"Edward Scissorhands" é um dos papéis mais acarinhados de Depp |©Twentieth Century Fox

Os 10 papéis mais memoráveis da carreira de Johnny Depp

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Johnny Depp é um dos astros mais notórios do Hollywood. Assim o tem sido durante décadas, e apesar da decadência declarada da sua carreira, continua repleto de créditos de representação. Aqui se recupera o seu período áureo, e os 10 papéis que marcaram a sua identidade de camaleão.

Depp pode não se encontrar de momento nas graças do público, a sua imagem pode estar gasta e o seu percurso ditado por filmes que pouco vendem, e que também parecem nunca agradar à crítica. Apesar disso, é uma das estrelas mais faladas de Hollywood e os seus papéis, diversos deles, não foram nada senão icónicos. Por isso, merecem aqui uma viagem nobre, pelas ruas da memória.

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PESADELO EM ELM STREET (1984)

Pesadelo Em Elm Street
Johnny Depp em “Pesadelo Em Elm Street” | Zade Rosenthal – © 1984 – New Line Cinema Entertainment, Inc.

“Pesadelo em Elm Street” é um dos filmes de terror mais icónicos dos anos 80, quiçá da História do Cinema.  Este crédito não pode nunca ser ignorado ao recuperar a carreira do ator, isto porque “A Nightmare on Elm Street”, no inglês, foi o seu primeiro papel. 

Aos 21 anos, um jovem Johnny Depp interpretou aqui um papel de adolescente. A partir deste momento, o interprete nunca mais largou o grande ecrã, tendo sido o seu carisma, desde logo, contagiante.




DONNIE BRASCO (1997)

Donnie Brasco
Johnny Depp em “Donnie Brasco” (1997) |©Sony Pictures

Em 1997,  desempenhou o papel titular em “Donnie Brasco”. A par da sua parceria com Tim Burton, que lhe permitiu encarnar personagens distintos e camaleónicos, Depp tem também sido associado a papéis de detetive, vigarista, criminoso envolto em esquemas financeiros. “Donnie Brasco” foi um destes filmes. Neste drama biográfico, é-nos narrada uma história verídica, de um agente do FBI – Joe Pistone –  o qual infiltrou a Máfia em Nova Iorque. Pistone adota o nome de Donnie Brasco ao infiltrar o gangue. Na sequência destas acções, dilemas e escolhas difíceis surgem e Depp mantém-nos sempre na expectativa.




DELÍRIO EM LAS VEGAS (1998)

Fear and Loathing in Las Vegas
Depp em “Fear and Loathing in Las Vegas”| © Universal Pictures

No final dos anos 90, Johnny Depp estava em altas. E, neste filme, estava literalmente “em altas”. Esta obra cinematográfica do Monty Python Terry Gilliam é baseada no livro do influente Hunter S.Thompson. Tão influente foi este escritor, que criou um estilo jornalístico – o Gonzo. Este consistia numa escrita despojada de objectividade, na qual o repórter conta a história como uma narrativa na primeira pessoa.

Assim, este “Fear and Loathing in Las Vegas” é semi-biográfico e narra precisamente as experiências do seu autor – a procura do “sonho americano” e as suas trips psicadélicas. Enquanto Raoul Duke, Depp guiou-nos através de uma viagem difícil de esquecer.




CHOCOLATE (2000)

Chocolate
Johnny Depp e Juliette Binoche | © 2000 – Miramax

Johnny Depp, embora também pudesse ter um perfil adequado para protagonista de romances, nunca esteve particularmente inclinado a incluir tais papeis nos seus créditos. Poucos foram os romances que protagonizou, e menos ainda marcam a memória dos espectadores e fãs do seu trabalho por esse mundo fora.

Contudo, para toda a regra existe uma excepção. Em 2000, o ator foi Roux em “Chocolate”, um filme que é, ainda hoje, 19 anos depois, capaz de derreter chocolates. Estamos na transição entre os anos 90 e a primeira década do século XXI, precisamente o período áureo da carreira de Depp, que se começava agora a aproximar das três nomeações a Oscars que se lhe seguiram em anos muito próximos.

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“Chocolate” é a adaptação de um romance muito popular de Joanne Harris, o tipo de autora que escreve para donas de casa entediadas, que sonham com romances tórridos de verão. Assim, “Chocolate” tinha tudo para ser um sucesso. A narrativa localiza-nos num pequeno pedaço de paraíso. Uma pequena cidade acolhedora em França, onde uma mãe solteira abre uma choquelataria. Apesar do ceticismo, os habitantes apaixonam-se pela sua loja, e Vianne Rocher, interpretada por Juliette Binoche apaixona-se pelo encantador personagem interpretado por Depp. Um saltimbanco, um símbolo máximo de liberdade, que ainda hoje apaixona quem o vê, neste seu pico de juventude.




A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA (1999)

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
Depp em “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” (1999) |©Paramount Pictures

Entramos nos papéis mais tenebrosos de Johnny Depp, aqueles que são a sua verdadeira marca identificadora, constituído a sua identidade enquanto interprete. “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” é uma das muitas colaborações entre Tim Burton e Johnny Depp, e é um conto gótico por excelência.

Onde a herança do Expressionismo Alemão atribuível a Burton se torna mais do que evidente, acompanhamos uma investigação bizarra na pequena vila de Sleepy Hollow. Neste filme, baseado na “Lenda de Sleepy Hollow”, de Washington Irving, Johnny é Ichabod Crane, investigador incumbido da tarefa ingrata de resolver três crimes de decapitação. O culpado? Uma aparição lendária – O Cavaleiro Sem Cabeça. A recordação de um tempo mais simples, no qual esta era uma dupla imbatível em Hollywood.




ED WOOD (1994)

Ed Wood
“Ed Wood” (1994) marca os primórdios das colaborações da dupla Burton/Depp | ©Touchstone Pictures

“Ed Wood”, mais uma colaboração Burton/Depp. Desta vez, a sua colaboração mais sóbria, sem sombra para dúvida. Acompanhamos uma história verídica neste drama biográfico – a do realizador Edward D.Wood Jr. Tão ambicioso quanto perturbado, Ed tentou ao máximo cumprir os seus sonhos, mas sem grandes resultados ou talento. Quem não aprecia a história de um falhado, especialmente se narrada através do olhar deste ator?




PIRATAS DAS CARAÍBAS (2003 -?)

capitão jack sparrow disney
Capitão Jack Sparrow é um marco na carreira do ator |©Walt Disney Pictures

Havia tanto para dizer sobre Jack Sparrow e “Piratas das Caraíbas”. Poder-se-ia escrever um ensaio, uma tese sobre o impacto deste papel na carreira de Johnny Depp. Tanto uma benção quanto uma maldição, Jack Sparrow tornou-se o papel mais irónico do ator.

O primeiro filme do franchise foi um enorme sucesso, junto do público e até da crítica e seus pares. As nomeações choveram, 5 para os Óscars. Algo bastante invulgar para um filme de aventuras como este. Com um elenco de luxo e prestações memoráveis, a produção baseada numa diversão do parque Disney World entrou para os “livros de história” do cinema e de lá já não sai.

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Voltando a Jack Sparrow, este pirata, rei dos maneirismos, assinalou um marco importantíssimo na carreira de Johnny Depp – a sua primeira nomeação os Óscar, na categoria de Melhor Ator num Papel Principal. Contudo, Sparrow era e ainda é, um personagem muito forte, muito marcante e interpretá-lo uma e outra vez acabou por transformar Depp numa caricatura de si mesmo. Tornou-se sinónimo deste personagem. “O Mascarilha” (2013), Blockbuster falhado para lá se mau, capaz de enterrar, durante uns bons tempos, a carreira de Armie Hammer, co-protagonista, é um elemento de confirmação desta tendência. O papel de Depp era o de um índio norte-americano, mas parecia apenas Jack Sparrow a fazer de índio. Os trejeitos eram os mesmos, sem tirar nem pôr.

Assim, o pirata mais famoso da Disney foi uma benção, mas também uma maldição. Ainda continuar ligado ao papel, e já se ter vestido do mesmo até para um dia especial na Disneyworld mostra um desgaste para lá de tolerável.




À PROCURA DA TERRA DO NUNCA (2004)

À Procura da Terra do Nunca
Johnny Depp e Freddie Highmore em “À Procura da Terra do Nunca” | © 2004 – Walt Disney Productions

Numa época em que Johnny Depp estava em altas, “À Procura da Terra do Nunca” valeu-lhe, no ano seguinte aos Oscars  em que foi nomeado por “Piratas das Caraíbas”, uma segunda nomeação para Melhor Ator num Papel Principal. O filme de Marc Foster (“WWZ: Guerra Mundial”) foi bem recebido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, tendo sido nomeado em sete categorias distintas.

Em “ À Procura da Terra do Nunca”, Johnny Depp é Sir James Matthew Barrie. Numa Londres de 1903, um argumentista luta contra críticas negativas. A acção principal? Uma amizade e a criação da história de Peter Pan, neste drama biográfico. Foi este o papel mais convencional pelo qual Depp foi nomeado ao Oscar.




SWEENEY TODD: O TERRÍVEL BARBEIRO DE FLEET STREET (2007)

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Sweeney Todd como um dos papéis mais icónicos de Depp |©Warner Bros.

Com o papel titular neste musical baseado numa peça da Broadway, Depp recebeu a sua terceira nomeação ao Oscar. Um vislumbre de uma ascensão de carreira que em breve se veria eclipsada por papéis como o que desempenha na versão falhada de Tim Burton de “Alice no País das Maravilhas” (2010). Antes desta queda pronunciada, que se tem vindo a acentuar ao longo dos anos, o ator deu-nos uma última pérola. Aqui, vendem as “melhores tartes de Londres” numa parelha com Helena Boham-Carter, também aqui com um dos seus papéis mais icónicos.

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Os musicais são por norma propensos a nomeações a Óscars, mas um musical de terror baseado numa peça macabra parecia ter tudo para escapar ao domínio das premiações anuais. Contudo, não foi esse o caso e este foi mais um glorioso momento de reconhecimento para o ator. Um dos últimos, antes dos escândalos, do burburinho sobre violência doméstica, dos gastos exorbitantes e toda a aura de fracassos de bilheteira que passaram a definir a sua carreira. Um último ponto luminoso que iremos sempre recordar com carinho.




EDUARDO MÃOS DE TESOURA (1990)

Eduardo Mãos de Tesoura
Edward é talvez o papel mais devastador de Depp |©Twentieth Century Fox

Este filme mágico sobre perdão, amor, arrependimento e o valor das aparências é um dos maiores trunfos da carreira de Tim Burton. Como toda a gente sabe, quando falamos de Burton falamos de Depp. Aqui, o ator conseguiu mostrar um nível de suscetibilidade, tornando credível um papel inverosímil. Uma criatura dócil, inocente, mal tratada e injustiçada. A narrativa de “Eduardo Mãos de Tesoura” não é senão uma fábula, um espelho do mundo cruel que descrimina. Um mundo onde a bondade não parece ser recompensada, e onde a força de uma multidão enfurecida é tudo. Um filme agridoce, um filme que nos parte o coração, onde Johnny Depp entrega um personagem que fica – para sempre.

É este apenas um dos muitos papéis que nos fizeram apaixonar por Johnny Depp. Com uma carreira nas ruas da amargura, é ainda assim justo relembrar o que de melhor fez. Por aí, qual consideram o seu papel mais icónico?

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