Lily e Ola são uma das duplas desta temporada | © Netflix

Sex Education, segunda temporada em análise

A segunda temporada de Sex Education chegou hoje à Netflix e temos a dizer que continuamos a ser alunos assíduos da professora Laurie Nunn!

Em janeiro de 2019 partilhamos a crítica de uma das mais divertidas séries do ano: “Sex Education.” Agora, precisamente um ano depois, voltamos à escola e temos a dizer que não falhamos uma aula. A série criada por Laurie Nunn continua a ser uma visão divertida, calorosa e constrangedora do auge da adolescência, repleta de momentos bons, crus e duros, que prima sobretudo por ser uma série sem medos. Aliás, esta segunda temporada supera a primeira ao nível do constrangimento.

Se bem te recordas a primeira temporada terminou com Otis (Asa Butterfield) a atingir o clímax pela primeira vez. Dito assim pode não parecer nada de mais, mas tendo em conta que se trata de um jovem de 16 anos que nunca se havia masturbado, poderá já não ser assim tão comum. Desta forma, a nova temporada arranca com um novo Otis sedento por recuperar todo o tempo perdido. Paralelamente, a clínica encontra-se em pausa, com o afastamento entre o adolescente e Maeve (Emma Mackey). Porém, um surto de clamídia no liceu Moordale leva a que Otis reconsidere. Contudo, esta segunda volta não será tão simples, pois não só existe concorrência, como é gratuita.

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Otis e Eric irão partilhar dramas românticos algo semelhantes | © Netflix

A DST desencadeia uma histeria em massa levando à convocação de uma reunião de país de emergência, na qual a falta de informação entre professores e alunos é evidente. Como resultado, Jean (Gillian Anderson) – sempre pronta a ajudar e a opinar – torna-se na nova conselheira sexual da escola. E é aqui que a diversão começa, já que as sessões de “Sex Education” deixam de estar limitada aos adolescentes. Por isso, para além de ter de lidar com as suas novas vontades, Otis também tem o negócio em risco.

Pelo meio, a relação de Otis e Ola (Patricia Allison) floresce. No entanto, o que Maeve não admitiu na primeira temporada, irá agora ser a fonte de problemas entre os dois pombinhos. Para além disso, a conjuntura do “o meu pai namora com a tua mãe” é igualmente estranha e desconfortável. Mais ainda agora que Jakob (Mikael Persbrandt) tomou a liberdade de levar as ferramentas e o seu ‘smothie’ (vais perceber quando vires a série) para casa dos Milburn. Contudo, este não será o único triângulo amoroso a que irás assistir, visto que Eric (Ncuti Gatwa) tem um namorado novo, mas continua com a cabeça em Adam (Connor Swindells). Aliás, esta segunda temporada tece um conjunto de linhas que tinha tudo para ser um emaranhado, mas que acabou por formar um novelo (mais uma vez) praticamente perfeito.

Claro que o espantoso jovem elenco em muito ajudou a sua construção. Nunn soube proporcionar-lhes (a cada um deles) um crescimento se reflectiu em evoluções notórias em Butterfield, Gatwa, Mackey, Swindells, Kedar Williams-Stirling (Jackson), Aimee Lou Wood (Aimee) e Tanya Reynolds (Lily – que ganha uma maior presença). Até mesmo Anderson teve o seu próprio espaço de crescimento para Jean, que continua a ser o clímax da série. A nova temporada ganhou ainda a exploração de outros elementos secundários como os pais de Groff (a mãe de Adam é protagonista de alguns dos melhores momentos desta temporada ao lado de Anderson!) ou a dupla de professores Miss Sands (Rakhee Thakrar) e Sr. Hendricks (Jim Howick), igualmente carentes por uma boa dose de “Sex Education.”

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O diretor Groff (Alistair Petrie) irá ser o “arqui-inimigo” de Jean (Gillian Anderson) nesta nova temporada | © Netflix

Podem parecer muitas e uma grande ‘salganhada,’ mas a verdade é que as narrativas encaixam como um puzzle, sem perder naturalidade e genuinidade. De igual forma, também a dinâmica constrangedora mãe/filho ganha novas proporções, sem nunca parecer forçada. Como resultado – e à semelhança do que aconteceu na primeira temporada – devoramos os novos oito episódios num autêntico binge-watching (que houvessem outros oito!).

“Sex Education” continua sem imitar (ou querer ser) um “American Pie” ou algo mais ambicioso como “Skins,” e felizmente que assim o é. Nunn e a sua equipa de guionistas voltam a demonstrar que existe espaço (e é possível) criar algo simples e genuíno. E, ainda que o auto-controlo seja um problema para os jovens protagonistas, a série prova mais uma vez que é mestre do seu próprio jogo. Jogo esse que não é só divertido e emocional, como também ciente da necessidade de inclusão e abordagem de todos os temas, sem papas na língua. É com este conjunto de ingredientes que “Sex Education” nos fez iniciar 2020 com apetite para ver o que se segue.

Sex Education, segunda temporada em análise
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Name: Sex Education

Description: Na Temporada 2, Otis terá de dominar os seus desejos sexuais recentemente descobertos para que consiga progredir com a sua namorada Ola, enquanto lida com a relação tensa com Maeve. Enquanto isso, a Moordale Secondary está no meio de um surto de clamídia, que destaca a necessidade de uma melhor educação sexual na escola, que coincide com a chegada dos new kids que vão desafiar o status quo.

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  • Inês Serra - 83
83

Conclusão:

“Sex Education” continua a ser a prova de que ainda é possível produzir conteúdos originais sobre adolescentes, sexo e relações.

O MELHOR: Gillian Anderson. O primeiro episódio. E todo o jovem elenco que provou que “à segunda é melhor”!

O PIOR: Sentimos a falta de Emma Mackey e da sua Maeve.

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