercussões com os fãs, a coisa ficou tão má que levou a que o realizador, Joss Whedon, a sair do Twitter.

Contudo, esta não foi a única dor de cabeça para Whedon. Os responsáveis da Marvel Entertainment continuavam a forçar o realizador a alterar cenas do filme, como a ida de  Thor à procura de informação sobre as Inifinity Stones. Whendon estava farto das mudanças e queria cortar a cena do filme, mas a Marvel disse se ele fizesse isso a cena em que os Vingadores chegavam à casa de Barton também teria de ser cortada. Alegadamente, a empresa também queria que fosse cortada as cenas onde os heróis estavam sob o efeito dos poderes da Scarlett Witch. Todo isto causou drama, Mark Ruffalo implorou para que Whedon ficasse, e este aparentemente afirmou que nunca mais iria realizar um filme da Marvel. Esta foi a gota de água que levou à separação da empresa e do estúdio.


Doutor Estranho

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Tilda Swinton

Muitos sabiam que trazer “Doutor Estranho” para o grande ecrã iria ser complicado, muito graças ao Ancient One. Nas bandas desenhadas, este Sorcerer Supreme é mais um estereotipo: um idoso, misterioso homem asiático que revela segredos a um inexperiente homem branco. O que funcionou nas páginas em 1960, mas não iria funcionar em 2016. Por isso, o realizador Scott Derrickson decidiu tornar The Ancient One numa mulher asiática. Contudo, aí Derrickson explicou que tinha entrado outro estereotipo, que é conhecido como a Dragon Lady. Isso é uma referência racista a uma mulher asiática mais velha que é poderosa, secreta, dominadora e misteriosa e que tem motivos duvidosos. Como isso descreve perfeitamente a personagem, ele decidiu não escolher uma mulher asiática.

Derrickson acabou por tornar The Ancient One numa mulher celta que foi interpretada por Tilda Swinton, mas ao não querer evitar um estereotipo racista, o realizador remover a carater asiático. Isso resultou em que os críticos e fãs acusassem o realizador de ‘whitewashing’, querendo que o realizador tivesse escolhido um ator ou atriz asiático para o papel. No entanto, o realizador não tomou esta decisão para ser malicioso, ele queria fazer o contrário, e expressou o seu remorso por ter chateado tantas pessoas.


Mantis

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Mantis

Quando “Guardiões da Galáxia vol.2” chegou aos cinemas, a maioria dos fãs gostou da sequela. No entanto, nem todos estavam enamorados com o filme, em especial por causa da personagem Mantis. Nas bandas desenhadas, Mantis é um ícone feminista, uma poderosa psíquica, e uma formidável guerreira que derrotou Thor, Homem de Ferro e Black Panther. Esta mulher consegue estar ao lado dos heróis da Marvel no entanto não foi essa a versão que se viu no filme de James Gunn. Protagonizada por Pom Klementieff, a versão de Mantis no MCU é tímida e amedrontada. E ainda por cima, ela está sempre a referir a um homem branco como “mestre”, tendo alguns fãs argumentado que isto está relacionado com o estereotipo racista de mulheres asiáticas serem submissas.

Para piorar, alguns críticos pensaram que o filme era muito mau para com Mantis. Muitas piadas do filme são feitas às custas dela, com Drax (Dave Bautista) sempre a dizer-lhe que é feia e repugnante. Embora isto seja para ser levado como uma piada, muitos estavam preocupados que essas piadas podiam passar uma mensagem má para jovens raparigas que são constantemente bombardeadas com más ideias sobre a sua aparência. Ainda assim, não são só fãs e críticos que estão descontentes com a versão da personagem no MCU, o co-criador da heroína, Steve Englehart, não está muito contento com a representação de Mantis.


Disney declara guerra ao L.A. Times

“Thor: Ragnarok”

Amem-se ou odeiem-se, os críticos são uma parte essencial da máquina que é Hollywood. Eles têm um impacto muito grande na conversações envolvendo o filme e o seu legado. Por isso, a não ser que hajam más críticas, os estúdios de cinema deixam que um grupo de críticos veja o filme antes de estrearem. Isso pode levar a que as boas energias criem mais excitação para o público.

Contudo, em 2017, a Disney decidiu não deixar que o L.A. Times pudesse ver “Thor: Ragnarok” antes da sua estreia. A razão para isto foi por causa do jornal ter publicado uns artigos sobre a relação da Disney e a cidade de Anaheim, na Califórnia, onde a empresa está baseada. O jornal revelou que a cidade dá benefícios à companhia e que até houve uma tentativa de influenciar eleições.

Claro que isso não ficou muito bem com a Disney que levou a empresa a banir o jornal durante 4 dias, isto porque praticamente todos os jornalistas se juntaram para lutar contra o estúdio. Muitas organizações recusaram considerar os filmes Disney para prémios e até outros jornais como o Washington Post e o New York Times disseram que não iriam comparecer a eventos da Disney. Finalmente, a Disney levantou a proibição, acabando a guerra.


Controvérsia com James Gunn

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James Gunn

Talvez o maior escândalo que abalou o MCU foi o de James Gunn que começou em 2018, quando um grupo extremista ‘mergulhou’ nos antigos tweets do realizador. Esse grupo acabou por encontrar uns tweets controversos sobre pedofilia e violação, e embora Gunn tivesse pretendido que fosse uma piada isso não aconteceu. Esta revelação levou a que a Disney despedisse o realizador da franchise de “Guardiões da Galáxia”.

O Twitter irrompeu por causa do despedimento de Gunn, até o elenco do filme apoiaram o realizador, e até assinaram uma petição para que a Disney o contratasse de volta. Gunn pediu desculpa e disse que cresceu desde essa altura e que agora não faria piadas daquela natureza. No entanto, outros apontaram que o grupo que descobriu estes tweets estava menos preocupados com a natureza dos tweets mas queriam calar um grande crítico do Presidente Donald Trump.

Ainda assim, para evitar mais controvérsia, a Disney manteve a sua decisão até este ano. O estúdio colocou o desenvolvimento em pausa, e apesar de surgirem rumores de que o estúdio estava à procura de realizador para a franchise, a Disney recontratou Gunn em segredo. Quando saiu a notícia de que Gunn foi contratado pela DC para escrever e realizar a sequela de “Esquadrão Suicida“, o que recebeu grande apoio dos fãs e não foi criticado pelo público em geral, a Disney revelou que tinha recontratado Gunn para terminar a trilogia de ficção científica. Foi algo sem precedentes e enquanto alguns fãs ficaram descontentes, outros ficaram muito alegres por ver Gunn de volta.


Shang-Chi

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Shang-Chi

Quando se fala da representação asiática no MCU, ainda há muita distância a percorrer. No entanto em 2019, o estúdio revelou o seu primeiro filme liderado por um asiático: “Shang-Chi”. A personagem foi apresentada pela primeira vez em 1973, Shang-Chi é um herói chinês e um especialista em artes marciais, mas o seu complicado passado está a causar controvérsia na China.

Na banda desenhada, Shang-Chi trabalha para o seu pai que é alguém bastante diabólico. Ele é inspirado num dos mais famosos vilões da história: Fu Manchu. Esta personagem surgiu em 1910, pelas mãos do autor britânico Sax Rohmer. Infelizmente, é uma personagem extremamente racista. De maneira que não é possível colocar Fu Manchu no grande ecrã, por isso quando as notícias de que o filme ia ser feito chegaram à China, os prospectos não caíram muito bem com o público.

De acordo com South China Morning Post, os fãs da Marvel chineses forma para as redes sociais exclamar as suas frustrações sobre a história, porém foi revelado que o passado de Shang-Chi vai ser modernizado. Por isso espera-se que Fu Manchu desaparece e que consigam fazer com que as origens de Shang-Chi sejam menos ofensivas.


Capitão Marvel e estúpidas teorias da conspiração

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Captain Marvel

Brie Larson é a escolha perfeita para “Captain Marvel”. A atriz vencedora de um Óscar interpretou Carol Danvers com determinação, empatia e um bom sentido de humor. No entanto, quando a Marvel fez o anúncio, os trolls da internet passaram-se. Foram muitos os vídeos no Youtube contra a atriz dizendo que ela ia destruir o MCU, e até encorajaram as pessoas a ir ver “Alita: Anjo de Combate” em vez de “Captain Marvel“. Tudo isto porque esses trolls pegaram em algo que Larson disse e tiraram de contexto.

Em Fevereiro, a atriz notou que as conferências de imprensa eram dominadas por jornalistas homem e brancos e numa entrevista ela disse que queria ver mais mulheres e jornalistas de cor a irem a esses eventos. Tudo o que a atriz pediu foi um pouco de diversidade e os trolls tomaram isso dizendo que a atriz odiava homens brancos, algo que ela nunca disse. Eles até tentaram manipular os resultados no Rotten Tomatoes, o que levou ao site a antecipar a mudança de regras que tinham planeadas.

Mesmo assim, esses trolls bem tentaram mas não conseguiram parar o sucesso do filme. O projecto rendeu mais de 1 mil milhões de dólares, o que gerou uma teoria da conspiração absurda de que o filme estava a ser passado em salas de cinema vazias e que a Disney estava a falsificar os números.

Acreditas que todos estes escândalos afetaram a Marvel?

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