Photo by François Duhamel - © 2010 CTMG, Inc. All Rights Reserved

O Menu | As cenas de comida mais icónicas da história do cinema

Em sequência da estreia de “O Menu”, a Magazine.HD reuniu algumas das cenas mais icónicas da história do cinema que envolvem comida.

La Grande Taverne de Londres é apontado como o primeiro restaurante do mundo, tendo aberto portas em 1782, na Cidade de Paris. A partir dessa época, tornou-se prática social tomar as refeições num edifício próprio, o que se revelou uma forma mais fácil de travar conhecimento com a cozinha típica de outros países. Como tal, é indiscutível que a culinária faz parte da identidade de cada povo, existindo técnicas de confecção, ingredientes e utensílios que variam de região para região. Capaz de refletir os ideais de uma religião ou filosofia, a gastronomia é também uma verdadeira ferramenta de comunicação muitas vezes usada pela indústria do cinema para transmitir as mais variadas mensagens.

Uma mesa recheada é sinónimo de um estatuto social elevado, uma fatia de pizza mostra que aceitamos o nosso corpo como ele é e um prato vegetariano marca uma posição filosófica que apresenta um horror perante as atrocidades feitas com animais. Todos estes códigos podem ser transmitidos com o aparecimento da comida em cena. O que ninguém pode prever é as intenções de quem confecciona os deliciosos pratos apresentados. Essa é a maior curiosidade que nos apresenta “O Menu”, o novo filme de Mark Mylod. Trata-se de um filme de terror que nos fará engolir em seco com o desenrolar da história.

Em sequência da estreia desta nova longa-metragem, a Magazine.HD preparou uma lista de dez filmes que possuem cenas de comida icónicas que marcaram a história do cinema nas últimas décadas. Continua a ler para ficares com água na boca!

Lê Também:   As 10 maiores estrelas de 2022, segundo o IMDB

O CHEF (2014)

O ato de cozinhar pode ser um caminho libertador que permite dar asas à imaginação e à criatividade. Quando o conceituado chef Carl Casper (Jon Favreau) se vê obrigado a remeter-se aos clássicos pratos servidos no restaurante onde trabalha, sem que tenha a possibilidade de inovar as suas criações, rapidamente abandona o seu emprego. Ao restaurar uma roulote, o chef redescobre o seu amor pela cozinha cubana e começa a preparar inovadores pratos que se tornam um grande sucesso. A culinária serve, então, de liberdade criativa, ao mesmo tempo que ajuda a estabelecer laços entre todos os que se encontram atrás do balcão. Ver a paixão com que Casper se entrega aos seus cozinhados é uma verdadeira sedução para os amantes desta arte.




A VIAGEM DOS CEM PASSOS (2014)

Hassan (Manish Dayal) é um jovem indiano que se vê obrigado a fugir para a Europa juntamente com a sua família após o seu negócio ter sido destruído por um incêndio que resultou na morte da progenitora. Quando em França vislumbra um edifício em ruínas, rapidamente o pai de Hassan decide abrir um restaurante, pois acredita que os dotes do filho para a cozinha indiana conseguem competir com o restaurante Michelin localizado nas redondezas. Fica assim declarada a guerra entre os dois estabelecimentos que parecem atrair pessoas de todo o país. Porém, quando Madame Mallory (Helen Mirren) conhece o seu adversário, prontamente lhe começa a ensinar os segredos da cozinha francesa, mas o grande desafio do jovem indiano é o domínio dos cinco molhos franceses – Béchamel, Espagnole, Velouté, Hollandaise e Molho de Tomate. Depois de muita prática, chega o momento de Hassan exibir os seus dotes à sua amada, numa cena icónica em que o tilintar de cada colher nos faz querer provar um pouco de cada molho.




COMER ORAR AMAR (2010)

Elizabeth Gilbert (Julia Roberts) lutou para ter uma família e uma carreira de sucesso, mas esqueceu-se de cuidar de si própria. Decidida a mudar o rumo da sua vida, decide fazer uma viagem em busca de novas descobertas. Antes de partir para a Índia, onde conhece o poder da oração, e para Bali, que lhe mostra o caminho para o amor, Elizabeth começa por viajar para Itália. Em Nápoles, a americana descobre o verdadeiro prazer que a comida pode proporcionar às nossas pupilas degustativas. Numa icónica cena, Gilbert senta-se a comer uma pizza, recorrendo à comida italiana para se libertar dos preconceitos da imagem corporal.




JULIE & JULIA (2009)

Julia Child foi uma das melhores chefs da cozinha francesa, sendo a principal responsável pela sua divulgação entre o público norte-americano. Autora de livros e programas televisivos de culinária, Julia deu voz a muitas donas de casa numa época em que ainda não se falava do feminismo. Em “Julie & Julia”, foi Meryl Streep quem emprestou o corpo para dar vida à chef Child, surgindo em cenas capazes de fazer crescer água na boca. Num dos momentos mais marcantes, o marido de Julia (interpretado por Stanley Tucci) descreve aquilo que sentia ao ver a paixão que a sua esposa tinha pela arte de cozinhar, comparando-a a uma bailarina que não falha um único passo de dança.




AMAR… É COMPLICADO! (2009)

Meryl Streep parece ter um dom único para a culinária! Se em “Julie & Julia” a atriz deu vida a uma das mais importantes chefs da culinária francesa, em “Amar… É Complicado!” Streep protagoniza uma icónica cena onde a cozinha de França volta a ganhar destaque. No filme, Meryl é uma pasteleira que convida o seu arquiteto (Steve Martin) a escolher uma iguaria do menu, prometendo confecionar um prato delicioso. Numa cena memorável, a veterana prepara um tabuleiro de croissants de chocolate que mostra o quão divertido pode ser o ato de cozinhar.




RATATUI (2007)

Curgete, berinjela, cebola, alho, tomate e pimento são a base de uma das receitas mais típicas da Provença – o Ratatouille. Mas quando o rato Remy se dedica a preparar esta refeição, a dança dos sabores nas pupilas degustativas têm o dom de nos fazer viajar à nossa infância e relembrar a comida feita pela mãe. É esta a cena mais icónica que se destaca de “Ratatui”, um filme de animação em que um rato francês se dedica a ler as receitas do seu chefe preferido, tendo em mente o lema de que todos podem cozinhar. Quando Remy invade uma cozinha francesa, rapidamente toma como missão ajudar o filho do seu herói a tornar-se num verdadeiro chef de cozinha.




MARIE ANTOINETTE (2006)

Figura incontornável do século XVIII, Marie Antoinette tornou-se Rainha Consorte de França após o seu casamento com Luís XVI, ficando conhecida pelos seus hábitos dispendiosos e pouco convencionais dentro do Palácio de Versalhes. Há quem diga que o seu estilo de vida foi um passo importante para o fim da Monarquia francesa, tendo em conta os altos gastos da Família Real. No filme de Sofia Coppola, é possível acompanhar a vida desafogada de Marie Antoinette, e não há cena mais ilustrativa disso do que o momento em que uma mistura de cor invade o ecrã, apresentando roupas de luxo e sobremesas que nos fazem salivar só de olhar.




CHOCOLATE (2000)

Vianne Rocher (Juliette Binoche) instala-se numa pequena província francesa, onde abre uma chocolataria capaz de unir uma vila inteira. Nesta longa-metragem, o chocolate e a comida em geral tornam-se numa metáfora para o amor-próprio, sendo vistos como uma via para solucionar problemas, quase como se o chocolate nos ajudasse a pensar melhor. O mais improvável acontece quando Vianne reúne todos à volta da mesa para apresentar uma combinação estranha mas única – chocolate com comida assada. O resultado é uma mesa rodeada de convidados felizes e desinibidos que encontram nesta combinação o verdadeiro prazer da comida.




A GRANDE INAUGURAÇÃO (1996)

Numa tentativa de dar a conhecer a cozinha italiana ao povo norte-americano, uma vez que na época o conhecimento desta culinária assentava em almondegas com esparguete, dois irmãos decidem abrir um restaurante em Nova Jersey. Sem obterem grande sucesso com esta comida considerada estranha na altura, os dois vêm-se obrigados a arranjar meios para não terem de regressar a Roma. Quando um famoso cantor é convidado a jantar no restaurante dos irmãos, estes encontram o momento ideal para mostrarem os seus dotes culinários, de modo a atrair clientes. A cena em que os dois preparam um timballo e o apresentam perante uma mesa cheia é verdadeiramente deliciosa.




A FESTA DE BABETTE (1987)

“A Festa de Babette” foi a primeira longa-metragem dinamarquesa a vencer o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, sendo assumidamente o filme preferido do Papa Francisco. O enredo acompanha a chegada de Babette, uma francesa que começa a trabalhar para duas irmãs protestantes que vivem numa aldeia altamente antiquada. Quando a estrangeira ganha a lotaria, decide oferecer um banquete à comunidade, em jeito de agradecimento, com a condição de apresentar somente pratos franceses. Quando o menu de sete pratos é servido, o momento torna-se num verdadeiro regalo para os olhos, sendo muitas vezes reproduzido em vários restaurantes o cardápio apresentado no filme.

Quantas destas cenas te são memoráveis? Lembras-te de outros filmes que façam uso da comida para transmitir mensagens?

One thought on “O Menu | As cenas de comida mais icónicas da história do cinema

  • Falta o filme mais subversivo A Grande Farra de Marco Ferreri, prémio da critica internacional no Festival de Cannes em 1973

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *