Meryl Streep em "The Laundromat" (2019) |© Venezia 76

73º Aniversário de MERYL STREEP | O melhor de cada década

[tps_header]

Considerada a melhor atriz da sua geração, Meryl Streep celebra mais de sete décadas de vida e a MHD decidiu homenagear a carreira da ‘Rainha do Cinema’.

Meryl Streep é hoje um nome incontornável da história de Hollywood. Com quase meio século de carreira, é indiscutível que a atriz é a ‘Rainha do Cinema’. Ao longo do seu percurso no grande ecrã, a atriz foi condecorada com os mais altos prémios do mundo do entretenimento, alcançando o feito de artista com mais nomeações ao Óscar, tendo visto o seu nome na lista de nomeados em 21 ocasiões diferentes. Mas a versatilidade de Streep não se restringe somente ao grande ecrã, sendo que o seu talento já lhe valeu 32 indicações ao Globo de Ouro (mais um recorde) e seis nomeações aos Grammys.

Conhecida pela sua adaptabilidade de sotaques, Meryl Streep começou a ter aulas de canto lírico com apenas 12 anos. Rapidamente, a jovem descobriu que não era esse o caminho que queria seguir. Mais tarde, começou a participar em peças teatrais escolares e, acabou por chamar a atenção com o seu jeito natural para a representação. Após a conclusão dos estudos, Streep entrou para o mundo da Broadway, sem grande ambição de se dedicar aos grandes ecrãs. Mas, felizmente, Meryl reconsiderou e acabou por se tornar numa das melhores atrizes de todos os tempos.

Em ocasião do 73º aniversário da atriz, a MHD recuperou, através de uma breve galeria, um portfólio com o percurso de Meryl Streep, de forma a homenagear a longa carreira da ‘Rainha do Cinema’. Convidamos-te a conhecer alguns dos seus trabalhos mais marcantes, para que possas estar a par do seu trajeto no mundo do entretenimento. Parabéns Meryl Streep!

[/tps_header]

ANOS 70 – INÍCIO DA CARREIRA

Kramer vs. Kramer
Meryl Streep em “Kramer contra Kramer” | © 1979 – Columbia Pictures. All rights reserved.

A estreia de Meryl Streep no grande ecrã deu-se com o filme “Julia” (1977), uma longa-metragem que se centra no período da Segunda Guerra Mundial e na forma como a Resistência tentava combater o regime Nazi. A atriz fez apenas uma pequena participação, mas foi o suficiente para a convidarem a protagonizar uma mini-série sobre este período sombrio. Em “Holocausto” (1978), Meryl Streep venceu o seu primeiro Emmy, prémio que lhe viria a ser atribuído mais duas vezes em anos posteriores.

Nesse mesmo ano, Meryl Streep integrou o elenco de “O Caçador” (1978), de modo a poder acompanhar o seu companheiro na altura, o também ator John Cazale, que padecia de um cancro no pulmão. No drama sobre a Guerra do Vietname, Streep dá vida a uma jovem que se vê obrigada a fugir de casa devido à violência do pai. Apesar de ser ainda muito nova no meio cinematográfico, Meryl conquistou a sua primeira nomeação ao Óscar de Melhor Atriz Secundária. Logo no ano seguinte, a atriz viria mesmo a receber um Prémio da Academia pela sua participação em “Kramer contra Kramer” (1979). Na longa-metragem, Streep dá vida a uma mulher que procura recomeçar do zero, pedindo o divórcio, e o impacto que essa decisão tem para o filho do casal. Esta foi a primeira afirmação da ‘Rainha do Cinema’ enquanto defensora dos direitos da mulher, uma causa que acompanha até aos dias de hoje.




ANOS 80 – ASCENSÃO DA CARREIRA

Escolha de Sofia
Meyl Streep em “A Escolha de Sofia” | © 1982 – Universal Pictures. All rights reserved.

Após a distinção com o Óscar de Melhor Atriz Secundária, Meryl Streep começou a ganhar destaque enquanto protagonista de diversas longas-metragens, mostrando ser um camaleão que se adapta a qualquer papel com uma facilidade inata. “A Amante do Tenente Francês” (1981) marca, assim, o primeiro papel protagonizado pela atriz. Trata-se de um filme em que as personagens são um casal de atores, cuja vida real se funde com a ficção. Para o seu papel, Streep adotou um sotaque britânico que impressionou o público e lhe valeu a sua primeira nomeação ao Óscar de Melhor Atriz. E como a ‘Rainha do Cinema’ é também a ‘Rainha dos Sotaques’, em 1982 Meryl deu vida a uma polaca, em “A Escolha de Sofia”, retratando a história de uma vítima do nazismo que toma uma decisão enquanto se encontra encurralada num campo de concentração, afetando a sua vida para sempre. Desta vez, o desempenho de Meryl Streep foi tão comovente que lhe valeu um Óscar de Melhor Atriz.

África Minha
Meryl Streep em “África Minha” | © 1985 – Universal Pictures. All rights reserved.

Após o sucesso alcançado com “A Escolha de Sofia”, o nome de Meryl Streep ficou oficialmente assente em Hollywood. A partir desse momento, o céu deixou de ter limites e a atriz passou a superar-se em cada trabalho realizado. No fim dos anos 80, já quase era impossível olhar para uma interpretação de Meryl Streep sem a associar a mais uma nomeação aos Prémios da Academia. E, a verdade é que, em “Reação em Cadeia” (1983), a primeira vez que Streep deu vida a uma personagem real, voltou a constar na lista de nomeados ao Óscar de Melhor Atriz. O feito voltou-se a repetir com “África Minha” (1985), onde Streep interpreta a escritora Karen Blixen, que recorda a sua estadia em África, num período em que a escravidão estava na ordem do dia. Já em “Estranhos na Mesma Cidade” (1987), a atriz estreou-se a cantar no grande ecrã, feito que viria a ser bastante elogiado em produções mais recentes, e voltou a ser nomeada ao Prémio da Academia. Mas o grande camaleão de Hollywood ainda tinha muitos sotaques a adotar e, em “Um Grito de Coragem” (1988), a atriz empregou o seu melhor sotaque australiano e deu vida a Lindy Chamberlain, uma mãe acusada de ter assassinado a sua filha bebé. O desempenho altamente autêntico de Meryl valeu-lhe uma nova nomeação, como não poderia deixar de ser.




ANOS 90 – ESTABELECIMENTO DA CARREIRA

A Morte Fica-vos Tão Bem
Meryl Streep em “A Morte Fica-vos Tão Bem” | © Canal Cinemundo

A partir dos anos noventa, Meryl Streep optou por se afastar dos papéis dramáticos que tantas distinções lhe valeram, procurando participar em filmes mais ‘leves’ e de comédia. “Recordações de Hollywood” (1990) foi o primeiro trabalho da atriz em longas-metragens de comédia, o que se revelou um enorme sucesso que conferiu a Streep a sua nona nomeação aos Óscares. Já em 1992, a atriz norte-americana participou num dos filmes de comédias que mais marcou o início da sua carreira, “A Morte Fica-vos Tão Bem”. Na sátira, Streep vê-se a disputar o homem que ama com Goldie Hawn, acabando por beber uma poção que promete a juventude eterna das rivais. Apesar de ter sido nomeada ao Globo de Ouro, Meryl Streep jamais voltou a trabalhar num filme que envolvesse tantos efeitos especiais, dando preferência às cenas mais naturais e autênticas. Após isso, em “O Rio Selvagem” (1994), a atriz surge com uma energia associada a uma personagem de mãe protetora que viria a marcar muitos dos filmes posteriores protagonizados por Streep. Na longa-metragem, Meryl dá vida a uma praticante de rafting que se vê obrigada a fugir de dois assassinos, enquanto protege os filhos das águas perigosas. A valentia da atriz sobressai neste filme, uma vez que algumas das acrobacias aquáticas foram, de facto, gravadas por ela e não por um duplo.

Pontes de Madison
Meryl Streep em “As Pontes de Madison County” | © HBO Max

A soltura com que Meryl Streep se entregou a “O Rio Selvagem” mostrou bem o quão estabelecida está a carreira da atriz em Hollywood. Nesse ponto, a ‘Rainha do Cinema’ voltou a espantar todo o mundo com mais uma interpretação arrebatadora, em “As Pontes de Madison County” (1995), que lhe valeu mais uma nomeação ao Óscar. No drama, a atriz adotou um sotaque italiano e, segundo a crítica, aos 46 anos de idade, Meryl Streep tornou-se “a primeira atriz de meia-idade a ser levada a sério em Hollywood”. A partir desse instante, tomámos consciência de que o nome da atriz continuaria a fazer parte dos créditos cinematográficos durante muitos anos e que a idade de Streep não passava de um número que pouco importava no grande ecrã. Antes do milénio terminar, Meryl Streep recebeu ainda mais duas nomeações ao prémio máximo do cinema. A primeira nomeação adveio em consequência de “Podia-te Acontecer” (1998), no qual Meryl deu vida a uma doente terminal. Já a segunda indicação surgiu com a sua participação em “Melodia do Coração” (1999), que se baseia na história verídica da violinista Roberta Guaspari. Uma vez mais, os dotes da atriz expandiram-se, uma vez que aprendeu a tocar violino para interpretar a sua personagem. 




ANOS 2000 – RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

filmes na tv
Meryl Streep em “O Diabo Veste Prada” | © Canal Hollywood

Após a viragem do novo século, Meryl Streep deixou de ser uma atriz de Hollywood, passando a ser uma artista do mundo inteiro. Por esta altura, a carreira da atriz já havia ultrapassado todas as fronteiras, fazendo com que o seu nome esteja na boca de todos os continentes. Em 2002, a atriz voltou à corrida pelo Óscar, após a sua participação em “Inadaptado”, um biopic inspirado na história de Charlie Kaufman e a sua luta para adaptar uma obra ao cinema. Ainda na onda dos filmes biográficos sobre escritores, Streep participou em “As Horas” (2002), ao lado de Nicole Kidman e Julianne Moore, numa homenagem a Virginia Wolf. Apesar dos grandes feitos alcançados por Meryl, nenhum projeto havia ainda deixado tão explícita a adptabilidade da atriz a várias personagens como a mini-série “Anjos na América”. Na produção, Streep interpreta quatro papéis diferentes, chegando mesmo a surgir irreconhecível sob a pele de um rabino. Em 2004, o camaleão do cinema surgiu no grande ecrã como Tia Josephine, em “Lemony Snicket – Uma Série de Desgraças”, trazendo às telas mais uma personagem engraçada.

Mamma Mia
Meryl Streep em “Mamma Mia” | © Fox Portugal

E quando julgávamos já ter visto tudo, eis que Meryl Streep protagoniza um dos maiores sucessos comerciais da sua carreira. Em “O Diabo Veste Prada” (2006), a atriz destacou-se com a sua personagem fria e assertiva que ainda hoje é considerada uma das suas interpretações mais hilariantes. Considerada um dos melhores filmes do ano, a longa-metragem voltou a render a Meryl uma nova nomeação. “Ao Anoitecer” (2007) marcou a contracena entre Meryl Streep e a sua filha Mamie Gummer, num paralelismo em que Gummer dá vida à personagem jovem interpretada por Streep. Mais tarde, Meryl viria a protagonizar o filme pelo qual é maioritariamente conhecida, “Mamma Mia!” (2008). Na longa-metragem, a atriz dá vida a uma mãe solteira e a sua voz não ficou indiferente a ninguém, tornado-se o maior sucesso de bilheteiras da sua carreira. Mas, sem dúvida que é no drama que Streep se destaca e ninguém fica indiferente quando a atriz se entrega a personagens como a Irmã Aloysius Beauvier, de “A Dúvida” (2008). O seu desempenho marcante voltou a culminar em mais uma indicação ao Prémio da Academia. Além disso, o feito repetiu-se no ano seguinte, com a sua prestação em “Julie e Julia” (2009), onde deu vida a Julia Child, conhecida autora de livros de receitas.




ANOS 2010 – CARREIRA DE SUCESSO

A Dama de Ferro - Canal Cinemundo
Meryl Streep em “A Dama de Ferro” | © Canal Cinemundo

Após ter interpretado a famosa autora de livros de culinária, Meryl Streep voltou a encontrar a receita perfeita para ganhar um Óscar. Com um total de 17 nomeações, a atriz conseguiu ganhar o seu terceiro Prémio da Academia com a sua participação em “A Dama de Ferro” (2011), onde fez uma cópia quase mímica de Margaret Tatcher. Mas as nomeações não ficam por aqui! Com “Um Quente Agosto” (2013), Streep voltou a conquistar a crítica com a sua prestação enquanto matriarca austera e com uma doença terminal, obtendo uma nova nomeação ao Óscar de Melhor Atriz. Após ter feito uma curta aparição em “A.I. Inteligência Artificial” (2001), Meryl voltou a participar num filme de ficção científica, em “The Giver: O Dador de Memórias“. Já com “Caminhos da Floresta“, a atriz voltou a fazer uso dos seus dotes musicais para interpretar a Bruxa Má no musical da Disney. O seu horripilante desempenho valeu-lhe mais uma indicação ao prémio máximo da indústria.

Meryl Streep em “Florence, Uma Diva Fora de Tom” | © AXN Portugal

Com o avançar da idade, os sucessos de Meyl Streep não cessaram. Em “Ricki e os Flash” (2015), a atriz voltou a contracenar com a filha, interpretando uma estrela de rock que se tenta reaproximar da família. Aos 66 anos de idade, Streep aprendeu a tocar guitarra e voltou a fazer uso dos seus dotes enquanto cantora. No mesmo ano, a realidade fundiu-se com a ficção, quando a atriz participou em “As Sufragistas” (2015), dando vida a uma mulher que luta pelos direitos femininos. Mais tarde, a atriz norte-americana vestiu a pele de Florence Jenkins, em “Florence, Uma Diva Fora de Tom” (2016), uma cantora de ópera conhecida pelas suas atuações desastrosas. A única atuação que não foi desastrosa foi a de Meryl Streep, que voltou a entrar na corrida por um Óscar. No ano seguinte, surgiu a 21ª e última nomeação, por enquanto, da atriz ao Óscar. O feito deu-se com a sua participação em “The Post” (2017), que conta a história verídica de uma investigação que pôs a nú segredos do Governo dos EUA. Também a sua atuação em “The Laundromat: O Escândalo dos Papéis do Panamá” (2019) coloca a descoberto um escâdalo fiscal bastante noticiado nos últimos anos. Apesar de ter participado em algumas séries, somente em 2019 é que Meryl Streep protagonizou um projeto televisivo, com “Big Little Lies“.




ANOS 2020 – ÚLTIMOS TRABALHOS 

Prom
Meryl Streep em “The Prom” | © Netflix

A presente década tem visto um diminuir acrescido da participação de Meryl Streep em projetos cinematográficos. Até ao momento, apenas três filmes contaram com a presença da ‘Rainha do Cinema’. “The Prom” (2020) é um projeto da Netflix, que explora, uma vez mais, os dotes musicais da atriz. Na longa-metragem, Streep dá vida a uma atriz narcisista da Broadway que tenta ajudar uma jovem homossexual a afirmar-se no baile de formatura. Já em “Let Them All Talk” (2020), teve a oportunidade de demonstrar a sua enorme capacidade de improvisação natural, uma vez que a maior parte do diálogo foi inventado pelo elenco.

Não Olhem Para Cima temporada de prémios 2021/2022
Meryl Streep em “Não Olhem Para Cima” | © NOS Audiovisuais

Até ao momento, o último filme que contou com a participação da grande atriz foi “Não Olhem Para Cima” (2021), a longa-metragem em que Streep dá vida à Presidente dos Estados Unidos, que se recusa a aceitar o perigo iminente da chegada de um meteorito à Terra. Apesar de estar ainda nos segredos dos deuses, fala-se que a atriz pode vir a participar no filme “Babilónia”, projetado estrear ainda este ano. Porém, muito se especula se a ausência da ‘Rainha do Cinema’ das telas não será um pronúncio da chegada da reforma da atriz. Esperemos que não…

[tps_footer]

És fã do trabalho de Meryl Streep? Qual o teu filme preferido? Acreditas que a atriz ainda continuará ativa por muitos anos? 

[/tps_footer]


Também do teu Interesse:


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *