© Miguel Oliveira

THU 2022 | O início começa dentro de nós

O THU 2022 vai a meio mas continua a mostrar o lado humano do entretenimento, sobre o caminho até ao sucesso.

A união da Tribo é palpável, a criatividade das mais de 900 pessoas que se encontra no THU 2022 está em constante ação. É um evento predileto para quem quer evoluir, tornar-se uma melhor versão de si. Mas para isso, devemos entender os nossos pontos fortes, sem deixar à parte os pontos fracos. Nesse sentido, parte das conversas da tarde, que decorreram no Sony Oasis, tiveram a saúde mental como principal foco e tema. Três designers mostraram o seu lado humano, e explicaram que é bom abraçar os dias maus, pois crescemos com eles.

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Nesse sentido, o primeiro orador foi Javier Pinto, um designer gráfico espanhol que trabalhou para várias empresas internacionais. De uma maneira leve e cómica, explica quem é, e o que sentiu e sente enquanto artista. No meio do seu sucesso, teve dias maus, mas não é por isso que desistiu, e não é por isso que devemos desistir. Além disso, faz uma separação entre desenho e design, onde o primeiro faz com a mente e o segundo com o coração. Por isso, no final da sua conversa, dá algumas dicas para ter um portfólio atrativo, que se destaca a construção de uma narrativa, separação por “capítulos”, entre outros. Pelo meio, diz “que confiar em nós próprios não é fácil, mas é normal, haverá dias melhores.”. Terminou com uma frase que ficou nas mentes da plateia, “as empresas é que te vão encontrar, e não ao contrário”, ou seja, luta por ti, e não só pelo reconhecimento.

Depois de Xavier Pinto, entrou Pedro Alves, um designer português, onde fala do caminho que percorreu para chegar onde chegou. Passa por explicar, que antes de iniciar, pensava que iria ser feliz quando tivesse sucesso. Algo que acabou por não ser totalmente verdade, dado que durante o caminho sentia-se miserável. No seu caso, e também com muitos artistas, teve de balançar vários aspetos da sua vida, a família, amigos, amor, trabalhos, contas para pagar, entre outros aspetos. Por isso, e para encontrarmos a felicidade no caminho, definiu cinco energias essenciais, a física, a mental, a emocional e a espirituosa. Um dos pontos mais importantes da sua conversa foi a comparação nociva que fazemos em relação aos outros. Afirma que temos de parar de fazer isso, dando o exemplo que “somos todos frutos, mas uns podem ser maçãs e outros laranjas.” Acrescentando ainda que, “no final, somos algo que pertence ao Planeta Terra.”.

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Na reta final do seu discurso, focou-se na felicidade, que esta pode vir antes de alcançarmos o sucesso. E é assim que tem de ser, até porque é compreensível ir devagar no caminho, cada um tem o seu ritmo, cada passo é um pequeno sucesso. A última conversa coube João Freire, seguindo a mesma linha das duas conversas anteriores. Um dos aspetos que se diferenciou em relação aos anteriores, foi sobre a educação, e a problemática de estarem-nos sempre a ensinar o mesmo assunto repetidamente.

Foram três conversas importantes sobre a saúde mental dos artistas, no entanto havia mais palestras para assistir. Quem ficou na Sony Oasis, aproveitou para juntar-se a sessão de Dungeons and Dragons que decorria do lado oposto, e iria prolongar-se até a uma da manhã.

Para quem quisesse continuar nas palestras, tinha a Night Talk, com um tema cada vez mais importante, sobre a Inteligência Artificial. As preocupações eram muitas, entre a inevitável mudança do mercado de trabalho até à própria criação artística. Mas havia um ponto fulcral para a Inteligência Artificial chegar ao ponto que vemos nos filmes, como por exemplo, Hal em “2001: A Space Odyssey”. Ou seja, a IA não tem inteligência geral, só faz o que é programada para fazer, mas nestes casos, executa a tarefa de forma excepcional. No entanto, a plateia tinha as suas preocupações.

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Entre o moderador e os convidados, a evolução é essencial. E já surgiu por diversas vezes preocupações sobre os avanços tecnológicos, em outros contextos. Por exemplo, na época em que Gutemberg inventou a impressa, também se gerou preocupação, e acabou por extinguir o trabalho centenário dos calígrafos. É algo natural da evolução, o nascimento e a extinção. Um dos convidados explica que o difícil é saber qual é a profissão que se vai extinguir e a que vai nascer. Mas existem exemplos mais atuais, com destaque para a Pixar. No início, a empresa só trabalhava em 2D, com artistas especializados nessa área. Mas com a evolução houve a necessidade de aprender em três dimensões. 

Dentro das várias preocupações, a resposta dos convidados sobre o mercado de trabalho era unânime. No momento em que a Inteligência Artificial for mais complexa dos que nos dias de hoje, os empregos de baixo rendimento deverão ser os primeiros a desaparecer. No que diz respeito à criação artística por parte da IA, as opiniões estão divididas. Por um lado, existia a preocupação da IA executar um trabalho superior, por outro, a IA só faz aquilo para que é programada, sem a noção humana na criação artística.

O debate prolongou-se durante duas horas, mas ficou vincado que IA vai ter um impacto significativo no nosso mundo. Depois dos debates, palestras e conversas, o dia iria terminar com um campeonato de Tekken. Entretanto a organização lançou os números oficiais do THU 2022, com 46 oradores, 21 empresas, 900 pessoas, tudo dividido por 54 países.

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