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The Texas Chain Saw Massacre | Sobrevivemos ao terror, a Crítica ao Jogo aqui está

O horror de “The Texas Chain Saw Massacre” está regresso com um novo jogo assimétrico que se tornou rapidamente num sucesso! Nós já experimentámos e deixamos aqui a nossa crítica – spoiler, gostámos bastante.

Damned foi o primeiro jogo de terror assimétrico que conheci. Um título esquecido da maioria das pessoas, “Damned” fez algum sucesso em 2014, em especial por permitir que quatro jogadores enfrentassem um monstro controlado por outro jogador, inaugurando de certa forma a popularidade moderna deste género. Depois disso, em 2019, foi a fez de mergulhar em “Dead by Daylight“, talvez atualmente o jogo de terror assimétrico mais bem sucedido, lançado em 2016, um ano antes de outro conhecido dos fãs, “Friday the 13th“.

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Tentanto seguir o sucesso comercial de “DBD”, títulos como “Video Horror Society“, “Identity V“, “Propnight“, “Home Sweet Home” e, mais recentemente “Evil Dead: The Game“, tentaram a sua sorte mas, até agora, nenhum conseguiu criar a concorrência que “DBD” tanto precisa, para resolver problemas de performance e jogabilidade que tem há anos e que não parece querer resolver. Enfim, falar do amor e ódio que a comunidade de “DBD” tem pelo jogo, e pela sua developer, dava outro artigo, e não estamos aqui para explorar isso, mas sim o novo participante nesta batalha de assimétricos: “The Texas Chain Saw Massacre“.

Vagamente inspirado nos crimes de Ed Gein, “The Texas Chain Saw Massacre” é um dos filmes mais icónicos de Tobe Hooper (também realizador de “Poltergeist”, 1982), lançado nos Estados Unidos da América em 1974. Numa altura em que o público se começava a interessar pelo terror, e em especial pelo gore, Leatherface (aka Bubba Sawyer), o assassino principal, tornou-se num ícone reconhecido quer pelos adultos que viram a sua estreia no grande ecrã em ’74, como dos netos de 15 e 16 anos que hoje têm à sua disposição filmes, livros, séries e até jogos inspirados na personagem.

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Gameplay MHD – Magazine.HD © Gun Interactive

THE TEXAS CHAIN SAW MASSACRE, O JOGO

Assim, era de esperar que, mais tarde ou mais cedo, o universo de “The Texas Chain Saw Massacre” regressasse aos videojogos, algo que aconteceu este mês, pelas mãos da developer Sumo Digital, com publicação da Gun Interactive. Disponível para a Xbox One, Xbox Series X/S, PlayStation 4, PlayStation 5, e PC (via Steam e Windows Store), o jogo leva-te para uma de três localizações, incluindo a casa dos Sawyer, que terás de escapar ou… leva-te para a tua casa, invadida, e com necessidade de uma… limpeza. O jogo é crossplay entre computador e consolas da nova geração.

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ASSIMETRIA DIFERENTE

Enquanto a maioria dos títulos nos trazem jogos assimétricos tradicionais de 1 assassino versus 4 sobreviventes, “The Texas Chain Saw Massacre” subverte as expectativas e traz-nos um 3v4, colocando em campo a Família (Family), contra as Vítimas (Victims). O objetivo dos assassinos é matarem os jovens antes que estes escapem e, claro, o papel das vítimas é o de fugir.




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Gameplay MHD – Magazine.HD © Gun Interactive

THE VICTIMS

Para o jogo foram criadas cinco novas personagens, cada uma com uma abilidade específica que pode ser alinhada com abilidades extra – partilhadas entre todos. Temos Leland McKinney (empurra os membros da família para se proteger ou proteger os amigos), Sonny Williams (deteta os passos dos amigos e da família, expondo a sua localização), Ana Flores (protege-se dos ataques, recebendo menos dano), Connie Taylor (abre portas quase instantaneamente), e Julie Crawford (corre mais tempo e não é detetada pelas abilidades dos membros da família).

Todos começam o jogo numa cave, patrulhada sempre pelo Leatherface. O primeiro passo é o de abrir a porta que dá acesso ao exterior, onde as vítimas terão de encontrar ferramentas que lhes permitam fugir. À sua disposição existem sempre quatro opções de saída, nomeadamente, uma porta na cave controlada por um fusível e três portas externas na beira do mapa, controladas por uma válvula, uma bateria de carro e um gerador. A opção de existirem quatro saídas é perfeita, pois impede que os membros da família optem pelo habitual “camp”, deixando sempre uma alternativa aberta.

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Assim que saimos da cave, o avô acorda. Ele tem o poder de descobrir as vítimas, mostrando a sua localização aos membros da família se o jogador não se mantiver parado. Esta abilidade semi-passiva permanece durante alguns segundos e é reativada conforme o jogo vai avançando e a família o vai alimentando. Com o quê, perguntas tu? Hm… Sumo de morango da Compal. Somos family friendly…

Para os ajudar nesta tarefa está a abilidade principal e abilidades secundárias que facilitam alguns processos. Existe também um voice chat partilhado entre as vítimas (outro partilhado entre a família), que podes usar para comunicar a localização dos assassinos, bem como informar qual a porta que será aberta. Eu sei, eu sei. “Mais um voice chat para termos pessoas a gritar-nos aos ouvidos”. Bem, pode ser por ter sido lançado apenas há alguns dias, mas a verdade é que em 99% dos meus jogos em que a voz foi usada, de facto os jogadores estavam a ajudar-se. Se tens mic, aproveita!

Vale a pena lembrar que existem espaços para te esconderes, como armários e arcas, mas não aconselho, pois não podes lá permanecer muito tempo. E para escapares tens ainda buracos nas paredes, e outros obstáculos, que nem todos os membros da família podem usar, obrigando-os a dar a volta e a permitir que fujas da área. Se eles se aproximarem, serás avisado através de uma margem amarela que vai ficando vermelha conforme eles estão mais perto de ti. Se sofreres muito dano, e não o conseguires recuperar com as poções que estão espalhadas pelo mapa, morres.

O meu top saídas, começando pela que prefiro, é gerador, bateria do carro, fusível e válvula. O gerador e a bateria do carro têm a vantagem de ter a porta por perto, bastando seguir o fio amarelo para a encontrares. A desvantagem da bateria do carro é que, além de a desligares, tens de ter contigo uma chave de fendas para abrires a porta em si (contudo, esta porta está quase sempre aberta por definição, tendo de ser fechada pela família no começo do jogo, algo que muitos ainda se esquecem de fazer). O fusível é uma boa opção pois basta ligar e caíres dentro de um dos poços de ligação à cave, contudo, encontrar a porta de saída nem sempre é fácil (em muito também por não conhecer os mapas ao milímetro). E a válvula odeio profudamente, para além de nunca dar com o depósito onde temos de a colocar, obriga-nos a sair para o exterior de forma a encontrar a válvula, de volta à cave para a usar, e depois sair para descobrir a saída. Claro, os assassinos podem fechar as saídas se as virem abertas, por isso, sê rápido.

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Se já jogas há algum tempo e queres ajudar o teu amigo noob, deixa-o na porta da cave e faz o fusível, eles ficam todos contentes. Tu provavelmente vais morrer mas, enfim, um amigo feliz compensa sempre.

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Gameplay MHD – Magazine.HD © Gun Interactive



THE FAMILY

A família é composta por nomes conhecidos dos fãs. Liderada pelo avô, The Family inclui o nosso querido Bubba (Leatherface, capaz de destruir obstáculos com a serra elétrica), o Cook (Drayton Sawyer, capaz de ouvir as vítimas pelo mapa, localizando-as), o Hitchhiker (Nubbins Sawyer, usa armadilhas para capturar as vítimas), Johnny (capaz de seguir as pegadas deixadas pelas vítimas), e Sissy (capaz de envenenar certas áreas e objetos). Johnny e Sissy são personagens novas criadas com a ajuda do argumentista original do filme de 1974, Kim Henkel.

Curiosidamente, dos meus jogos sinto que o Leatherface é a personagem menos favorita. Isto deve-se em parte ao facto do seu ataque demorar mais tempo a acontecer, apesar de fazer muito mais dano. Tendo em conta que não consegue passar obstáculos, apanhar uma vítima torna-se difícil, e até frustrante. Contudo, para uma partida começar é preciso que um dos assassinos seja o Leatherface, o que leva quase sempre alguém a “sacrificar-se”. Apesar de perceber a sua necessidade, gostaria que eventualmente fosse possível jogar sem ele.

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Quanto ao avô, este é o líder da família e encontra-se sempre na sua confortável cadeira. Assim que a primeira vítima escapa da cave (ou faz barulho suficiente), ele acorda e localiza os sobreviventes que não se mantiverem quietos. Esta abilidade semi-passiva dura alguns segundos e é reativada sempre que os membros da família o alimentam com determinada quantidade de… sumo de morango da Compal como referido anteriormente. Esta opção é importante e ajuda bastante, em especial, quando falta apenas uma vítima, que pode estar em qualquer lugar.

Encontrar a última vítima é talvez a parte menos cativante. Podemos demorar vários e vários minutos até ela conseguir escapar, morrer por falta de tempo, ou o avô encontrá-la. Apesar de preferir que o tempo disponível do último sobrevivente fosse reduzido, entendo também que, como vítima, o tempo oferecido nem sempre é suficiente para escapar três assassinos (focados agora numa só pessoa), e encontrar a saída.

Para terminar, a família tem um voice chat que é bastante útil para comunicar quando as vítimas estão cá fora. Apenas sabemos que sairam quando o primeiro escapa a cave e o avô acorda, e depois disso nada nos é dito. Jogar sem voice chat é possível e igualmente divertido, mas poder dizer às pessoas onde está a vítima é sempre útil. Existe também uma abilidade secundária que dá a localização das vítimas quando são atacadas.

VALE A PENA?

Com um preço de 39 euros, “The Texas Chain Saw Massacre” é um título que aconselho aos fãs do terror assimétrico, em especial aos fãs de “Dead by Daylight”. Depois de jogar durante três dias sozinha, ainda não sinto que se tenha tornado monótono. O tempo dirá o que irá acontecer quando se formarem os primeiros metas e quando começarmos a ter bons jogadores com as abilidades maximizadas.

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Para já, é um jogo divertido e bem equilibrado, algo que infelizmente nem sempre é fácil de fazer. As abilidades são úteis mas não over-powered e o facto de existirem quatro saídas impede um certo camp eterno que impossibilite as pessoas de saírem. O facto de apenas o Leatherface poder patrulhar a cave numa fase inicial, evita também que os assassinos acumulem na cave e não permitam qualquer avanço (excepto se alguém fizer demasiado barulho e acordar prematuramente o avô). Talvez a Connie venha a ser um problema, com a sua abilidade de abrir portas de forma quase instantânea, mas para já não está a ser escolhida em excesso.

Curioso para experimentar “the Texas Chain Saw Massacre”?

THE TEXAS CHAINSAW MASSACRE
  • Ângela Costa - 70
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