Nerve à MHD | “Divertir-me no processo, se possível”
Falámos com Nerve, num Musicbox praticamente vazio, que horas mais tarde viria a estar completamente cheio. Soube a pouco, mas valeu muito.
Uma entrevista a Nerve é, sem dúvida, o cenário menos recomendável para quem gostaria de conhecer pessoalmente o “Sacana Nervoso”. Como qualquer artista de nicho, Nerve não é particularmente fã dos holofotes. E por falar em fãs, talvez tenha sido essa a maior barreira a quebrar nesta conversa: conciliar a tendência natural da curiosidade de um fiel seguidor do seu trabalho com o papel de entrevistador, e, além disso, aceitar que a relação consumidor-artista é unilateral. Há que ter em conta que, apesar de conhecermos e passarmos tanto tempo com o artista, através da sua arte, o artista não nos conhece a nós, pelo que o choque de empatias é natural e deve ser devidamente gerido. Nisto, depois de entrar no Musicbox a tempo de ouvir a última faixa testada no soundcheck, demos início à conversa com o “Monstro Social” (das entrevistas, em particular).
O foco seria inevitavelmente o álbum Auto-Sabotagem (lançado em Abril de 2018). Afinal, o concerto que se seguia servia como uma segunda apresentação do disco, numa casa que lhe é familiar. O gelo não foi quebrado, mas foi derretendo à medida que a conversa se desenrolava. A sua música fala por si, nomeadamente em relação à personalidade do autor, por isso, sabíamos ao que íamos e, quando assim é, nada a temer. Falou-se um pouco de tudo, desde os projectos mais antigos, ao protagonista Auto-Sabotagem, passando ainda por possíveis futuras colaborações em aberto.
A sua música fala por si, uma vez que é nela que Nerve se abre mais. Ainda assim, deu-nos a conhecer o seu ponto de vista sobre o seu próprio trabalho, e prometeu mais música para este ano. Resta-nos esperar impacientemente, pois um fã nunca está satisfeito com aquilo que tem.
