Sabrina Spellman

Aventuras de Sabrina | Os 10 Easter Eggs da Segunda Temporada

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“As Aventuras de Sabrina” regressaram à Netflix mais sombrias do que nunca! Depois de devorarmos a Parte 2 mostramos-te os 10 easter eggs que talvez te possam ter escapado. Este artigo contém SPOILERS!

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A primeira temporada das “Arrepiantes Aventuras de Sabrina” terminou com a protagonista a assinar o Livro da Besta e várias questões ficaram no ar. A segunda temporada foi então anunciada, com testemunhos do próprio realizador (Roberto Aguirre-Sacasa) à Netflix, como podes reler neste nosso artigo.

Metade-bruxa, metade-mortal, Sabrina regressa agora pronta para abraçar o seu lado negro e se dedicar por completo à Academia das Artes Ocultas. Mas a que custo? A nossa heroína parece não ser a única a ter de enfrentar os demónios e as consequências das suas decisões. Pelo caminho vai assistindo às mudanças na vida dos seus melhores amigos mortais, acabando por aprender que a magia nem sempre é a solução para todos os problemas.

Os amigos mortais de Sabrina
Os amigos mortais de Sabrina: Roz, Harvey e Theo/Susie

Ao mesmo tempo, o futuro da sua família também parece estar em jogo (o Padre Blackwood não lhes dá descanso) e Sabrina terá finalmente a oportunidade de perceber o seu papel nos planos do Senhor das Trevas. Esta temporada é claramente um ajuste de contas, repleta de milagres, mitos e desmistificações, anjos que afinal são demónios e demónios que revelam premonições. No final do dia, fiel a si mesma, Sabrina continuará a desafiar tudo e todos por aquilo em que acredita, tentando escapar a uma profecia inevitável,  numa viagem de auto-conhecimento que pende entre o bem e o mal, o certo e o errado, a luz e a escuridão.

Se repararmos bem estava lá tudo desde o início! Reunimos os principais easter eggs, com base nos artigos da Cosmopolitan, do BuzzFeed, do Den of Geek e do Digital Spy. Consegues lembrar-te de todos?




1. Os Três Reis do Inferno – Um Primeiro Aviso

Nicholas Scratch
Nicholas Scratch na peça de teatro da Academia: “A Paixão de Lúcifer”

O primeiro episódio desta segunda temporada (Capítulo 12: A Epifania), leva-nos para o inconsciente de Sabrina que sonha com o seu nascimento no sítio onde assinou o Livro da Besta (e onde voltaremos durante esta temporada). Ao longo do episódio a jovem bruxa é visitada por três demónios, os Três Reis do Inferno (Asmodeus, Purson e Belzebu), à semelhança dos Três Reis Magos que visitaram Jesus no seu nascimento. Neste caso dizem que não vieram a mando de ninguém, mas sim para a matar, “Desejamos a morte à bruxa mestiça e ao caos que gera”, ou para a alertar dos perigos de um destino premeditado: “Ela tem de ser impedida! A bruxa mestiça não deve ascender!”.

Depois de se candidatar a Rapaz Principal na Academia, Sabrina é visitada por Asmodeus que liberta um ninho de ratos. Mais à frente, na floresta, Purson tenta atacá-la com morcegos e finalmente Belzebu ata-a a uma cadeira e tenta torturá-la com moscas. Asmodeus aparece referenciado no Judaísmo e no Cristianismo, como símbolo da luxúria e do pecado, da destruição, do ciúme, da raiva e da sensualidade. A sua aparição é um aviso quanto às intenções de Nicholas Scratch.




2. A Polémica Estátua de Satanás

Estátua de Satanás Sabrina
A Estátua de Satanás na Academia das Artes Ocultas

A Cosmopolitan elucida-nos sobre a possível razão por detrás da troca da Estátua de Satanás pela Estátua de Judas, no átrio da Academia das Artes Ocultas. Depois da primeira (que representava Satanás com duas crianças) ser destruída, o Padre Blackwood fez questão de construir uma nova estátua em honra à Igreja de Judas, uma ideologia que tentou instaurar a todo o custo.

Segundo o artigo, trata-se de uma resposta estratégica dos criadores da série, relativamente à acusação de que a Netflix e a Warner Bros foram alvo, em novembro de 2018, quando o Templo Satânico as processou em 50 milhões de dólares por infração dos direitos de imagem e de autor (cópia da Estátua de Baphomet que tinha custado 100 mil dólares). Em causa está também a simbologia da estátua para o Templo Satânico, que pretende apenas interpretar o sentido literário de Satanás: a rebeldia em relação à autoridade de Deus (e não um culto ao diabo). Na reportagem do Business Insider pode ler-se a posição do Templo, mesmo depois de chegar a acordo com a Netflix: “em nada se identifica com as ações repugnantes retratadas na série, entre as quais o canibalismo e a liderança forçada de uma entidade patriarcal”.




3. Célebres Feiticeiras deixam o seu legado

Sabrina outfit
Sabrina aparece deslumbrante no baile de máscaras e musical “Masquerade”

Ainda neste primeiro episódio vemos uma cena bastante familiar. Quem disse que escolher a indumentária para o primeiro dia na Academia era fácil? Ao som de “Girl U Want” (o single de Devo, anos 80) Sabrina rodopia em frente ao espelho e vai “trocando” de roupa até encontrar o outfit ideal. Este cenário e o miar do gato Salem, são indissociáveis do genérico da série dos anos 90 “Sabrina – A Aprendiz de Feiticeira” (segundo o Den of Geek) e de outras versões de bruxas que se fazem passar por mortais, como na série “A Feiticeira” (dos anos 60), com Elizabeth Montgomery a interpretar a bruxa Samantha, num gesto peculiar (mexer a ponta do nariz para fazer magia) que ficou para a história e foi reproduzido por Nicole Kidman no cinema (“Casei com uma Feiticeira”, 2005).




4. Professores que fazem lembrar “The Haunting of Hilll House”

Zelda Spellman
Zelda Spellman tem novas responsabilidades na Academia

Por falar em feiticeiras, um novo ano letivo traz não só novos alunos como novos professores. O Digital Spy revela-nos as lendas por detrás de alguns dos novos docentes da Academia das Artes Ocultas: o Irmão Lovecraft, o Irmão Bierce e a Irmã Jackson.

Lovecraft é uma referência ao escritor esotérico HP Lovecraft. Bierce é uma homenagem ao escritor e poeta do século XIX, Ambrose Bierce. E Jackson refere-se à escritora de terror, Shirley Jackson. Os fãs de “Haunting of Hill House” vão certamente reconhecer o nome da autora da obra que deu origem à adaptação da Netflix (espreita o nosso último artigo sobre a série aqui). De facto, a Irmã Shirley vai dar que falar, pois de tanto atormentar Zelda Spellman (que tem novas funções na Academia), acaba por sofrer as consequências da sua mesquinhez, ao tentar cometer suicídio enfeitiçada por Zelda, que a impede de o concretizar. Este episódio faz-nos lembrar a morte de Nell Crain, que também envolve uma escadaria e um suicídio forçado.




5. Inevitáveis Referências a “Riverdale”, enquanto…

Sabrina e o Senhor das Trevas
Sabrina acaba por ceder e cumprir o desafio imposto pelo Senhor das Trevas

Como já referimos, no primeiro episódio desta temporada os Três Reis do Inferno proclamam que “A bruxa mestiça não deve ascender” e os fãs de “Riverdale” vão certamente conhecer esta frase. Trata-se de uma associação ao jogo doentio “Grifos e Gárgulas” que domina a terceira temporada de “Riverdale” e no qual “ascender” é a única forma de ganhar o jogo (implicando sempre a morte de alguém). Tendo em conta que as duas séries são realizadas por Roberto Aguirre-Sacasa, o Digital Spy aproveita esta referência para relembrar o possível crossover entre ambas.

O oitavo episódio (Capítulo 19: A Mandrágora) também faz soar campainhas aos fãs de “Riverdale”, desta vez quando Ambrose aconselha Sabrina a deslocar-se ao Rio Sweetwater e a criar um Golem (monstro de lama) depois do feitiço com a mandrágora não ter resultado. O Rio Sweetwater é a fronteira que separa as cidades de Greendale e Riverdale (onde de resto aconteceu o drama da morte de Jason Blossom que iniciou a primeira temporada de “Riverdale”).




6. … as BD’s de Archie Comics invadem Greendale

Archie Comics Dr Cerberus
Archie Comics Dr Cerberus

Nesta temporada vamo-nos deparando com as Bandas Desenhadas de Archie Comics, que inspiraram ambas as histórias de “Riverdale” e do spin-off “As Arrepiantes Aventuras de Sabrina”. As BD’s estão por todo o lado, desde os posters do quarto de Harvey, até às prateleiras da livraria do Dr. Cerberus. Inclusivamente no episódio oito (Capítulo 20: A Valsa de Mefisto) podemos ver na lancheira de Sabrina, pousada na secretária do seu quarto, as personagens principais de Archie Comics (e agora de “Riverdale”): Archie, Betty, Veronica e Jughead.

Ao longo da temporada testemunhamos a entrega e evolução de Harvey para com a Banda Desenhada, à medida que vai deixando os monstros e fantasmas do passado inspirá-lo na sua arte, especialmente no quarto episódio (Capítulo 15: A Casa de Terror do Dr Cerberus) quando surge a possibilidade de Harvey ir estudar para Rhode Island. Neste episódio a escola Arkham Colony of the Arts é também considerada uma referência ao Universo DC, especificamente ao Cavaleiro de Arkham, o vilão do jogo “Batman: Arkham Night”.




7. Posters Mágicos ou Premonitórios? Uma visita inesperada

Tarot em Greendale
Uma cartomante misteriosa e a sessão de Tarot em Greendale

A livraria, café e restaurante do Dr. Cerebrus, é o lugar mais acolhedor e mais coberto de posters em Greendale (depois do quarto de Harvey). Alguns deles fazem referência a grandes mágicos designadamente Harry Houdini, Harry Kellar, Charles Joseph Carter e Newmann “O Grande”, que não passaram despercebidos no quarto episódio desta temporada (Capítulo 15: A Casa de Terror do Dr Cerberus) recheado de easter eggs.

De acordo com a Cosmopolitan e o Den of Geek, Nicholas Scratch inspira-se em dois destes mágicos para realizar os truques do seu espetáculo: o mais conhecido “cortar uma mulher ao meio”, de C. J. Carter, e o de “levitação” usado por Harry Kellar. Ainda nesse episódio, enquanto Sabrina faz uma leitura de Tarot, Nick encontra um livro de Houdini. Há também uma referência ao produtor de cinema George Kleine que, em 1915, produziu “Stop Tief!”, um dos posters da parede e uma possível alusão à tentativa de Sabrina roubar um pacote de pastilhas elásticas, a mando do Senhor das Trevas.

Já que estamos a falar de posters premonitórios, não deixa de ser curioso observar o título do cartaz do espectáculo de Nick Scratch (imagem de capa do episódio em questão, na Netflix). Em destaque pode ler-se “O Encantador Scratch” e em letras mais pequenas “O Ilusionista de Satã”, algo que virá a tornar-se mais real do que aparentava, no final desta temporada.




8. De Volta aos Clássicos: Hitchcok, Wilde e Kafka

Dorian Gray
Dorian Gray, inspirado na obra de Oscar Wilde

“As Arrepiantes Aventuras de Sabrina” passam mensagens subliminares aos dotados de alguma cultura geral. No primeiro episódio (Capítulo 12: A Epifania) é impossível não associar o ataque de morcegos orquestrado pelo demónio Purson, à cena do célebre filme “Pássaros” (1963), de Alfred Hitchcock, quando um bando de corvos ataca a população (e as crianças) de Bodega Bay. O artigo do Den of Geek relembra-nos que a personagem Sabrina tinha sido lançada no ano anterior ao lançamento do filme de Hitchcock, em 1962.

No mesmo episódio passamos a conhecer o bar de eleição dos feiticeiros do sexo masculino: o Dorian’s Grayroom. Obviamente que o proprietário não poderia ser nem mais nem menos do que Dorian Gray, a personagem principal do romance de Oscar Wilde “O Retrato de Dorian Gray” (escrito em 1890) que trocou a sua alma pela juventude eterna dedicando-se à vida boémia, enquanto o seu retrato ia envelhecendo em vez dele e transparecendo o seu lado negro.

No quarto episódio (Capítulo 15: A Casa de Terror do Dr Cerberus) Theo folheava “A Metamorfose” de Franz Kafka (1915) quando foi abordado pela vidente que o convenceu a fazer uma leitura de Tarot (e que percebemos depois tratar-se da Professora Wardwell/Madame Satã). Nessa leitura Theo tem uma “visão” do que poderia acontecer se tentasse mudar o seu corpo para se aproximar fisicamente do de um rapaz. Por mais feitiços a que recorresse, parte do seu corpo transformar-se-ia sempre em madeira e Theo teria de amputar os membros ou reverter o feitiço. Tal como em Kafka a personagem principal, Gregor Samsa, acorda um dia transformado em inseto e tem de se confrontar com as dificuldades da sua nova forma e a rejeição da família, também Theo tem de tomar uma decisão.




9. Anjos e Demónios numa Missão Purificadora

Sabrina o anticristo
Sabrina personifica o anticristo e realiza vários milagres

No sexto episódio (Capítulo 17: Os Missionários) somos arrebatados pela aparição de caçadores de bruxas que batem à porta das casas (como Mormons) e que vêm numa missão de evangelizar e purificar (da pior forma) os feiticeiros e feiticeiras de Greendale. Enquanto os anjos missionários torturam e disparam flechas sobre os feiticeiros da Igreja da Noite, Sabrina morre, ao tentar salvar o seu conventículo, para de seguida, e inesperadamente, renascer como uma fénix das cinzas (mais uma referência, desta vez a Jean Grey de X-Men, na saga da Fénix Negra).

Quando ressuscita, de coroa de espinhos na cabeça e possuída pela raiva, Sabrina começa a levitar e a realizar milagres como incendiar os anjos (e aqui sim, se vêem as suas verdadeiras asas a arder), curar e ressuscitar os outros feiticeiros. E este é apenas o início da profecia do anticristo que se desvendará nos episódios seguintes e que Nicholas e Sabrina confirmam no oitavo episódio (Capítulo 19: A Mandrágora) quando lêem uma nota de rodapé no Codex Prognostica (também citado pelo BuzzFeed):

E uma rapariga ‘meia-sombra’ nascerá de um bruxo e um mortal. E zombando do Nazareno, realizará milagres satânicos e atos profanos. A perversão final permitirá ao Senhor das Trevas voltar à Terra na sua verdadeira forma, abrir os Portões do Inferno e escravizar as tribos de bruxos e mortais. E quando ele caminhar na Terra, a rapariga governará a seu lado e a nova Aurora começará.




10. Mensagens de Aceitação no Século XXI

Professora Wardwell e Alunos
Da esquerda para a direita: Harvey, Professora Wardwell, Roz e Susie/Theo

A defesa dos direitos LGBTI não passa despercebida nesta temporada com o coming out de Susie (agora Theo). No segundo episódio (Capítulo 13: A Paixão de Sabrina Spellman) vemos mais uma das várias tentativas de bullying de Billy e dos membros da equipa de basquetebol, na cena em que Theo abre o cacifo do balneário e caem produtos de higiene íntima femininos. Esta não deixa de ser uma referência à cena “plug it up” do musical “Carrie” (1976), em que as colegas de Carrie lhe atiram pensos e tampões no ginásio quando ela percebe que lhe apareceu a menstruação pela primeira vez. Roberto Aguirre-Sacasa, realizador das “Arrepiantes Aventuras de Sabrina” já tinha recriado o musical no final da segunda temporada de “Riverdale”, como podemos ler neste artigo da Bustle.

No último episódio desta temporada (Episódio 9: Capítulo 20: A Valsa de Mefisto), numa reunião familiar, Ambrose explica às restantes Spellmans (Sabrina e as tias Hilda e Zelda) as intenções do Senhor das Trevas, segundo os livros apócrifos da tradição Satânica:

Ao conceber um bebé com sangue bruxo, mortal e infernal perverte a Santíssima Trindade. Uma concepção sacrílega que resultasse numa filha única Sua, instigaria o Apocalipse.

Perante a expressão horrorizada das tias e a ideia do Senhor das Trevas ter enganado o seu pai, usado a sua mãe e ainda esperar que ela lhe obedeça, Sabrina afirma, cheia de confiança “Pois eu digo, hoje não, Satanás”.  A expressão é uma referência à frase de Bianca del Rio, a drag queen vencedora da sexta temporada do reality show RuPaul’s Drag Race, que originou este gif.

Para esta segunda temporada, que explora sem reservas a escuridão, nada melhor do que um final intenso que culmina com a realização inevitável de uma profecia, a desidealização da figura paterna e a reviravolta de uma amor agora quase-impossível, digno de uma tragédia shakespeariana. Ficaram certamente várias perguntas por responder e lançaram-se desafios que prometem uma terceira temporada cheia de novas aventuras!

Tinhas reparado em todos estes easter eggs? Ficaste com vontade de rever a segunda temporada das “Arrepiantes Aventuras de Sabrina”? Conta-nos tudo nos comentários!

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