NOS Alive 2016 | Os Radiohead presentearam fãs com duas horas música e com muitas visitas ao passado

Na segunda noite do NOS Alive, o primeiro dia a esgotar, os Radiohead brilharam, os Tame Impala mergulharam o palco numa hipnose colectiva e Courtney Barnett mostrou que é uma artista em ascensão.

Poucos minutos passavam das 19:20, hora estabelecida para o encontro de Courtney Barnett com a sua plateia, quando a jovem australiana sobe ao palco Heineken. Neste fim de tarde, em que os últimos raios de sol do dia insistem em não ir embora, a cantora apresenta-se com um estilo casual e discreto e dá a conhecer, pela primeira vez em Portugal o seu álbum de estreia Sometimes I Sit And Think, And Sometimes I Just Sit. Courtney foi feliz, os seus decibéis ouviram-se por todo o recinto e a sua plateia mostrou que conhecia as suas canções.

Courtney Barnett

A energia de Courtney contagiou-nos e justificou o atraso ao Palco NOS onde já tocavam os Foals. A banda de rock alternativo já conhecido pelo público português visto  – tocaram em 2011 no Alive e, em 2013 subiram ao palco do Coliseu de Lisboa – quiseram vir mostrar What Went Down, o seu mais recente álbum que ficou marcado pela seu textura psicadélica. Entre sonoridades mais ritmadas que, por instantes, roçou o estilo de Talking Heads,  os Foals conseguiram sobressair o seu espírito rock que, por momentos, emergiu o passeio marítimo de Algés num lago sonoro construído à custa da intensidade das guitarras.

Yannis Philippakis, vocalista dos Foals, conseguiu conquistar o público e terminou o concerto da melhor forma, ao lançar-se para cima da multidão enquanto cantava “Two Steps twice”.

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Foals

Os ponteiros marcavam as 21 horas e a ansiedade para ver Radiohead era cada vez maior, mas ainda era preciso esperar mais um pouco. Com a entrada dos Tame Impala em palco, esquecemo-nos que, o tempo corre devagar quando a ansiedade é grande. Enquanto o dia dava lugar à noite, os Tame Impala conquistaram a plateia com o seu psicadelismo pretérito e com os sintetizadores que fazem lembrar os anos 80. O primeiro banho de confétis acompanha a “Let It Happen” , num dos momentos mais marcantes da noite. Por entre elogios a Portugal e, em particular a Lisboa, começa a “Elephant” deixando o público completamente em êxtase. A banda respondia ao entusiasmo do público e, pouco tempo depois,  acontece um dos momentos mais marcantes da noite ao tocarem a “The Less I Know, The Better”, e a “Feels Like We Only Go Backwards, provocando um verdadeiro mar de alegria no Passeio Marítimo de Algés.

Como falar do concerto dos Tame Impala sem falar em “The Moment”? Durante esta canção, há seios femininos captados pela câmara responsável pela transmissão para os ecrãs laterais. Desde esse momento o concerto ganha um novo foco que Kevin Parker patrocina num apelo para que Lisboa tire a roupa.

Tame Impala

Agora sim, faltava pouco para o tão aguardado momento da noite começar. Os fãs estavam impacientes e os cerca de 50 mil espectadores dirigiam-se para o Palco NOS do Alive. Aos poucos começava-se a  sentir pequenos sinais da presença dos Radiohead. Uma vez em palco, a banda de Thom York quis mostrar a sua ousadia e começou o concerto com os primeiros temas do novo álbum.  Burn the Witch  fez as vezes da apresentação, seguindo-se músicas como DaydreamingDecks DarkDesert Island Disk e a Ful Stop.

O público estava mergulhado no mais recente álbum dos Radiohead, quando foram convidados a visitar outros trabalhos da banda, mas as surpresas ainda não eram reveladas. Quando começaram a tocar a “Ful Stop”, ninguém imaginaria que a seguir viria “My Iron Lung”. Muito mais de 22 anos separam estes dois temas que foram tocados de seguida. O público, surpreendido mas feliz, respondeu com aplausos e muita, muita euforia.

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De repente, depois de The Numbers, Identikit, ReckonerEverything in Its Right Place e Idioteque, era tempo de um novo mergulho! Desta vez os Radiohead trouxeram-nos a Street Spirit (Fade Out), numa noite em que todos os caminhos iam dar ao Palco NOS.

Depois de “Paranoid Android”, “Nude”, “2+2=5” e “There There”, era altura da grande surpresa da noite que fora desvendada num segundo encore: a “Creep” enchia o recinto de Algés e o público gritava por mais. E quando se esperava que tudo acabasse assim, a banda ainda responde com mais um hino: “Karma Police”. Mais um grande, grande momento de Radiohead, onde a guitarra acústica de Yorke deu um toque especial.

Radiohead

 

Os Radiohead continuam a conquistar o público e mostram que pretendem traçar um futuro mais estimulante daquele de há uma década atrás mas, sabem que o seu sucesso passa por caminhar em direção aos seus grandes temas do passado.


 

 

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