Metaphor ReFantazio, a Crítica | Um RPG marcante!
“Metaphor ReFantazio” não é só uma das maiores surpresas do ano, mas talvez a melhor história num jogo em 2024
Dos senhores que fizeram a série Persona (e com a SEGA na frente do desenvolvimento), chega agora um dos mais marcantes jogos de 2024, com uma história que não esquecemos tão cedo.
Não precisamos de muitas horas para percebermos que Persona tem uma grande influência neste jogo. O design, tanto do jogo como dos menus de Metaphor serão quase como que conhecidos de quem jogou Persona. Graficamente, tal como Persona, é um jogo que não deslumbra de um ponto de vista tecnológico, mas o seu design é muito para quem gostar do estilo. Metaphor consegue ser um jogo sem quebras, quer a nível de jogabilidade, gráficos ou história, e isso agradou-me imenso. Nas 80 horas que tive de jogo, nunca senti que algo estivesse a mais ou que fosse forçado a aumentar a longevidade do jogo.
Metaphor ReFantazio tem uma história madura e polémica
Ainda na parte técnica, salientar a parte sonora, com efeitos sonoros bons e uma banda sonora que demora a entrar na nossa cabeça, até porque é sempre uma banda sonora muito forte e que quase atropela tudo o resto, mas a verdade é que aos poucos, nota-se uma grande qualidade. Também destaque para o trabalho de vozes que ajudam uma história muito emotiva a ganhar impacto. Mas já lá vamos.
Ainda antes, salientar o sistema de combate, muito estratégico em que teremos mesmo de perceber quais as fragilidades da personagem ou monstro que estamos a tentar derrotar. É uma experiência interessante pelo desafio, porque vamos percebendo que a solução está ao nosso alcance, só temos de analisar e criar a melhor abordagem. Para isso, muito ajuda a grande liberdade que temos na evolução das personagens, onde existem muitas combinações possíveis que terão grande impacto nas batalhas.
Mas, como qualquer RPG de renome, o foco está na história. Metaphor é um jogo maduro, que não tem problemas em ser duro, cruel e direto nas mensagens que quer passar. O mundo no qual iremos jogar é o ponto mais alto do jogo, cheio de fanatismo religioso, injustiças, desigualdades, pobreza, corrupção e ditadores que utilizarão todas as mentiras possíveis para criarem o sistema que pretendem e controlarem tudo. Metaphor é assim, um jogo de fantasia que tem muito de real.
As suas personagens são o foco, com decisões marcantes, momentos inesquecíveis e várias reviravoltas. O enredo, bastante maduro e bem conseguido no seu ritmo, tenta dar todas as visões possíveis, desde o personagem que perdeu a esperança, passando por outro que j´+a nem se lembra o que o faz continuar, até ao personagem demasiado otimista e que ainda não percebeu que o mundo não pode ser mudado apenas por uma pessoa.
Globalmente, Metaphor é uma das surpresas do ano e será candidato a jogo de 2024. Provavelmente não conseguirá bater, por exemplo, Astro Bot, mas serão muito poucos os jogos deste ano que consigam ter uma história tão boa. Obviamente, devido à sua narrativa acutilante e temas que nos dão murros enquanto jogamos, não agradará a todos os jogadores… mas uma coisa é certa. Se o jogares até ao fim, não te esquecerás tão cedo.
Já conhecias? Ficaste com vontade de experimentar?
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Gráficos - 84
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Enredo - 93
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Jogabilidade - 87
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Som - 84