Foto de David Passos | © MHD

NOS Alive 22 | Os ecléticos Two Door Cinema Club

A banda norte-irlandesa Two Door Cinema Club fechou o palco principal do NOS Alive 22. Contudo, foram “traídos” ao sucederam os Imagine Dragons.

Chegou o último dia do festival, e o Passeio Marítimo de Algés ia despedir-se de mais uma edição com vários artistas internacionais. Desde do regresso dos Da Weasel, passando pelo indie rock de Phoebe Bridgers, até eclectismo dos Two Door Cinema Clube. Com músicas para todos os gostos, existiam várias razões para o último dia estar esgotado. Num dia em que o tempo deu tréguas, onde corria uma ligeira brisa fresca, o recinto foi rapidamente inundado pelos festivaleiros. Ao contrário do dia anterior, com os Metallica a fechar o dia, estavam várias famílias no recinto, muito por culpa do regresso da “doninha” e dos Imagine Dragons.

Contudo, o cabeça de cartaz era outro, sendo que os Two Door Cinema Club tiveram a honra de fechar o palco principal desta edição. Além disso, a banda norte-irlandesa não é nenhuma estreante por terras lusitanas, dado que o concerto no NOS Alive 22 contabiliza o oitavo concerto em Portugal. Qualquer das maneiras, a banda tem uma alta projeção mundial, com músicas como “What You Know“, “Undercover Martyn”, “I Can Talk”, entre outras. Seja na rádio, televisão, ou até nos jogos, já ouviram estas músicas. Por isso, em certa medida, a escolha dos Two Door Cinema Club para cabeça de cartaz do último dia fazia sentido, como também era uma aposta segura. Apesar disso, houve um fator que acabou por “trair” o (potencial) concerto da banda norte-irlandesa.

Com quase 55 mil pessoas presentes no Passeio Marítimo de Algés, o recinto do Palco NOS estava cheio (e ao rubro) durante as atuações de Da Weasel e Imagine Dragons. Após o término do concerto da banda liderada por Dan Reynolds, milhares de pessoas começaram a abandonar o palco, e até o recinto. Seja qual for a razão, entre evitar aglomeramentos ou para assistir a outro artista, a relva artificial era cada vez mais visível em frente ao Palco NOS. Sobretudo nas áreas laterais, onde quem chegasse mais tarde, podia facilmente ver o concerto (quase) na frontline.

Apesar desta adversidade, os Two Door Cinema Clube fizeram o seu papel, e proporcionaram um concerto convicto e alegre. A música de abertura, “I Can Talk” cativou logo a atenção do público, apesar das aparentes dificuldades sonoras. Mas entretanto, percebeu-se que era propositado, apenas uma forma de por o público a acompanhar a letra da canção. Se a abertura foi “à abrir”, as próximas músicas mantiveram o mesmo nível, com “Undercover Martyn” e “Are We Ready?”. Ou seja, duas das músicas mais conhecidas da banda, que deixou o público ao rubro.

NOS Alive 22
Foto de David Passos | © MHD

Aliado à música, o ecrã luminoso do palco transmitia fortes imagens visuais, com vários jogos de luzes. Ou seja, dentro do género musical da banda e das suas músicas, as composições visuais foram acertadas.

Um aspeto que podia ter elevado o concerto a outro patamar, foi a interação com o público. Houve interação dentro do habitual, ou seja, o clássico “obrigadou” e o “How are you doing Lisbon?”. Mas podia ter sido muito mais, sobretudo com as músicas que foram escolhidas. Ainda por cima, nos dias anteriores, a Florence and The Machine, assim como a Celeste, “habituaram” mal o público com várias interações bastante pessoais.

Apesar disso, o concerto teve o seu auge com “What Do You Know”, com o público aos saltos, até as pessoas que estavam mais afastadas do palco. Além disso, é de realçar a escolha de uma música nova “Wonderful Life“, que teve uma resposta positiva por parte do público.

Infelizmente, e como tudo que é bom, tem de acabar, o concerto dos Two Door Cinema Club teve de terminar. Mas deixou uma sensação de bem estar no ar, aliado à alegria das suas músicas. Ou seja, no final de contas, a banda norte-irlandesa mostrou (e tocou) as excelentes razões para as pessoas que decidiram ficar até ao último segundo.

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